Este Blog é uma censura à Guerra e mortes no trânsito estimulada por uma Constituição benevolente; leis brandas; negligência dos órgãos de trânsito; precariedade da sinalização; buracos nas vias públicas; descaso dos Poderes na mobilidade urbana; morosidade e leniência da Justiça; e um alerta a todos que conduzem seus veículos sem habilitação, estressado, briguento, armado e agindo com imperícia, imprudência e atitude criminosa, prontos para morrer ou matar por troféus de lata.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
BAFÔMETRO - NÚMERO DE RECUSAS JÁ SUPERA 2010
Nº de motoristas que recusam bafômetro já supera o de 2010 - FOLHA.COM, 31/10/2011
A quantidade de motoristas que se recusaram a fazer o teste do bafômetro neste ano já superou o total do ano passado na cidade de São Paulo. Foram 702 recusas contra 593 em todo o ano de 2010. A contagem deste ano ocorreu até o dia 18 de outubro.
A informação é da reportagem de Giba Bergamim Jr. e Natália Cancian publicada na edição desta segunda-feira da Folha. A reportagem completa está disponível para assinantes do jornal e do UOL (empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha).
Para a Polícia Militar, a recusa está ligada ao fato de as pessoas estarem conscientes de que não precisam fazer prova contra si mesmas. Entre julho e outubro, em pelo menos cinco acidentes de trânsito com mortes na cidade, os motoristas se recusaram a fazer o teste.
Caso o motorista com indícios de alcoolemia não aceite fazer o teste, é levado a uma delegacia. Se o delegado entender que há embriaguez, determina que o motorista faça o teste clínico no IML, onde um legista fará uma avaliação visual do estado de embriaguez.
Levantamento da PM paulista mostra que os motoristas da cidade estão bebendo cada vez mais. Até 18 de outubro, 1.167 pessoas foram flagradas com álcool no organismo em quantidade que caracteriza crime de trânsito, número 32% maior do que em todo o ano passado (879).
RODOVIAS PRECÁRIAS
OPINIÃO, O Estado de S.Paulo - 31/10/2011
A Pesquisa CNT de Rodovias 2011, desenvolvida entre 27 de junho e 4 de agosto e divulgada quarta-feira passada, mostra que 57,4% das estradas de rodagem do País têm deficiências e 26,9% estão em situação crítica. São números menos ruins do que os da metade da década passada, quando mais de 70% das rodovias tinham deficiências. Mas, recentemente, tem havido aumento do número de acidentes e de mortos e feridos nas estradas.
Além disso, segundo os especialistas da Confederação Nacional do Transporte (CNT), o custo econômico dos acidentes chegou a R$ 14,1 bilhões, em 2010, superando os investimentos do governo federal na área rodoviária, de R$ 9,85 bilhões. O número de pontos críticos das estradas passou de 109, na Pesquisa CNT de 2010, para 219, no levantamento deste ano.
É a 15.ª pesquisa da CNT sobre o mesmo assunto, abrangendo, neste ano, 92.747 km de estradas pavimentadas - 100% das rodovias federais, principais rodovias estaduais e estradas concedidas à iniciativa privada.
As discrepâncias entre a conservação das estradas sob a responsabilidade do governo e do setor privado são enormes: nos 15.374 km de vias sob concessão, 48% são ótimos; 38,9%, bons; 12%, regulares; e apenas 1,1%, ruins - nenhuma foi considerada péssima. Já nos 77.373 km de rodovias sob gestão pública, apenas 5,6% foram considerados ótimos; 28,2%, bons; e 34,2%, regulares. As ruins chegam a 21,5% e as péssimas, a 10,5%.
As deficiências analisadas no levantamento são de pavimento, sinalização e geometria viárias. Veículos pesados, que representavam 32% da frota de caminhões, em 2009, o dobro dos 16% de uma década atrás, transportam com frequência mais tonelagem do que a permitida. Estão entre os grandes responsáveis pelo desgaste prematuro das vias, pois a fiscalização é deficiente ou inexistente. Isso aumenta a insegurança e os custos de transporte rodoviário de todos os usuários, de veículos de passeio a ônibus ou micro-ônibus, que proporcionam o deslocamento de trabalhadores para as empresas e de escolares, ou dos que transportam cargas leves.
A sinalização é outro aspecto crítico: placas, painéis e marcas no pavimento são essenciais para a segurança do tráfego, mas são, frequentemente, malconservados, objeto de vandalismo ou de puro desinteresse dos órgãos responsáveis pela fiscalização das estradas.
É criminoso o descaso com placas de intersecção, por exemplo, que indicam cruzamentos e entroncamentos. Apenas 16,6% das estradas têm ótima sinalização, enquanto em 28,2% ela é ruim ou péssima. A geometria só é ótima ou boa em 23,2% das vias, sendo ruim ou péssima em 49,5% das estradas. As deficiências na construção tornam-se ainda mais graves numa malha rodoviária pavimentada constituída por 88,3% de pistas simples de mão dupla, e 42,1% não têm acostamento.
O resultado é que em quatro rodovias federais, BR-381 (MG), BR-101 (ES), BR-470 (SC) e BR-101 (SC), registraram-se, em 2010, 4.794 acidentes com feridos, e 328 acidentes com mortos.
O levantamento de 2011 da CNT reforça evidências conhecidas, indicando que, em média, as rodovias das Regiões Sudeste e Sul são as que apresentam melhores condições. Já nas estradas do Nordeste, mais de 30% são ruins e, nas do Centro-Oeste, as rodovias ruins e péssimas passam dos 35%. Nada se iguala, porém, à situação deplorável das rodovias da Região Norte, onde apenas 0,8% é ótimo e 12,7%, bom, enquanto as ruins atingem 31,8% e as péssimas, 23,2%.
Ante a carência de investimentos no transporte ferroviário e fluvial, a única alternativa para a maioria dos transportadores são as rodovias, que respondem por cerca de 60% dos transportes de carga no País.
Os agentes econômicos, em resumo, estão à mercê da política rodoviária federal, que ignora o êxito das concessões de estradas à iniciativa privada, bem-sucedidas em São Paulo, permitindo até a redução do valor dos pedágios, como ocorreu na Rodovia Ayrton Senna.
A Pesquisa CNT de Rodovias 2011, desenvolvida entre 27 de junho e 4 de agosto e divulgada quarta-feira passada, mostra que 57,4% das estradas de rodagem do País têm deficiências e 26,9% estão em situação crítica. São números menos ruins do que os da metade da década passada, quando mais de 70% das rodovias tinham deficiências. Mas, recentemente, tem havido aumento do número de acidentes e de mortos e feridos nas estradas.
Além disso, segundo os especialistas da Confederação Nacional do Transporte (CNT), o custo econômico dos acidentes chegou a R$ 14,1 bilhões, em 2010, superando os investimentos do governo federal na área rodoviária, de R$ 9,85 bilhões. O número de pontos críticos das estradas passou de 109, na Pesquisa CNT de 2010, para 219, no levantamento deste ano.
É a 15.ª pesquisa da CNT sobre o mesmo assunto, abrangendo, neste ano, 92.747 km de estradas pavimentadas - 100% das rodovias federais, principais rodovias estaduais e estradas concedidas à iniciativa privada.
As discrepâncias entre a conservação das estradas sob a responsabilidade do governo e do setor privado são enormes: nos 15.374 km de vias sob concessão, 48% são ótimos; 38,9%, bons; 12%, regulares; e apenas 1,1%, ruins - nenhuma foi considerada péssima. Já nos 77.373 km de rodovias sob gestão pública, apenas 5,6% foram considerados ótimos; 28,2%, bons; e 34,2%, regulares. As ruins chegam a 21,5% e as péssimas, a 10,5%.
As deficiências analisadas no levantamento são de pavimento, sinalização e geometria viárias. Veículos pesados, que representavam 32% da frota de caminhões, em 2009, o dobro dos 16% de uma década atrás, transportam com frequência mais tonelagem do que a permitida. Estão entre os grandes responsáveis pelo desgaste prematuro das vias, pois a fiscalização é deficiente ou inexistente. Isso aumenta a insegurança e os custos de transporte rodoviário de todos os usuários, de veículos de passeio a ônibus ou micro-ônibus, que proporcionam o deslocamento de trabalhadores para as empresas e de escolares, ou dos que transportam cargas leves.
A sinalização é outro aspecto crítico: placas, painéis e marcas no pavimento são essenciais para a segurança do tráfego, mas são, frequentemente, malconservados, objeto de vandalismo ou de puro desinteresse dos órgãos responsáveis pela fiscalização das estradas.
É criminoso o descaso com placas de intersecção, por exemplo, que indicam cruzamentos e entroncamentos. Apenas 16,6% das estradas têm ótima sinalização, enquanto em 28,2% ela é ruim ou péssima. A geometria só é ótima ou boa em 23,2% das vias, sendo ruim ou péssima em 49,5% das estradas. As deficiências na construção tornam-se ainda mais graves numa malha rodoviária pavimentada constituída por 88,3% de pistas simples de mão dupla, e 42,1% não têm acostamento.
O resultado é que em quatro rodovias federais, BR-381 (MG), BR-101 (ES), BR-470 (SC) e BR-101 (SC), registraram-se, em 2010, 4.794 acidentes com feridos, e 328 acidentes com mortos.
O levantamento de 2011 da CNT reforça evidências conhecidas, indicando que, em média, as rodovias das Regiões Sudeste e Sul são as que apresentam melhores condições. Já nas estradas do Nordeste, mais de 30% são ruins e, nas do Centro-Oeste, as rodovias ruins e péssimas passam dos 35%. Nada se iguala, porém, à situação deplorável das rodovias da Região Norte, onde apenas 0,8% é ótimo e 12,7%, bom, enquanto as ruins atingem 31,8% e as péssimas, 23,2%.
Ante a carência de investimentos no transporte ferroviário e fluvial, a única alternativa para a maioria dos transportadores são as rodovias, que respondem por cerca de 60% dos transportes de carga no País.
