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quinta-feira, 27 de outubro de 2011
MAIS BURACOS NAS RODOVIAS GAÚCHAS
MAIS BURACOS. Conservação de estradas piora no RS. Pesquisa aponta que avaliação positiva da malha rodoviária caiu quase cinco pontos percentuais - ZERO HORA 27/10/2011
A malha rodoviária no Estado se deteriorou em 2011, na comparação com o ano passado. A constatação está na pesquisa CNT de Rodovias 2011, divulgada ontem.
Oestudo, elaborado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) entre 27 de junho e 4 de agosto, em todo o país, aponta que 62% dos 7.958 quilômetros de 52 estradas federais e estaduais do Rio Grande do Sul estão em bom ou ótimo estado. No ano passado, esse índice era de 66,8%.
De um ano para o outro, caiu o percentual das rodovias consideradas ótimas (de 28,6% para 18,4%), enquanto aumentaram os índices de estradas boas (38,2% para 43,6%), regulares (25,8% para 28,1%), ruins (6,1% para 7,6%) e péssimas (1,3% para 2,4%). Somente para recuperar o pavimento dos trechos totalmente destruídos (21 quilômetros, 0,3% do total), trincados, esburacados, com ondulações e afundamentos (528 quilômetros, ou 6,6%) e desgastados (3.050 quilômetros, ou 38,3% do total), seriam necessários R$ 1,9 bilhão, calcula a CNT.
O pior trecho no Estado pertence à ERS-135, entre Passo Fundo e Erechim. São seis quilômetros considerados péssimos em todos os quatro quesitos verificados pelos técnicos da CNT: estado geral, pavimento, sinalização e geometria. A BR-472/RST-472, em trecho nas Missões, também recebeu avaliação entre péssima e ruim. No geral, as vias estaduais estão em piores condições do que as federais.
A piora no estado da malha viária é resultado da falta de verbas, de prioridades, de gestão e até de intempéries, já que as chuvas castigaram muito as estradas em 2011, aponta o vice-presidente de logística do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), Frank Woodhead.
– Temos defendido que primeiro tem de manter em bom estado o que tem, e fazer ampliações de capacidade e duplicações quando o índice de veículos que transitam aumenta em cada rodovia. Isso precisa ser uma decisão técnica, e não política – afirmou.
Na comparação com a média brasileira, as rodovias gaúchas vão bem. Dos 92.747 quilômetros de rodovias no país, 12,6% da malha nacional foi considerada ótima, 30%, boa, 30,5%, regular, 18,1%, ruim, e 8,8% está em péssimas condições. No Brasil, a Região Sul perde apenas para o Sudeste na qualidade das rodovias.
Secretário promete ações
O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque, divulgou nota ontem sobre a pesquisa. No texto, considera satisfatório o desempenho do Estado, destacando que a Região Sul ficou atrás apenas do Sudeste e que a qualidade das estradas gaúchas está acima da média regional e nacional. Sobre as rodovias estaduais mais problemáticas, prometeu ações.
Em relação à ERS-135, disse que o trecho de aproximadamente seis quilômetros, no contorno de Passo Fundo, foi vistoriado e constatado que “a rodovia está sendo recuperada em bom ritmo e com qualidade”.
Sobre a RST-472, o secretário determinou que o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) aponte o responsável pelo trecho em questão, por se tratar de uma rodovia federal, para que o mesmo seja recuperado. “Por estes motivos que estamos discutindo a federalização de rodovias que são da União em toda sua extensão, menos em nosso Rio Grande”, explicou na nota.
No que diz respeito às rodovias federais, o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte no Estado, Vladimir Casa, considerou positivo o estudo:
– Olhando o mapa (da pesquisa), as rodovias federais que estão sob jurisdição do Dnit estão quase todas em azul, o que é bom ou ótimo.
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