CLEYTON PINTEIRO, PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE AUTOMOBILISMO - DIÁRIO CATARINENSE, 27/10/2011
A ONU, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), instituiu o período de 2011 a 2020 como a Década de Ações para a Segurança no Trânsito. A ação para reduzir acidentes envolve 150 países.
Sem mudanças, a previsão é de que, até 2015, os acidentes de trânsito sejam a principal causa de morte nos países em desenvolvimento. Dados do SUS mostram que houve aumento de 30% nas mortes em acidente de trânsito entre 2000 e 2007 no Brasil.
Nós, gestores do automobilismo, habituados a conviver com os riscos inerentes à alta velocidade, nos surpreendemos com o recrudescimento do número de acidentes fatais provocados por imprudência e irresponsabilidade dos motoristas. As maiores vítimas fatais são jovens, na faixa de 20 a 39 anos.
Ocorrências de trânsito refletem um conjunto de fatores estruturais da realidade social, que incluem a prioridade aos carros; a total ausência de investimentos, nos últimos 10 anos, por parte do governo federal em manutenção e segurança nas estradas; entre outros.
Há luz no fim do túnel quando constatamos que, a partir de 2008, com os efeitos da lei que ampliou as penas para condutores alcoolizados ou que fizeram uso de outras substâncias psicoativas e instituiu a Operação Lei Seca, houve queda nos índices de acidentes fatais.
A Confederação Brasileira de Automobilismo fará a sua parte, criando uma campanha nacional de educação no trânsito, que será veiculada ainda em 2011, estrelada por pilotos respeitados do Brasil e focada na conscientização dos jovens sobre os riscos da velocidade quando não associada a procedimentos de segurança mínimos.
Esperamos que o exemplo seja seguido. As dezenas de manchetes de jornais que estampam anualmente imagens de carros destruídos, jovens mortos e pais desesperados nos chamam não só à reflexão, mas também à ação.
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