Os agentes econômicos, em resumo, estão à mercê da política rodoviária federal, que ignora o êxito das concessões de estradas à iniciativa privada, bem-sucedidas em São Paulo, permitindo até a redução do valor dos pedágios, como ocorreu na Rodovia Ayrton Senna.
A GUERRA EM DUAS RODAS
Código de Trânsito precisa mudar, dizem especialistas. Lei permite imprudências que culminam em mortes em acidentes com motos, tema de reportagem de ZH - zero hora 31/10/2011
O desafio de estancar as mortes envolvendo motos, para especialistas em trânsito e transportes, passa necessariamente por uma mudança no Código de Trânsito Brasileiro (CTB). Instituído em 1997 pela Lei 9.503, o documento é omisso em um ponto fundamental, que torna ainda mais vulneráveis as condições de quem se locomove sobre duas rodas.
Na edição dominical, Zero Hora apresentou um levantamento de casos em outubro, que somou 39 vidas perdidas entre condutores e caroneiros – número superior à média mensal, que foi de 34 casos até setembro de 2011.
Os índices de acidentes do tipo, de acordo com a doutora em segurança viária Christine Nodari, sempre foram altos. A diferença é que, agora, com o salto na frota, o problema está mais visível – e impactante. Por trás disso, na opinião da pesquisadora do Laboratório de Sistemas de Transporte (Lastran) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), está uma falha na legislação.
– Há uma brecha no CTB que permite aos motociclistas circularem livremente por corredores virtuais, isto é, entre os carros e os ônibus – afirma Christine.
Com isso, a moto se tornou uma alternativa bastante atraente por ser muito mais rápida e ágil no trânsito sufocado. Essa característica, aliada ao bom momento da economia, a preços acessíveis e a facilidades de pagamento, fez com que muita gente – especialmente das classes C e D – optasse pelo transporte em duas rodas, inchando a frota.
A solução para o impasse envolveria a alteração do CTB. Da forma como está redigido, o documento não permite, mas também não proíbe a circulação de motos nos chamados corredores virtuais. Se os motociclistas fossem obrigados a permanecer atrás dos outros veículos, os riscos seriam menores, e também as vantagens de se investir nesse tipo de transporte.
Só isso, porém, não seria suficiente para mudar radicalmente o cenário trágico observado hoje. Em busca de respostas para o problema, a coordenadora do curso Tecnólogo em Transportes Terrestres da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Raquel da Fonseca Holz, foi a São Paulo. Objetivo: examinar de perto as duas faixas segregadas para motocicletas na cidade.
– Percebi que elas nem sempre eram respeitadas, não só pelos motociclistas, mas principalmente pelos outros veículos, e vi que propiciavam acidentes mais impactantes entre as próprias motos e também com pedestres – revela Raquel.
Para a pesquisadora, que desenvolve um doutorado sobre o tema na UFRGS, a solução seria mais ampla:
– Além da alteração no Código de Trânsito Brasileiro, precisaria haver mais investimentos em educação e em cursos de direção defensiva, maior rigor no processo de habilitação, reforço na fiscalização e mais respeito entre os usuários. Sem isso, será difícil mudar a realidade.
É uma epidemia, destaca ministro
Além das perdas instantâneas de vidas nas ruas e estradas, os acidentes levam uma legião de feridos para hospitais. Segundo dados divulgados pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, das 145 mil internações hospitalares resultantes de acidentes de trânsito, em 2010, metade refere-se a lesões com motos.
Padilha trata o assunto como epidemia. Na semana passada, em Curitiba, o ministro chegou a propor a restrição da venda de motos a quem tem habilitação específica para o veículo. Depois, em entrevista à Rádio Gaúcha, preferiu destacar a necessidade de maior rigor na fiscalização pelo uso do capacete e do porte da carteira de habilitação.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - O Ministro deveria olhar melhor para os indicadores, especialmente este mostrado na ilustração. A maioria das vítimas usava capacete e tinha CNH. Na minha opinião, é necessário atentar para os seguintes fatores:
- O capacete dentro da cidade é o maior vilão. Apesar do capacete proteger o crânio de um acidente, este equipamento reduz os sentidos e a atenção do condutor da moto. Precisa ser estudado e determinado um outro tipo de capacete que aumente o raio de visão e não diminua o sentido da visão e da audição.
- Os cursos para habilitação de motos precisam ser mais rigorosos e técnicos, preparando o condutor para as várias situações de trânsito;
- As cidades necessitam criar vias especiais para o trânsito de moto para impedir que os condutores destes veículos fiquem surfando entre os demais veículos.
- A retirada das forças policiais do trânsito reduziu a força preventiva e de contenção nas ruas das cidades, os parcos efetivos das polícias rodoviárias, e a falta de investimento no policiamento preventivo com motos (mais ágil e mais barato) nas rodovias estaduais e federais aumenta a sensação de impunidade no trânsito, acrescido pela morosidade e benevolências da justiça nos crimes de trânsito.
SEM POLÍCIA - UMA RODOVIA DESGUARNECIDA
Equipe multimídia percorreu todos os 680 quilômetros da estrada São José dos Ausentes-São Borja (BR-285) e não encontrou nenhum veículo da Polícia Rodoviária Federal fazendo policiamento. ZERO HORA 31/10/2011
Ao cruzar a rodovia que liga os Campos de Cima da Serra à Fronteira Oeste, na região da Campanha, a equipe multimídia da RBS comprovou a falta de policiamento nas estradas gaúchas. Os repórteres percorreram 680 quilômetros sem encontrar nenhum policial rodoviário federal em uma das mais importantes artérias do Estado.
Todos os seis agentes da PRF que atuavam na estrada São José dos Ausentes-São Borja (BR-285) entre 11h e 20h de sábado e 6h e 9h de domingo guarneciam os quatro postos ao longo da via – um quinto, em Lagoa Vermelha, desativado há um ano por falta de efetivo, permanecia fechado.
Porta de entrada de caminhoneiros e turistas argentinos, a desguarnecida rodovia sintetiza as estradas gaúchas: pista simples ao longo de toda sua extensão, asfalto e sinalização adequados onde há pedágios, buracos e trepidações nos trechos mantidos pelo poder público.
Como a lógica sugere, o pavimento e o acostamento aguentam mais quando o trânsito é menos intenso. É o que ocorre entre São José dos Ausentes e Vacaria, onde começamos a atravessar o Rio Grande do Sul de leste a oeste. Tem-se a impressão de que a viagem será fácil. Mas, no distrito de Barretos, em Capão Bonito do Sul, um choque de realidade. Ao final da concessão, há três quilômetros esburacados, com mato no lugar de acostamento e sem sinalização.
Morador da comunidade há 25 anos, o catarinense Névio Lucchese, 40 anos, conta que o trecho está abandonado.
– Já reclamamos várias vezes, mas ninguém arruma. O Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) tapa buracos, coloca umas tampinhas nas panelas e vai ao mundo, sem resolver o problema – lamenta Lucchese, que planta 80 hectares de soja, milho e trigo.
Passado o susto, viaja-se tranquilo até a região de Passo Fundo – tradicional produtor de grãos e o maior município do Planalto Médio. Ao passar pela cidade, é necessário atenção redobrada com pedestres. Não há faixas de segurança, passarelas ou sinaleiras. Em 11 quilômetros, há 12 trevos de acesso.
Mais adiante, uma constatação: em um trecho de 14 quilômetros, desembolsamos R$ 12 em dois pedágios, em Carazinho – se estivéssemos em um caminhão de sete eixos, deixaríamos R$ 60,20. Seguimos pela rodovia que, até aquele momento, sequer pista adicional oferecia.
O último trecho, entre as missioneiras São Luiz Gonzaga e São Borja (sem concessão), nos obrigou a reduzir a velocidade. Embora conte com alguns metros de pistas auxiliares e seja equipada com balanças de pesagem, a estrada está trincada, desnivelada e esburacada em diferentes pontos. É onde a estrada se mostra mais traiçoeira.
Martírio para cruzar a faixa
Moradores do bairro São José, em Passo Fundo, vivem uma situação inusitada. A obra que irá duplicar três quilômetros da rodovia São José dos Ausentes-São Borja (BR-285), reduzindo engarrafamentos diários no trecho urbano da cidade, transformou em um martírio a travessia da estrada.
Na tarde de sábado, Zero Hora testemunhou o momento em que Nádia de Arruda, 46 anos, que cruzava a faixa com a neta Isabel, três anos, no colo, quase foi atropelada por uma moto.
– Atravesso várias vezes por dia a rodovia para ir no mercado, visitar parentes e buscar a neta na escolinha. É um perigo porque os motoristas não respeitam e ainda nos xingam – conta.
Luiz Roberto da Rosa, 34 anos, namorado de Nádia, complementa:
– Sem faixa de segurança, passarela e sinaleira, às vezes a gente tem de atravessar correndo.
Agente da 8ª Delegacia de Trânsito da Polícia Rodoviária Federal, Carlos Menin explica que a situação é crítica porque, além da duplicação, estão sendo trocadas redes de água e de esgoto.
– Quando a duplicação estiver pronta, terá uma passarela elevada e outra subterrânea. Mas agora a situação está realmente complicada – diz Menin.
Contrapontos
O que diz Antonio Marcos Martins Barbosa, chefe da Divisão da Seção de Policiamento e Fiscalização da PRF: “Nosso problema é efetivo, que está defasado. Estamos fazendo policiamento, em alguns trechos, com apenas um policial. Quando o policial sai para um atendimento, a orientação é de que feche o posto. Hoje, temos em torno de cem policiais, por dia, para trabalhar em 6 mil quilômetros. Seria necessário pelo menos o dobro”.
O que diz Vladimir Casa, superintendente do Dnit:
- Sobre os três quilômetros em Capão Bonito do Sul - “É um trecho que foi repassado ao Estado, que não o incluiu no programa de concessões e não faz a manutenção porque questiona responsabilidade em relação àquela rodovia. Embora não seja nossa responsabilidade, vamos incluir aquele trecho no programa de manutenção no ano que vem”.
