Este Blog é uma censura à Guerra e mortes no trânsito estimulada por uma Constituição benevolente; leis brandas; negligência dos órgãos de trânsito; precariedade da sinalização; buracos nas vias públicas; descaso dos Poderes na mobilidade urbana; morosidade e leniência da Justiça; e um alerta a todos que conduzem seus veículos sem habilitação, estressado, briguento, armado e agindo com imperícia, imprudência e atitude criminosa, prontos para morrer ou matar por troféus de lata.
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
INFRATORA RECEBE CANTADA NA BLITZ
QUEIXA INSÓLITA. Universitária recebe cantada depois de blitz. Sindicância aberta pela EPTC investiga atuação de azulzinho, que teria enviado torpedo à jovem - CARLOS WAGNER, ZERO HORA 13/10/2011
Uma sindicância aberta pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) na terça-feira apura uma queixa insólita. Na madrugada de domingo, na zona sul de Porto Alegre, depois de ser parada na barreira de trânsito e ter sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) apreendida por se recusar a fazer o teste do bafômetro na Avenida Wenceslau Escobar, a universitária Wanessa da Silva, 25 anos, disse ter recebido um torpedo de um dos agentes que participara da blitz. O azulzinho afirmou que desconhece o número que mandou a mensagem e se propôs a abrir o seu sigilo telefônico.
A mensagem do azulzinho propunha uma aproximação pessoal com a estudante.
“Wanessa peguei o numero teu enquanto vc disse pro colega qdo ele pediu teu endereço. So quero que digas se posso saber teu MSN, facebook, Orkut algo do tipo p/ conversarmos melhor. Me dá um retorno se possivel, sou o rapaz quem fez os testes do bafometro em vcs!”
A indignação da estudante de Administração reside na suspeita de que um fiscal de trânsito, que se identificou como Fernando, teria usado informações pessoais dela, prestadas na blitz, para tentar se aproximar. Wanessa enviou o texto do torpedo para a direção da empresa pedindo providências. O diretor de trânsito da EPTC, Carlos Pires, diz que apura o episódio:
– Confirmamos que participou daquela barreira um funcionário que se chama Fernando. Não vamos detalhar a identificação dele até esclarecermos o assunto.
Pires disse que, imediatamente após o recebimento da denúncia, ocorrido na tarde de terça-feira, o fiscal foi chamado e ouvido no processo administrativo aberto para esclarecer o caso.
O agente de trânsito negou ter enviado o torpedo. Afirmou que o número do celular utilizado para o envio da mensagem não lhe pertence. E colocou à disposição da EPTC a quebra do seu sigilo telefônico.
– Amanhã (hoje) vamos encaminhar à operadora o número do celular usado para enviar a mensagem para podermos identificar o dono – afirmou Pires.
Pela informações coletadas no processo administrativo, o funcionário não teria registros de falhas na empresa. Pires disse que ainda não tem data marcada para ouvir Wanessa. Pela recusa em fazer o bafômetro, a universitária está sem a habilitação e terá de pagar uma multa de R$ 957,70.
Zero Hora ligou 10 vezes para o telefone que enviou o torpedo para a universitária e enviou uma mensagem para o celular. Não houve resposta. Por intermédio do Sindicato dos Agentes de Trânsito, a reportagem consultou se o agente iria se manifestar, e ele informou que só falaria na investigação oficial.
“A situação é um absurdo”. Wanessa da Silva, estudante
Zero Hora – O que ocorreu?
Wanessa da Silva – Na madrugada de domingo, eu e minhas amigas saímos de uma festa e fomos até o McDonald’s da Avenida Wenceslau Escobar. Havia uma barreira. Fui parada e pediram que fizesse o teste do bafômetro. Exerci o meu direito de não fazer o exame, e a minha carteira foi recolhida. Uma colega que não havia bebido pegou a direção do carro.
ZH – Você notou algum procedimento inadequado dos agentes de trânsito?
Wanessa – O agente que preencheu o documento da retirada da minha carteira se comportou de maneira exemplar. O outro, um baixinho, ficou o tempo todo olhando para o meu decote. Pensei em reclamar, mas poderia ser interpretado como desacato. Resolvemos voltar para a festa.
ZH – O que aconteceu na festa?
Wanessa – Saí da barreira à 1h30min. Por volta das 2h23min, eu estava olhando a mensagem de uma amiga no celular quando entrou uma do Fernando, da EPTC. Achei que era brincadeira de um colega da festa. Mas depois de ler atentamente o texto, vi que a situação é um absurdo.
ZH – Qual parte lhe indignou?
Wanessa – A primeira coisa que agrediu foi o uso indevido de informações a meu respeito. Uma coisa é a EPTC entrar em contato comigo, outra é um funcionário utilizar os dados que usei para preencher um formulário para tentar uma relação pessoal.
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