sábado, 15 de outubro de 2011

EM NÍVEL DE EMBRIAGUEZ, PROCURADOR SE ENVOLVE EM CONFUSÃO NO TRÂNSITO

CONTROVÉRSIA NA CAPITAL. Procurador se envolve em confusão no trânsito. Ele tentava passar por bloqueio da EPTC para comitiva de Dilma Rousseff - ZERO HORA 15/10/2011

Um procurador do Ministério Público Estadual se envolveu em uma confusão com agentes de trânsito, na manhã de ontem, ao tentar passar por um bloqueio que mantinha caminho livre para a comitiva da presidente Dilma Rousseff. Depois de avançar com uma caminhonete sobre a motocicleta de uma agente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Roberto Klaus Radke se submeteu ao teste do bafômetro.

Como o aparelho apontou embriaguez, ele foi conduzido à Polícia Civil, onde negou ter bebido antes de dirigir. Por volta das 10h, agentes da EPTC mantinham uma barreira na esquina das ruas Bento Martins e Duque de Caxias à espera da passagem de Dilma rumo à Assembleia. Radke,53 anos, vinha de um sítio que mantém em uma cidade da Região Metropolitana em direção a sua casa quando topou com a motocicleta de uma agente atravessada sobre a via. Depois disso, as versões diferem.

Conforme a EPTC, Radke tentou furar o bloqueio e avançou com sua Nissan Frontier sobre a moto. Os veículos teriam se tocado levemente. Além disso, teria xingado a agente, que não se feriu. Segundo um dos vice-presidentes da Associação do Ministério Público que se pronunciou em nome do procurador, Antonio Carlos Paiva Hornung, Radke tem problemas de coração e estava sofrendo uma crise hipertensiva:

– Ele disse que precisava chegar em casa para tomar o remédio.

Um agente da EPTC que estava no local, mas prefere não se identificar, sustenta que os moradores da região estavam ganhando passagem. Ele acrescenta que o procurador não teria explicado sua situação. Depois da confusão, o motorista se submeteu ao bafômetro, que apontou 0,52 miligrama de álcool por litro de ar – a lei considera infração índices acima de 0,13 miligrama, e crime resultados superiores a 0,33 miligrama.

Como resultado, Radke foi conduzido à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento do Departamento Estadual de Polícia de Trânsito, onde permaneceu durante quase cinco horas.

– Ele garante que não bebeu antes de dirigir. Por isso, fez questão de fazer exame clínico, exame de urina e de sangue. Se não houve embriaguez, o que vai ser questionado pela sociedade é o bafômetro – observa Hornung.

Conforme o delegado Leandro Araújo, o teste clínico não revelou sinais de embriaguez. Os exames de sangue (para detectar álcool) e urina (capaz de apontar outras drogas) devem ficar prontos em carca de 10 dias. No depoimento, o procurador – que não quis falar à imprensa – afirmou que havia bebido vinho na noite anterior, em quantidade não especificada. Por sua condição de procurador, conforme a lei prevê, ele foi liberado sem prisão em flagrante ou pagamento de fiança. Além disso, o caso foi encaminhado para ser analisado pelo próprio Ministério Público – que pode encaminhá-lo para a abertura de um processo ou arquivá-lo.

No registro policial, Radke foi enquadrado no crime de embriaguez ao volante, além de desacato e abuso de autoridade. O Ministério Público não se pronunciou pelo fato de que o servidor não estava trabalhando ou representando a instituição.


Onde foi - Ontem pela manhã, agentes da EPTC estavam posicionados na esquina da Rua Bento Martins com a Duque de Caxias bloqueando o trânsito para a passagem da comitiva da presidente Dilma Rousseff. Pouco depois das 10h, o procurador de Justiça Roberto Klaus Radke seguia pela Bento Martins rumo à Duque de Caxias, onde mora, quando deparou com o bloqueio

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