- Sobre o trecho entre São Luiz Gonzaga e São Borja - “Em função das trocas no departamento, houve demora na renovação de contratos com empresas responsáveis pela manutenção de alguns trechos. Mas a situação deve ser resolvida em breve”.
domingo, 30 de outubro de 2011
14 MORTES EM MENOS DE 48 HORAS NO RS
Violência no trânsito deixa 14 mortos em menos de 48 horas no Rio Grande do Sul. Maior parte dos acidentes ocorreu em estradas estaduais - ZERO HORA ONLINE, 30/10/2011 | 07h06min
A violência no trânsito já provocou ao menos 14 mortes desde o meio-dia de sexta-feira no Rio Grande do Sul. Foram seis óbitos na sexta-feira, sete no sábado e um neste domingo. A ocorrência mais recente foi em Arroio do Tigre, no Vale do Rio Parto. Um Escort capotou na RSC 481 provocando a morte da caroneira Juliana dos Anjos, 27 anos.
A maioria das mortes, sete, ocorreu em estradas estaduais. Outros quatro óbitos foram em rodovias federais e três dentro de cidades.
Do total de vítimas, quatro foram atropeladas, sendo um ciclista. Uma vítima estava em motocicleta, outra em caminhão e sete ocupavam carros que se envolveram em colisões com outros veículos, capotamento ou saída de pista.
Veja o resumo das ocorrências neste fim de semana:
Domingo:
— Arroio do Tigre — Uma mulher morreu depois que um Escort capotou na rodovia Sobradinho — Progresso (RSC-481). Vítima identificada como Juliana dos Ajnos, 27 anos.
Sábado:
— Farroupilha — Gilmar da Silva, de 27 anos, foi atropelado na noite deste sábado na rodovia Farroupilha — Caxias do Sul (ERS-122).
— Casca — Acidente no final da manhã deste sábado matou Juvino Baldissera, 65 anos. Foi uma colisão entre veículos na rodovia Casca — Vila Maria (ERS-324).
— Flores da Cunha — Uma criança morreu em tombamento de caminhão acidente na rodovia Caxias do Sul — Flores da Cunha (ERS-122), perto da ponte de Antônio Prado. Duas pessoas ficaram feridas.
— Porto Alegre — Felipe Azevedo Terra, 28 anos, morreu atropelado na madrugada de sábado na Avenida Nilo Peçanha.
— São Jerônimo — Um ciclista morreu após ser atingido por veículo na madrugada deste sábado na rodovia Charqueadas — São Jerônimo (ERS-401). Vítima identificada como Rudison de Camargo, 36 anos.
— São Borja — Saída de pista seguida de capotagem deixou dois idosos mortos por volta das 12h30min deste sábado na rodovia que liga São Borja a São Luiz Gonzaga (BR-285). Morreram Elidio Horst, 69 anos, e Elfrida Horst, de 68 anos.
Sexta-feira:
— Vacaria — Um homem morreu na colisão entre veículos às 22h10min desta sexta entre Vacaria e Lages (BR-116). Vítima identificada como Ricardo Alex da Silva, 36 anos.
— São Leopoldo — Um homem morreu e outro ficou ferido ao tentarem fugir, de moto, de uma viatura da Brigada Militar. O acidente ocorreu no final da noite de sexta na Estrada do Morro do Paula, em São Leopoldo.
— Guarani das Missões — Duas pessoas morreram na colisão entre carros na rodovia Santa Rosa — Santo Ângelo (ERS-344). Vítimas identificadas como Loni Spiels Nilles, 55 anos, e Bráulio José Nilles, de 57.
— São Borja — Luiz Roberto Crispim Fabres, 48 anos, morreu na colisão entre carro e caminhão na tarde desta sexta-feira na BR-287.
— Passo Fundo — Atropelamento na Avenida Presidente Vargas provocou a morte de Claudina Foletto Zanella, 71 anos. Foi por volta das 16h50min desta sexta-feira.
sábado, 29 de outubro de 2011
MOTORISTAS EMBRIAGADOS ATROPELAM, FEREM GRAVEMENTE SUAS VÍTIMAS E FICAM SOLTOS
Motoristas embriagados ao volante provocam dois atropelamentos graves em Chapecó. Jovem atingido na calçada sofreu ferimentos graves. DIÁRIO CATARINENSE, 29/10/2011 | 08h49min
Chapecó registrou dois acidentes semelhantes durante esta madrugada envolvendo motoristas embriagados, segundo a Polícia Militar. Enquanto um dos condutores não tinha habilitação, o outro dirigia na contramão.
No primeiro caso, Diocleiton da Rosa, 21 anos, atropelou um jovem de 19 anos que andava em uma calçada na Rua São Pedro, bairro São Cristóvão, por volta das 3h25min. Segundo a Polícia Militar, Diocleiton tentou fugir do local, mas acabou detido por populares. Ele pagou fiança de R$ 1.725 e foi liberado. A vítima está internada em estado grave.
No outro caso, às 5h18min, Ademir Reis, 33 anos, também embriagado, teria dirigido na contramão e atingido um motociclista de 22 anos, que quebrou a perna. Após pagar R$ 1.035 ele foi liberado. O acidente aconteceu na rua Engenho Braun.
Chapecó registrou dois acidentes semelhantes durante esta madrugada envolvendo motoristas embriagados, segundo a Polícia Militar. Enquanto um dos condutores não tinha habilitação, o outro dirigia na contramão.
No primeiro caso, Diocleiton da Rosa, 21 anos, atropelou um jovem de 19 anos que andava em uma calçada na Rua São Pedro, bairro São Cristóvão, por volta das 3h25min. Segundo a Polícia Militar, Diocleiton tentou fugir do local, mas acabou detido por populares. Ele pagou fiança de R$ 1.725 e foi liberado. A vítima está internada em estado grave.
No outro caso, às 5h18min, Ademir Reis, 33 anos, também embriagado, teria dirigido na contramão e atingido um motociclista de 22 anos, que quebrou a perna. Após pagar R$ 1.035 ele foi liberado. O acidente aconteceu na rua Engenho Braun.
TRANSITO MATA MAIS DE 40 MIL E BATE RECORDE
ALENCAR IZIDORO, ENVIADO ESPECIAL AO RIO, FOLHA.COM, 29/10/2011 - 06h27
Os acidentes de trânsito deixaram 40.610 mortos no país em 2010, média de 111 por dia e uma alta de 8% sobre o ano anterior, informa Alencar Izidoro. É o maior número em 15 anos, segundo o Ministério da Saúde. A reportagem está disponível para assinantes da Folha e do UOL, empresa controlada pelo Grupo Folha, que edita a Folha.
As internações cresceram 15%, beirando 146 mil.
Para o ministro Alexandre Padilha, a elevação se deve principalmente ao aumento da frota de motos. Pelo 2º ano, morreram mais motociclistas que pedestres.
Técnicos incluem também um provável relaxamento da lei seca. O ministro da Saúde admite que a embriaguez é uma das principais causas de acidentes, mas argumenta que fiscalizar é atribuição dos Estados.
Especialistas listam ainda ações do governo federal, como a lei, sancionada por Lula, que regulamentou a profissão de mototaxista e os incentivos a motos e carros, em detrimento do transporte coletivo.
quinta-feira, 27 de outubro de 2011
CONSCIÊNCIA NO TRÂNSITO VIRA AULA
PUNIÇÃO EDUCATIVA. Grupo de socorristas e Justiça de Gravataí propõem a reciclagem de motoristas infratores - ZERO HORA 27/10/2011
Maicon Santos Siqueira, 23 anos, tinha o costume de fazer malabarismos com uma motocicleta. Gostava de testar seu equilíbrio acelerando em uma roda, até o dia em que foi flagrado pela fiscalização. Pela imprudência, o rapaz teria de pagar cestas básicas. Em um acordo com a Justiça, aceitou uma medida alternativa: passar por um curso sobre segurança no trânsito.
Operador de empilhadeiras, Maicon vai aos sábados na sede do Corpo Voluntário de Socorro e Resgate do Rio Grande do Sul (CVSR), em Gravataí, na Região Metropolitana. Está entre os beneficiados por uma parceria entre a entidade e as varas criminais da cidade.
Motoristas que cometeram infrações de menor gravidade podem optar por um acordo com o Judiciário cumprindo um determinado número de horas no projeto batizado de Fórum Gravataí. Os participantes assistem a palestras de temas como segurança, alcoolismo e drogas, acompanham simulações de socorro e ouvem relatos de atendimentos reais. O grupo ainda ajuda a melhorar a infraestrutura da sede do CVSR.
– Eu teria de pagar cestas básicas. Aceitei 90 horas no projeto e tive a atenção chamada para o risco das minhas atitudes – revela Maicon, há um mês frequentando os encontros.
Desde 2009, quando as atividades tiveram início, cerca de 120 pessoas receberam aulas dos socorristas, acostumados a atender acidentes em Gravataí e nas rodovias do entorno. Na maioria dos casos, os motoristas são encaminhados ao projeto por combinarem álcool e direção ou por andarem sem habilitação.
– Focamos muito na prevenção. Queremos que, de motoristas infratores, eles se tornem multiplicadores da segurança no trânsito – explica Jane Both, presidente do Conselho Administrativo do CVSR.
Relatos de atendimentos reais
No sábado passado, os motoristas infratores conferiram a simulação do atendimento a um pedestre atropelado por um carro. Passo a passo, João Paulo Ramos de Moura Jr, chefe da equipe de socorro, demonstrou os procedimentos adequados, como isolar a área do acidente, estabilizar a cervical da vítima, verificar possíveis ferimentos, fazer a remoção correta.
– Se os alunos entendem o nosso trabalho, prestam atenção nos relatos, percebem bem o perigo que é ser imprudente no trânsito – diz João Paulo.
Ao final das horas no projeto, cada participante preenche um formulário, onde aponta o que o programa modificou no seu comportamento. No caminho para cumprir 120 horas por beber antes de dirigir e se envolver em um acidente de moto com uma viatura da Brigada Militar, o soldador Rodrigo Gonçalves, 33 anos, assegura que seu relato será o de um motorista regenerado.
– Se tiver de dirigir, só vou no refrigerante. Ou, se eu beber, deixo a chave com a patroa – diz.
MAIS BURACOS NAS RODOVIAS GAÚCHAS
MAIS BURACOS. Conservação de estradas piora no RS. Pesquisa aponta que avaliação positiva da malha rodoviária caiu quase cinco pontos percentuais - ZERO HORA 27/10/2011
A malha rodoviária no Estado se deteriorou em 2011, na comparação com o ano passado. A constatação está na pesquisa CNT de Rodovias 2011, divulgada ontem.
Oestudo, elaborado pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) entre 27 de junho e 4 de agosto, em todo o país, aponta que 62% dos 7.958 quilômetros de 52 estradas federais e estaduais do Rio Grande do Sul estão em bom ou ótimo estado. No ano passado, esse índice era de 66,8%.
De um ano para o outro, caiu o percentual das rodovias consideradas ótimas (de 28,6% para 18,4%), enquanto aumentaram os índices de estradas boas (38,2% para 43,6%), regulares (25,8% para 28,1%), ruins (6,1% para 7,6%) e péssimas (1,3% para 2,4%). Somente para recuperar o pavimento dos trechos totalmente destruídos (21 quilômetros, 0,3% do total), trincados, esburacados, com ondulações e afundamentos (528 quilômetros, ou 6,6%) e desgastados (3.050 quilômetros, ou 38,3% do total), seriam necessários R$ 1,9 bilhão, calcula a CNT.
O pior trecho no Estado pertence à ERS-135, entre Passo Fundo e Erechim. São seis quilômetros considerados péssimos em todos os quatro quesitos verificados pelos técnicos da CNT: estado geral, pavimento, sinalização e geometria. A BR-472/RST-472, em trecho nas Missões, também recebeu avaliação entre péssima e ruim. No geral, as vias estaduais estão em piores condições do que as federais.
A piora no estado da malha viária é resultado da falta de verbas, de prioridades, de gestão e até de intempéries, já que as chuvas castigaram muito as estradas em 2011, aponta o vice-presidente de logística do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), Frank Woodhead.
– Temos defendido que primeiro tem de manter em bom estado o que tem, e fazer ampliações de capacidade e duplicações quando o índice de veículos que transitam aumenta em cada rodovia. Isso precisa ser uma decisão técnica, e não política – afirmou.
Na comparação com a média brasileira, as rodovias gaúchas vão bem. Dos 92.747 quilômetros de rodovias no país, 12,6% da malha nacional foi considerada ótima, 30%, boa, 30,5%, regular, 18,1%, ruim, e 8,8% está em péssimas condições. No Brasil, a Região Sul perde apenas para o Sudeste na qualidade das rodovias.
Secretário promete ações
O secretário estadual de Infraestrutura e Logística, Beto Albuquerque, divulgou nota ontem sobre a pesquisa. No texto, considera satisfatório o desempenho do Estado, destacando que a Região Sul ficou atrás apenas do Sudeste e que a qualidade das estradas gaúchas está acima da média regional e nacional. Sobre as rodovias estaduais mais problemáticas, prometeu ações.
Em relação à ERS-135, disse que o trecho de aproximadamente seis quilômetros, no contorno de Passo Fundo, foi vistoriado e constatado que “a rodovia está sendo recuperada em bom ritmo e com qualidade”.
Sobre a RST-472, o secretário determinou que o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) aponte o responsável pelo trecho em questão, por se tratar de uma rodovia federal, para que o mesmo seja recuperado. “Por estes motivos que estamos discutindo a federalização de rodovias que são da União em toda sua extensão, menos em nosso Rio Grande”, explicou na nota.
No que diz respeito às rodovias federais, o superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte no Estado, Vladimir Casa, considerou positivo o estudo:
– Olhando o mapa (da pesquisa), as rodovias federais que estão sob jurisdição do Dnit estão quase todas em azul, o que é bom ou ótimo.
RODOVIAS - 57,4 DA MALHA EM ESTADO DE REGULAR PARA RUIM
No país, situação agrava - KELLY MATOS | BRASÍLIA, DIÁRIO CATARINENSE, 27/10/2011
Andar pelas estradas do país também não é uma tarefa fácil. A pesquisa da CNT revela que 57,4% da malha está em estado regular, ruim ou péssimo, sendo que 26,9% está em situação crítica, com risco considerável aos usuários. A pesquisa avaliou, entre 27 de junho e 4 de agosto, 92 mil quilômetros de rodovias pavimentadas, federais, estaduais ou concedidas, o que representa cerca de 42% do total da malha pavimentada do país.
Na avaliação do diretor executivo da CNT, Bruno Batista, a situação é ruim porque os investimentos do poder público em infraestrutura são insuficientes. Para a entidade, seriam necessários R$ 200 bilhões para que o quadro pudesse ser revertido. Em 2010, o governo federal investiu somente R$ 9,85 bilhões.
– Não é admissível que um país que almeja crescer no cenário internacional tenha um investimento tão tímido em infraestrutura.
Apesar de ocupar a última posição regional, Santa Catarina ostenta índices superiores à média nacional. O principal problema apontado pela pesquisa no Estado é referente são as condições de superfície da rodovia. Do total de malha rodoviária analisada, 42,4% apresentam superfície desgastada e 27,9% possuem trincas ou remendos.
A pesquisa constatou ainda que a situação precária das estradas brasileiras gera um alto custo financeiro ao país. Somente com acidentes em rodovias federais, o prejuízo foi de R$ 14 bilhões no ano passado. Na avaliação da CNT, o mau estado da malha rodoviária também tem reflexos no bolso do contribuinte. Técnicos constataram que o custo gerado por uma estrada ruim influencia no preço dos produtos. No caso da soja, por exemplo, 13% do valor do frete é consequência de danos causados ao transportador.
Andar pelas estradas do país também não é uma tarefa fácil. A pesquisa da CNT revela que 57,4% da malha está em estado regular, ruim ou péssimo, sendo que 26,9% está em situação crítica, com risco considerável aos usuários. A pesquisa avaliou, entre 27 de junho e 4 de agosto, 92 mil quilômetros de rodovias pavimentadas, federais, estaduais ou concedidas, o que representa cerca de 42% do total da malha pavimentada do país.
Na avaliação do diretor executivo da CNT, Bruno Batista, a situação é ruim porque os investimentos do poder público em infraestrutura são insuficientes. Para a entidade, seriam necessários R$ 200 bilhões para que o quadro pudesse ser revertido. Em 2010, o governo federal investiu somente R$ 9,85 bilhões.
– Não é admissível que um país que almeja crescer no cenário internacional tenha um investimento tão tímido em infraestrutura.
Apesar de ocupar a última posição regional, Santa Catarina ostenta índices superiores à média nacional. O principal problema apontado pela pesquisa no Estado é referente são as condições de superfície da rodovia. Do total de malha rodoviária analisada, 42,4% apresentam superfície desgastada e 27,9% possuem trincas ou remendos.
A pesquisa constatou ainda que a situação precária das estradas brasileiras gera um alto custo financeiro ao país. Somente com acidentes em rodovias federais, o prejuízo foi de R$ 14 bilhões no ano passado. Na avaliação da CNT, o mau estado da malha rodoviária também tem reflexos no bolso do contribuinte. Técnicos constataram que o custo gerado por uma estrada ruim influencia no preço dos produtos. No caso da soja, por exemplo, 13% do valor do frete é consequência de danos causados ao transportador.
RODOVIAS DE SC - AS PIORES DO SUL DO BRASIL
Pesquisa mostra que 19% da malha viária do Estado é ruim ou péssima - GABRIELLE BITTELBRUN, DIÁRIO CATARINENSE, 27/10/2011
Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada ontem, comprovou o que motoristas catarinenses já sabem. O Estado foi considerado o pior em rodovias federais e estaduais da Região Sul. O levantamento, com base em 43% das estradas pavimentadas, classificou como ruim ou péssimo 19,9% dos trechos. A pior avaliação foi das estaduais, em que oito, de um total de 11, foram avaliadas como ruins. Entre as federais, foram quatro consideradas em situação regular e uma, a BR-163, apontada como ruim.
Com 53,5% de trechos ótimos ou bons, SC teve um melhor desempenho comparando-se com 2010, quando 40,5% das rodovias tinham uma avaliação positiva. Mas a evolução não acompanhou os índices do Rio Grande do Sul, que teve 62,% dos trechos considerados em boas ou ótimas condições, e nem do Paraná, que tem 61,9% de rodovias em bom ou ótimo estado. O presidente da Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de SC (Fetrancesc), Pedro Lopes, destaca que os congestionamentos atrapalham o escoamento da produção e o turismo, e trazem prejuízos.
– Há perdas pela demora no transporte de materiais, pelos danos aos veículos e ainda pelos riscos de acidentes. Somos um corredor do Centro-Oeste com o Sul, não podemos mais esperar por medidas de mobilidade – defende.
O professor de engenharia e diretor do campus da UFSC de Joinville, Acires Dias, aponta questões ambientais, como as fortes chuvas, como dificuldades na manutenção e aprimoramento das estradas.
– Mas também falta planejamento, projeto e execução de ações.
Já o doutor em engenharia de tráfego José Leles de Souza considera que não houve um programa continuado de manutenção, o que levará tempo para ser revertido. O professor aponta a falta tecnologia na sinalização e planejamento para melhorar a qualidade das estradas. De acordo com Souza, outro fator que prejudica as avaliações das estradas catarinenses é a demora na implantação dos projetos.
– No processo administrativo, há um conjunto de burocracias. São as barreiras por licitações malfeitas, sem especificações técnicas, o que atrasa. Também existe a dificuldade, aqui e em todo o país, de conseguir com agilidade as autorizações de órgãos ambientais – avalia.
O secretário de Estado da Infraestrutura, Valdir Cobalchini, admitiu que as rodovias merecem mais atenção por parte o Estado.
– Reconhecemos isso, tanto que já tínhamos levantado as informações e tomado providências. A previsão é que 40% da malha viária seja revitalizada neste governo.
Ele explica que deslizamentos e adensamentos causados pela chuva colocaram SC em uma posição desfavorável em relação aos demais Estados da região Sul. Para resolver os problemas, o secretário afirma que solicitou financiamentos e prevê obras para todas as estaduais mencionadas pela CNT.
– Este ano foi de preparação, ano que vem será de obras – promete.
O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes em SC, João José dos Santos, que responde pelas estradas federais, não retornou as várias ligações e recados da reportagem.
PEDRO LOPES, Presidente da Fetrancesc: - "Há perdas pela demora no transporte de materiais, pelos danos aos veículos e pelos riscos de acidentes."
JOSÉ LELES DE SOUZA, Doutor em Engenharia de Tráfego: - "Há licitações malfeitas e dificuldade, aqui e em todo o país, de conseguir com agilidade as autorizações de órgãos ambientais."
Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada ontem, comprovou o que motoristas catarinenses já sabem. O Estado foi considerado o pior em rodovias federais e estaduais da Região Sul. O levantamento, com base em 43% das estradas pavimentadas, classificou como ruim ou péssimo 19,9% dos trechos. A pior avaliação foi das estaduais, em que oito, de um total de 11, foram avaliadas como ruins. Entre as federais, foram quatro consideradas em situação regular e uma, a BR-163, apontada como ruim.
Com 53,5% de trechos ótimos ou bons, SC teve um melhor desempenho comparando-se com 2010, quando 40,5% das rodovias tinham uma avaliação positiva. Mas a evolução não acompanhou os índices do Rio Grande do Sul, que teve 62,% dos trechos considerados em boas ou ótimas condições, e nem do Paraná, que tem 61,9% de rodovias em bom ou ótimo estado. O presidente da Federação das Empresas de Transportes de Cargas e Logística de SC (Fetrancesc), Pedro Lopes, destaca que os congestionamentos atrapalham o escoamento da produção e o turismo, e trazem prejuízos.
– Há perdas pela demora no transporte de materiais, pelos danos aos veículos e ainda pelos riscos de acidentes. Somos um corredor do Centro-Oeste com o Sul, não podemos mais esperar por medidas de mobilidade – defende.
O professor de engenharia e diretor do campus da UFSC de Joinville, Acires Dias, aponta questões ambientais, como as fortes chuvas, como dificuldades na manutenção e aprimoramento das estradas.
– Mas também falta planejamento, projeto e execução de ações.
Já o doutor em engenharia de tráfego José Leles de Souza considera que não houve um programa continuado de manutenção, o que levará tempo para ser revertido. O professor aponta a falta tecnologia na sinalização e planejamento para melhorar a qualidade das estradas. De acordo com Souza, outro fator que prejudica as avaliações das estradas catarinenses é a demora na implantação dos projetos.
– No processo administrativo, há um conjunto de burocracias. São as barreiras por licitações malfeitas, sem especificações técnicas, o que atrasa. Também existe a dificuldade, aqui e em todo o país, de conseguir com agilidade as autorizações de órgãos ambientais – avalia.
O secretário de Estado da Infraestrutura, Valdir Cobalchini, admitiu que as rodovias merecem mais atenção por parte o Estado.
– Reconhecemos isso, tanto que já tínhamos levantado as informações e tomado providências. A previsão é que 40% da malha viária seja revitalizada neste governo.
Ele explica que deslizamentos e adensamentos causados pela chuva colocaram SC em uma posição desfavorável em relação aos demais Estados da região Sul. Para resolver os problemas, o secretário afirma que solicitou financiamentos e prevê obras para todas as estaduais mencionadas pela CNT.
– Este ano foi de preparação, ano que vem será de obras – promete.
O superintendente do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes em SC, João José dos Santos, que responde pelas estradas federais, não retornou as várias ligações e recados da reportagem.
PEDRO LOPES, Presidente da Fetrancesc: - "Há perdas pela demora no transporte de materiais, pelos danos aos veículos e pelos riscos de acidentes."
JOSÉ LELES DE SOUZA, Doutor em Engenharia de Tráfego: - "Há licitações malfeitas e dificuldade, aqui e em todo o país, de conseguir com agilidade as autorizações de órgãos ambientais."
SEGURANÇA NO TRÂNSITO
CLEYTON PINTEIRO, PRESIDENTE DA CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE AUTOMOBILISMO - DIÁRIO CATARINENSE, 27/10/2011
A ONU, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), instituiu o período de 2011 a 2020 como a Década de Ações para a Segurança no Trânsito. A ação para reduzir acidentes envolve 150 países.
Sem mudanças, a previsão é de que, até 2015, os acidentes de trânsito sejam a principal causa de morte nos países em desenvolvimento. Dados do SUS mostram que houve aumento de 30% nas mortes em acidente de trânsito entre 2000 e 2007 no Brasil.
Nós, gestores do automobilismo, habituados a conviver com os riscos inerentes à alta velocidade, nos surpreendemos com o recrudescimento do número de acidentes fatais provocados por imprudência e irresponsabilidade dos motoristas. As maiores vítimas fatais são jovens, na faixa de 20 a 39 anos.
Ocorrências de trânsito refletem um conjunto de fatores estruturais da realidade social, que incluem a prioridade aos carros; a total ausência de investimentos, nos últimos 10 anos, por parte do governo federal em manutenção e segurança nas estradas; entre outros.
Há luz no fim do túnel quando constatamos que, a partir de 2008, com os efeitos da lei que ampliou as penas para condutores alcoolizados ou que fizeram uso de outras substâncias psicoativas e instituiu a Operação Lei Seca, houve queda nos índices de acidentes fatais.
A Confederação Brasileira de Automobilismo fará a sua parte, criando uma campanha nacional de educação no trânsito, que será veiculada ainda em 2011, estrelada por pilotos respeitados do Brasil e focada na conscientização dos jovens sobre os riscos da velocidade quando não associada a procedimentos de segurança mínimos.
Esperamos que o exemplo seja seguido. As dezenas de manchetes de jornais que estampam anualmente imagens de carros destruídos, jovens mortos e pais desesperados nos chamam não só à reflexão, mas também à ação.
A ONU, em parceria com a Organização Mundial da Saúde (OMS), instituiu o período de 2011 a 2020 como a Década de Ações para a Segurança no Trânsito. A ação para reduzir acidentes envolve 150 países.
Sem mudanças, a previsão é de que, até 2015, os acidentes de trânsito sejam a principal causa de morte nos países em desenvolvimento. Dados do SUS mostram que houve aumento de 30% nas mortes em acidente de trânsito entre 2000 e 2007 no Brasil.
Nós, gestores do automobilismo, habituados a conviver com os riscos inerentes à alta velocidade, nos surpreendemos com o recrudescimento do número de acidentes fatais provocados por imprudência e irresponsabilidade dos motoristas. As maiores vítimas fatais são jovens, na faixa de 20 a 39 anos.
Ocorrências de trânsito refletem um conjunto de fatores estruturais da realidade social, que incluem a prioridade aos carros; a total ausência de investimentos, nos últimos 10 anos, por parte do governo federal em manutenção e segurança nas estradas; entre outros.
Há luz no fim do túnel quando constatamos que, a partir de 2008, com os efeitos da lei que ampliou as penas para condutores alcoolizados ou que fizeram uso de outras substâncias psicoativas e instituiu a Operação Lei Seca, houve queda nos índices de acidentes fatais.
A Confederação Brasileira de Automobilismo fará a sua parte, criando uma campanha nacional de educação no trânsito, que será veiculada ainda em 2011, estrelada por pilotos respeitados do Brasil e focada na conscientização dos jovens sobre os riscos da velocidade quando não associada a procedimentos de segurança mínimos.
Esperamos que o exemplo seja seguido. As dezenas de manchetes de jornais que estampam anualmente imagens de carros destruídos, jovens mortos e pais desesperados nos chamam não só à reflexão, mas também à ação.
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
EM TRÊS DIAS, 11 MORREM EM MOTOS NO RS
PERIGO NO VOLANTE. Um dos acidentes mais impressionantes foi em Pelotas, onde moto se incendiou ao bater em carro - ZERO HORA 24/10/2011
O final de semana no Rio Grande do Sul foi marcado por uma série de acidentes fatais, muitos deles envolvendo motociclistas. Ao todo, em apenas três dias, 11 pessoas perderam a vida em motos ao colidir em ruas e estradas gaúchas. Um dos mais impressionantes aconteceu em Pelotas, quando duas motos e um veículo se incendiaram ao bater na Avenida Bento Gonçalves, no Centro. Rosalvo Madruga da Silva Júnior, 15 anos, morreu na hora.
Segundo a Brigada Militar, a colisão aconteceu por volta das 2h15min. Ibraim da Silva Hadad, 24 anos, motorista do Kadett envolvido no acidente, disse à polícia que uma Saveiro cortou sua frente enquanto dirigia no sentido Rodoviária-Centro, o que o fez perder o controle e invadir a outra pista.
No boletim de ocorrência, consta que o Kadett atravessou o canteiro e rodou até ser atingido na traseira por duas motos que vinham no sentido contrário. Hadad disse à BM que o condutor da Saveiro fugiu do local.
O motorista do Kadett não se machucou, mas foi levado ao Pronto-Socorro de Pelotas em estado de choque. O condutor de uma das motos, Danilo do Amaral Silva, 19 anos, permanecia internado em estado grave até ontem.
O caso será investigado pela Delegacia de Trânsito, que aguarda laudo para identificar as causas do acidente. A BM confirmou que recebe ligações de moradores denunciando rachas no local durante a madrugada.
Em Pelotas, veículos colidiram de frente
Outro acidente que chamou a atenção aconteceu em Pelotas, na madrugada de sábado, quando Jeferson Medina, de 26 anos, e Diego Madruga, de 24 anos, morreram na hora após colidirem suas motos frontalmente. Os dois estavam em sentidos opostos, na Rua Mario Peiruque. Durante uma ultrapassagem, um dos condutores realizou a manobra para o lado incorreto da via, o que acabou vitimando ambos.
Os acidentes com motociclistas
SEXTA
- Caxias do Sul – Um motociclista morreu ao colidir em um carro no final da tarde de sexta-feira na RS-122. João Luiz da Silva, 45 anos, morreu na hora.
SÁBADO
- Bento Gonçalves – Ivan Rubbo, 18 anos, conduzia uma moto que colidiu em um Escort na Rua Cavalheiro José Farina, bairro Licorsul.
- Pelotas – Luiz Carlos da Silva, 65 anos, morreu após a colisão de sua moto contra um poste no bairro Fragata, às 21h20min. O acidente aconteceu depois de o motociclista ter ultrapassado uma Parati.
- Pelotas – Jeferson Ferreira Medina, 26 anos, e Diego Cardoso Madruga, 24 anos, morreram após colidirem suas motos frontalmente no início da madrugada. Os dois conduziam seus veículos em sentidos opostos na Rua Professor Mario Peiruque. Durante uma ultrapassagem, acabaram se chocando.
DOMINGO
- Caxias do Sul – Edson Antônio da Silva, 27 anos, morreu o final da manhã deste domingo após sua moto colidir frontalmente em um Chevette às 4h30min, no km 3 da RSC-453. O caroneiro, Andrei Almeida Toledo da Silva, 14 anos, também não resistiu aos ferimentos.
- Vale Real – Lucas Bernardi dos Santos, 17 anos, não resistiu aos ferimentos ocasionados por um acidente de trânsito e morreu ontem. No sábado, ele conduzia uma moto quando de envolveu em uma colisão com um Celta.
- Pelotas – Rosalvo Madruga da Silva Júnior, 15 anos, estava na carona de uma moto que colidiu com um Kadett, na madrugada de domingo.
- São Leopoldo – Dener Lindolfo da Silva, 32 anos, morreu às 23h45min de sábado ao colidir sua moto contra um ônibus na Avenida Imperatriz Leopoldina, bairro Pinheiros.
- Santa Cruz do Sul – No domingo, uma colisão entre um caminhão de uma moto matou Jurema Lurdes Froemming, 45 anos, em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, caroneira.
Ministro propõe restringir venda
Preocupado com o aumento do número de acidentes com motos no país, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que pretende limitar a venda de motocicletas aos motoristas que tenham habilitação específica para o veículo. Padilha deu a declaração em entrevista a uma rádio de Curitiba. Atualmente, qualquer pessoa, mesmo sem habilitação, pode comprar uma moto ou outro veículo – a compra de automóveis no Brasil também não está relacionada à carteira de habilitação.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - É crítico este diagnóstico de acidentes e mortes envolvendo motos. Entretanto, a solução do Ministro de proibir a venda de motos para solucionar o problema é um cúmulo vindo de quem não entende nada de trânsito ou de saúde. Seria como determinar o fim dos hospitais para acabar com a doença.
É preciso analisar os motivos de tantos acidentes e buscar soluções mais reais e positivas. Na minha opinião, um destes motivos é o capacete inadequado para uso dentro da cidade, onde a maioria dos acidentes tem ocorrido. Acontece que o modelo atual de capacidade reduz a audição, a visão e a atenção do condutor de moto, proporcionando riscos de acidente.
O final de semana no Rio Grande do Sul foi marcado por uma série de acidentes fatais, muitos deles envolvendo motociclistas. Ao todo, em apenas três dias, 11 pessoas perderam a vida em motos ao colidir em ruas e estradas gaúchas. Um dos mais impressionantes aconteceu em Pelotas, quando duas motos e um veículo se incendiaram ao bater na Avenida Bento Gonçalves, no Centro. Rosalvo Madruga da Silva Júnior, 15 anos, morreu na hora.
Segundo a Brigada Militar, a colisão aconteceu por volta das 2h15min. Ibraim da Silva Hadad, 24 anos, motorista do Kadett envolvido no acidente, disse à polícia que uma Saveiro cortou sua frente enquanto dirigia no sentido Rodoviária-Centro, o que o fez perder o controle e invadir a outra pista.
No boletim de ocorrência, consta que o Kadett atravessou o canteiro e rodou até ser atingido na traseira por duas motos que vinham no sentido contrário. Hadad disse à BM que o condutor da Saveiro fugiu do local.
O motorista do Kadett não se machucou, mas foi levado ao Pronto-Socorro de Pelotas em estado de choque. O condutor de uma das motos, Danilo do Amaral Silva, 19 anos, permanecia internado em estado grave até ontem.
O caso será investigado pela Delegacia de Trânsito, que aguarda laudo para identificar as causas do acidente. A BM confirmou que recebe ligações de moradores denunciando rachas no local durante a madrugada.
Em Pelotas, veículos colidiram de frente
Outro acidente que chamou a atenção aconteceu em Pelotas, na madrugada de sábado, quando Jeferson Medina, de 26 anos, e Diego Madruga, de 24 anos, morreram na hora após colidirem suas motos frontalmente. Os dois estavam em sentidos opostos, na Rua Mario Peiruque. Durante uma ultrapassagem, um dos condutores realizou a manobra para o lado incorreto da via, o que acabou vitimando ambos.
Os acidentes com motociclistas
SEXTA
- Caxias do Sul – Um motociclista morreu ao colidir em um carro no final da tarde de sexta-feira na RS-122. João Luiz da Silva, 45 anos, morreu na hora.
SÁBADO
- Bento Gonçalves – Ivan Rubbo, 18 anos, conduzia uma moto que colidiu em um Escort na Rua Cavalheiro José Farina, bairro Licorsul.
- Pelotas – Luiz Carlos da Silva, 65 anos, morreu após a colisão de sua moto contra um poste no bairro Fragata, às 21h20min. O acidente aconteceu depois de o motociclista ter ultrapassado uma Parati.
- Pelotas – Jeferson Ferreira Medina, 26 anos, e Diego Cardoso Madruga, 24 anos, morreram após colidirem suas motos frontalmente no início da madrugada. Os dois conduziam seus veículos em sentidos opostos na Rua Professor Mario Peiruque. Durante uma ultrapassagem, acabaram se chocando.
DOMINGO
- Caxias do Sul – Edson Antônio da Silva, 27 anos, morreu o final da manhã deste domingo após sua moto colidir frontalmente em um Chevette às 4h30min, no km 3 da RSC-453. O caroneiro, Andrei Almeida Toledo da Silva, 14 anos, também não resistiu aos ferimentos.
- Vale Real – Lucas Bernardi dos Santos, 17 anos, não resistiu aos ferimentos ocasionados por um acidente de trânsito e morreu ontem. No sábado, ele conduzia uma moto quando de envolveu em uma colisão com um Celta.
- Pelotas – Rosalvo Madruga da Silva Júnior, 15 anos, estava na carona de uma moto que colidiu com um Kadett, na madrugada de domingo.
- São Leopoldo – Dener Lindolfo da Silva, 32 anos, morreu às 23h45min de sábado ao colidir sua moto contra um ônibus na Avenida Imperatriz Leopoldina, bairro Pinheiros.
- Santa Cruz do Sul – No domingo, uma colisão entre um caminhão de uma moto matou Jurema Lurdes Froemming, 45 anos, em Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo, caroneira.
Ministro propõe restringir venda
Preocupado com o aumento do número de acidentes com motos no país, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, afirmou que pretende limitar a venda de motocicletas aos motoristas que tenham habilitação específica para o veículo. Padilha deu a declaração em entrevista a uma rádio de Curitiba. Atualmente, qualquer pessoa, mesmo sem habilitação, pode comprar uma moto ou outro veículo – a compra de automóveis no Brasil também não está relacionada à carteira de habilitação.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - É crítico este diagnóstico de acidentes e mortes envolvendo motos. Entretanto, a solução do Ministro de proibir a venda de motos para solucionar o problema é um cúmulo vindo de quem não entende nada de trânsito ou de saúde. Seria como determinar o fim dos hospitais para acabar com a doença.
É preciso analisar os motivos de tantos acidentes e buscar soluções mais reais e positivas. Na minha opinião, um destes motivos é o capacete inadequado para uso dentro da cidade, onde a maioria dos acidentes tem ocorrido. Acontece que o modelo atual de capacidade reduz a audição, a visão e a atenção do condutor de moto, proporcionando riscos de acidente.
domingo, 23 de outubro de 2011
SÓ MULTAR NÃO RESOLVE
OPINIÃO O Estado de S.Paulo, 23/10/2011
O aumento da arrecadação com multas de trânsito na cidade de São Paulo, entre 2008 e 2012, será de nada menos que 115%, se for confirmada a previsão para o ano que vem. Como nisso a Prefeitura não costuma falhar, pode-se dar como certo o salto de R$ 386,1 milhões para R$ 832,4 milhões. Nos últimos três anos, o aparelho fiscalizador continuou sendo ampliado e aprimorado. Nas ruas e avenidas da capital foram instalados 354 novos radares eletrônicos e 112 câmeras. O quadro de fiscais da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) ganhou 250 novos agentes e o Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran) foi reativado. Mais 800 policiais foram colocados nas ruas.
No entanto, a severa vigilância não tem resultado na redução do número de acidentes e de mortes, como seria de esperar. Nos últimos dois anos, a frota de veículos cresceu 7,9%, chegando a 7,1 milhões em julho, enquanto o número de mortes no trânsito cresceu 8,9%. No ano passado, uma pessoa se feriu a cada 20 minutos e uma morreu a cada 13 horas no trânsito de São Paulo.
Tudo isso mostra que a punição descolada da educação e da melhoria da engenharia de tráfego não produz bons resultados. Alegam os responsáveis pelo trânsito que há uma relação entre o aumento da frota e o do número de acidentes. Desde 2008, a frota de São Paulo ganhou 1,2 milhão de novos veículos, entre carros, motos, ônibus e caminhões. Mas a situação seria certamente diferente se os novos motoristas tivessem melhor formação.
O aumento da arrecadação é também, em parte, atribuído à lei que o prefeito Gilberto Kassab sancionou há quatro anos, instituindo o parcelamento de multas de trânsito em até 12 parcelas mensais para veículos registrados na capital. Na época, 800 mil veículos apresentavam multas pendentes num total de R$ 512 milhões. Apesar dessas facilidades, a Prefeitura colocou, desde abril, mais de 690 mil devedores de multas na lista do Cadastro Informativo Municipal (Cadin).
O controle do trânsito em São Paulo se baseia principalmente na punição do motorista infrator. A Prefeitura nada faz para estimular entidades não governamentais, empresariais, educacionais, técnicos e acadêmicos a adotarem iniciativas destinadas a promover o respeito às regras de trânsito, aos pedestres e ao meio ambiente.
Reportagem publicada pelo Estado dias atrás mostrou que alguns estudiosos da questão defendem o rigor da fiscalização como um bom instrumento para reduzir o número de acidentes e mortes no trânsito. Luiz Célio Bottura, ombudsman da Campanha de Proteção ao Pedestre da CET, afirma que o número de multas deveria ser até maior. Tendo em vista a péssima formação dos motoristas, o volume de infrações flagradas poderia de fato ser bem superior ao registrado.
Por isso mesmo, as autoridades deveriam cuidar mais da capacitação para dirigir com segurança. Poderiam começar a fazer isso combatendo as fraudes e negligências em muitos centros de formação de motoristas, que ainda corrompem o sistema digital e vendem facilidades para motoristas incapazes de serem aprovados nos testes para obtenção de carteira de habilitação.
Como bem lembra o engenheiro Flamínio Fichmann, em entrevista ao Estado, a CET erra ao se preocupar mais em punir os que descumprem o rodízio municipal, por exemplo, do que os que dirigem sob efeito de álcool ou drogas, desrespeitam semáforos e limites de velocidade. Autoridades de trânsito também obteriam melhores resultados se investissem em iniciativas capazes de reduzir o permanente conflito entre motociclistas e motoristas. Das 1.357 mortes em acidentes de trânsito no ano passado, 478 foram de motociclistas.
Igualmente importante seria melhorar a sinalização e a pavimentação das vias, que deixam muito a desejar e respondem por grande número de acidentes. Finalmente, é preciso mudar o comportamento dos agentes da CET, sempre mais preocupados com o bloco de multas do que com a orientação do trânsito.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Quando a Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul tinha a responsabilidade do controle e fiscalização do trânsito, tinha uma norma que a multa só deveria ter a assinatura do infrator, justamente para possibilitar a educação do motorista. Hoje, as multas são feitas pro via eletrônica e pelas costas, sem a necessidade de contatar com o infrator, educá-lo e pegar a sua assinatura na notificação. Havia também um programa nas rodovias onde o infrator, ao invés da multa, recebia orientações num posto da própria estrada. Hoje, o policiamento preventivo sumiu das ruas e das estradas, desprezou o contato pessoal para deixar o serviço para a fiscalização eletrônica. O pior, é que os condutores de veículos são multados quando erram, mas os governantes e os órgãos responsáveis pelo trânsito não sofrem nenhuma punição diante de estradas e ruas cheias de buracos e mal sinalizadas.
O aumento da arrecadação com multas de trânsito na cidade de São Paulo, entre 2008 e 2012, será de nada menos que 115%, se for confirmada a previsão para o ano que vem. Como nisso a Prefeitura não costuma falhar, pode-se dar como certo o salto de R$ 386,1 milhões para R$ 832,4 milhões. Nos últimos três anos, o aparelho fiscalizador continuou sendo ampliado e aprimorado. Nas ruas e avenidas da capital foram instalados 354 novos radares eletrônicos e 112 câmeras. O quadro de fiscais da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) ganhou 250 novos agentes e o Comando de Policiamento de Trânsito (CPTran) foi reativado. Mais 800 policiais foram colocados nas ruas.
No entanto, a severa vigilância não tem resultado na redução do número de acidentes e de mortes, como seria de esperar. Nos últimos dois anos, a frota de veículos cresceu 7,9%, chegando a 7,1 milhões em julho, enquanto o número de mortes no trânsito cresceu 8,9%. No ano passado, uma pessoa se feriu a cada 20 minutos e uma morreu a cada 13 horas no trânsito de São Paulo.
Tudo isso mostra que a punição descolada da educação e da melhoria da engenharia de tráfego não produz bons resultados. Alegam os responsáveis pelo trânsito que há uma relação entre o aumento da frota e o do número de acidentes. Desde 2008, a frota de São Paulo ganhou 1,2 milhão de novos veículos, entre carros, motos, ônibus e caminhões. Mas a situação seria certamente diferente se os novos motoristas tivessem melhor formação.
O aumento da arrecadação é também, em parte, atribuído à lei que o prefeito Gilberto Kassab sancionou há quatro anos, instituindo o parcelamento de multas de trânsito em até 12 parcelas mensais para veículos registrados na capital. Na época, 800 mil veículos apresentavam multas pendentes num total de R$ 512 milhões. Apesar dessas facilidades, a Prefeitura colocou, desde abril, mais de 690 mil devedores de multas na lista do Cadastro Informativo Municipal (Cadin).
O controle do trânsito em São Paulo se baseia principalmente na punição do motorista infrator. A Prefeitura nada faz para estimular entidades não governamentais, empresariais, educacionais, técnicos e acadêmicos a adotarem iniciativas destinadas a promover o respeito às regras de trânsito, aos pedestres e ao meio ambiente.
Reportagem publicada pelo Estado dias atrás mostrou que alguns estudiosos da questão defendem o rigor da fiscalização como um bom instrumento para reduzir o número de acidentes e mortes no trânsito. Luiz Célio Bottura, ombudsman da Campanha de Proteção ao Pedestre da CET, afirma que o número de multas deveria ser até maior. Tendo em vista a péssima formação dos motoristas, o volume de infrações flagradas poderia de fato ser bem superior ao registrado.
Por isso mesmo, as autoridades deveriam cuidar mais da capacitação para dirigir com segurança. Poderiam começar a fazer isso combatendo as fraudes e negligências em muitos centros de formação de motoristas, que ainda corrompem o sistema digital e vendem facilidades para motoristas incapazes de serem aprovados nos testes para obtenção de carteira de habilitação.
Como bem lembra o engenheiro Flamínio Fichmann, em entrevista ao Estado, a CET erra ao se preocupar mais em punir os que descumprem o rodízio municipal, por exemplo, do que os que dirigem sob efeito de álcool ou drogas, desrespeitam semáforos e limites de velocidade. Autoridades de trânsito também obteriam melhores resultados se investissem em iniciativas capazes de reduzir o permanente conflito entre motociclistas e motoristas. Das 1.357 mortes em acidentes de trânsito no ano passado, 478 foram de motociclistas.
Igualmente importante seria melhorar a sinalização e a pavimentação das vias, que deixam muito a desejar e respondem por grande número de acidentes. Finalmente, é preciso mudar o comportamento dos agentes da CET, sempre mais preocupados com o bloco de multas do que com a orientação do trânsito.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Quando a Brigada Militar do Estado do Rio Grande do Sul tinha a responsabilidade do controle e fiscalização do trânsito, tinha uma norma que a multa só deveria ter a assinatura do infrator, justamente para possibilitar a educação do motorista. Hoje, as multas são feitas pro via eletrônica e pelas costas, sem a necessidade de contatar com o infrator, educá-lo e pegar a sua assinatura na notificação. Havia também um programa nas rodovias onde o infrator, ao invés da multa, recebia orientações num posto da própria estrada. Hoje, o policiamento preventivo sumiu das ruas e das estradas, desprezou o contato pessoal para deixar o serviço para a fiscalização eletrônica. O pior, é que os condutores de veículos são multados quando erram, mas os governantes e os órgãos responsáveis pelo trânsito não sofrem nenhuma punição diante de estradas e ruas cheias de buracos e mal sinalizadas.
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
RS - PROJETO BALADA SEGURA PODE SER TORNAR LEI ESTADUAL
Em oito meses, operação fiscalizou 13 mil veículos - jornal do comercio, 21/10/2011
Barcellos, Grill e Pestana entregaram proposta a Adão Villaverde
O projeto que transforma a Operação Balada Segura em lei no Rio Grande do Sul foi entregue nesta quinta-feira ao presidente da Assembleia Legislativa, Adão Villaverde. A proposta foi encaminhada pelo vice-governador Beto Grill, pelo chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, e pelo diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Alessandro Barcellos. O objetivo é realizar ações de fiscalização e de educação no combate ao uso do álcool no trânsito em locais e horários de maior incidência de acidentes.
"Tivemos um período experimental para subsidiar o projeto que estamos apresentando. Queremos ampliar os convênios com os municípios para que a fiscalização e as campanhas de conscientização dos motoristas aconteçam em todo o território gaúcho", comenta Grill.
Ao entregar uma camiseta e o material de divulgação da Operação Balada Segura ao presidente da Assembleia, Barcellos disse que serão firmados convênios com entidades municipais, estaduais e não governamentais com atuação na área de trânsito. "A parceria com a Brigada Militar, a Polícia Civil e a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), em Porto Alegre, será decisiva para o sucesso da operação", destaca.
De acordo com Barcellos, no primeiro semestre, a Capital registrou uma redução de 33% nos acidentes com vítimas fatais nas madrugadas de sábados e domingo em que ocorreram as blitze.
Segundo Villaverde, o projeto não tramitará em regime de urgência, mas o parlamentar acredita que contará com o apoio e sensibilidade do conjunto das bancadas para ser votado com a brevidade desejada pelo Poder Executivo. "Os primeiros resultados da operação demonstraram que é um projeto promissor. É uma preocupação importante não só do governo do Estado, mas também uma demanda das famílias", acrescentou.
O período experimental da Operação Balada Segura (4 de fevereiro a 26 de setembro) realizou em Porto Alegre 174 operações, com a fiscalização de 13 mil veículos e 2,4 mil autuações. Nesses oito meses, a fiscalização flagrou 204 condutores alcoolizados. Deste total, 83 foram conduzidos à delegacia de polícia por apresentarem uma concentração de álcool no sangue que o Código de Trânsito Brasileiro configura como crime de trânsito.
Outros 234 motoristas que se recusaram a fazer o teste do bafômetro tiveram a carteira de habilitação recolhida e responderão administrativamente pela infração.
Barcellos, Grill e Pestana entregaram proposta a Adão Villaverde
O projeto que transforma a Operação Balada Segura em lei no Rio Grande do Sul foi entregue nesta quinta-feira ao presidente da Assembleia Legislativa, Adão Villaverde. A proposta foi encaminhada pelo vice-governador Beto Grill, pelo chefe da Casa Civil, Carlos Pestana, e pelo diretor-presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Alessandro Barcellos. O objetivo é realizar ações de fiscalização e de educação no combate ao uso do álcool no trânsito em locais e horários de maior incidência de acidentes.
"Tivemos um período experimental para subsidiar o projeto que estamos apresentando. Queremos ampliar os convênios com os municípios para que a fiscalização e as campanhas de conscientização dos motoristas aconteçam em todo o território gaúcho", comenta Grill.
Ao entregar uma camiseta e o material de divulgação da Operação Balada Segura ao presidente da Assembleia, Barcellos disse que serão firmados convênios com entidades municipais, estaduais e não governamentais com atuação na área de trânsito. "A parceria com a Brigada Militar, a Polícia Civil e a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), em Porto Alegre, será decisiva para o sucesso da operação", destaca.
De acordo com Barcellos, no primeiro semestre, a Capital registrou uma redução de 33% nos acidentes com vítimas fatais nas madrugadas de sábados e domingo em que ocorreram as blitze.
Segundo Villaverde, o projeto não tramitará em regime de urgência, mas o parlamentar acredita que contará com o apoio e sensibilidade do conjunto das bancadas para ser votado com a brevidade desejada pelo Poder Executivo. "Os primeiros resultados da operação demonstraram que é um projeto promissor. É uma preocupação importante não só do governo do Estado, mas também uma demanda das famílias", acrescentou.
O período experimental da Operação Balada Segura (4 de fevereiro a 26 de setembro) realizou em Porto Alegre 174 operações, com a fiscalização de 13 mil veículos e 2,4 mil autuações. Nesses oito meses, a fiscalização flagrou 204 condutores alcoolizados. Deste total, 83 foram conduzidos à delegacia de polícia por apresentarem uma concentração de álcool no sangue que o Código de Trânsito Brasileiro configura como crime de trânsito.
Outros 234 motoristas que se recusaram a fazer o teste do bafômetro tiveram a carteira de habilitação recolhida e responderão administrativamente pela infração.
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
EMBRIAGADO E SEM CNH BATE CARRO E DEIXA IDOSA FERIDA
Motorista embriagado e sem CNH bate e deixa idosa ferida em SP - COLABORAÇÃO PARA A FOLHA.COM, 20/10/2011
Um motorista embriagado e sem CNH (carteira de habilitação) bateu em três veículos na avenida Túlio Teodoro de Campos, no Campo Belo, zona sul de São Paulo, segundo a SSP (Secretaria de Segurança Pública).
Uma mulher de 61 anos ficou levemente ferida e já recebeu alta após ser internada no hospital São Luiz. O motorista foi preso em flagrante e solto após pagar fiança de cinco salários mínimos. Ele foi indiciado por embriaguez ao volante, ausência de habilitação e lesão corporal culposa.
O acidente aconteceu na noite de terça-feira (18), quando o eletricista Daywison Vieira Bottaro, 26, perdeu o controle de seu Opala, bateu em um Celta e começou a rodar na via, atingindo em seguida mais dois veículos, um Agile e um Monza. A idosa ferida era motorista do Celta, segundo a SSP.
Chamados ao local, os policiais submeteram o motorista ao teste do bafômetro, que registrou 0,7 mg de álcool por litro de sangue, constatando assim a embriaguez de Bottaro no momento do acidente. No seu carro foram encontradas seis latas de cerveja fechadas.
O suspeito foi levado para a delegacia, onde permaneceu preso até ontem (20). Foram solicitados exame de corpo de delito para a vítima, exame de dosagem alcoólica para Bottaro e perícia para o local. O caso foi registrado no 27° DP (Campo Belo).
Inicialmente, a polícia havia divulgado que Bottaro estava na contra-mão da via e que havia batido em somente um carro.
IMPUNIDADE - BEBEU, ATROPELOU TRÊS PESSOAS NA CALÇADA, PAGOU FIANÇA E ESTÁ LIVRE
Jovem que atropelou 3 é liberado após pagar fiança. O GLOBO, 19 de outubro de 2011 | 19h 43 - MARCELA BOURROUL GONSALVES - Agência Estado
O jovem Nacib Mohamed Orra, de 20 anos, suspeito de atropelar três pessoas no último final de semana na Avenida Juscelino Kubitschek, na zona sul de São Paulo, deixou a Penitenciária de Tremembé no início da noite de hoje. Por volta das 17h30, sua família pagou a fiança de R$ 54,5 mil, equivalente a 100 salários mínimos, estabelecida pela Justiça. O alvará de soltura foi expedido e enviado por fax à penitenciária. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), o rapaz deixou a prisão por volta das 18h40.
Orra invadiu a calçada e atingiu as três pessoas que estavam em um ponto de ônibus na avenida. Ele dirigia um Honda Civic, mas não tinha Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
O jovem negou-se a prestar depoimento, optando pelo direito de falar somente em juízo, mas teria dito informalmente à polícia que pegou o carro dos pais sem autorização e consumiu três doses de uísque antes do acidente.
Entre as vítimas estava o casal Meire e Ricardo Miranda. Eles se casariam em fevereiro, mas decidiram adiar a cerimônia por causa do acidente. Hoje, Meire seguia internada na Santa Casa em recuperação. Seu estado era estável. O Hospital das Clínicas, onde Ricardo estava, não forneceu informações sobre o paciente.
O jovem Nacib Mohamed Orra, de 20 anos, suspeito de atropelar três pessoas no último final de semana na Avenida Juscelino Kubitschek, na zona sul de São Paulo, deixou a Penitenciária de Tremembé no início da noite de hoje. Por volta das 17h30, sua família pagou a fiança de R$ 54,5 mil, equivalente a 100 salários mínimos, estabelecida pela Justiça. O alvará de soltura foi expedido e enviado por fax à penitenciária. Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (SAP), o rapaz deixou a prisão por volta das 18h40.
Orra invadiu a calçada e atingiu as três pessoas que estavam em um ponto de ônibus na avenida. Ele dirigia um Honda Civic, mas não tinha Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
O jovem negou-se a prestar depoimento, optando pelo direito de falar somente em juízo, mas teria dito informalmente à polícia que pegou o carro dos pais sem autorização e consumiu três doses de uísque antes do acidente.
Entre as vítimas estava o casal Meire e Ricardo Miranda. Eles se casariam em fevereiro, mas decidiram adiar a cerimônia por causa do acidente. Hoje, Meire seguia internada na Santa Casa em recuperação. Seu estado era estável. O Hospital das Clínicas, onde Ricardo estava, não forneceu informações sobre o paciente.
JURISTAS QUEREM MAIS RIGOR NO CÓDIGO PENAL PARA MOTORISTA QUE BEBE E MATA
Representantes de SP na comissão que discutirá a reforma da lei a partir de hoje também vão propor agravante por 'direção temerária' - O GLOBO, 17 de outubro de 2011 | 23h 18 - Luísa Alcalde - Jornal da Tarde
SÃO PAULO - Juristas paulistas querem aproveitar a revisão do Código Penal para tornar mais rigorosa a punição para quem dirige embriagado e mata no trânsito. Dois dos 16 convidados para integrar a comissão de reforma da legislação, que será instituída hoje no Senado Federal, a procuradora Luiza Nagib Eluf e o professor de Direito Penal Luiz Flávio Gomes defendem pena mais dura para motoristas bêbados até quando não há acidente.
"No Código de Trânsito, dirigir embriagado já leva a punição. Mas, em caso de acidente que provoque lesão corporal ou morte, a pena tem de ser mais severa do que a prevista para crime culposo (sem intenção). É isso o que a sociedade espera de nós da Comissão de Reforma Penal. A população quer que o Código a proteja da irresponsabilidade, da bandidagem, da violência", diz Luiza.
Uma das propostas, segundo Gomes, é que a embriaguez se torne qualificadora do crime de homicídio. "Por aqui está faltando o que na Europa é classificado como direção temerária de maneira abusiva, como para quem trafega na contramão em rodovias, por exemplo. Em vez de 2 a 4 anos de prisão, a pena subiria para 4 a 8 anos de reclusão."
Punição semelhante foi defendida no sábado pelo presidente da Comissão de Trânsito da OAB - SP, Marcelo Januzzi, durante caminhada contra a impunidade no trânsito que reuniu cerca de 150 pessoas no Alto de Pinheiros. Mesmo sob chuva, manifestantes marcharam em silêncio em homenagem às vítimas e lançaram campanha para recolher assinaturas e mudar a atual legislação por meio de projeto de lei. A ideia é que legistas acompanhem blitze da lei seca para que se garanta a prova do crime: a discussão sobre a legalidade do bafômetro segue no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF).
Para o engenheiro Eduardo Daros, da Associação Brasileira de Pedestres, motorista bêbado em excesso de velocidade deve receber da Justiça o mesmo tratamento dado a "assassino". Já o senador Pedro Taques (PDT/MT), autor da proposta que criou a Comissão de Reforma Penal, acha que os assuntos terão de ser discutidos com calma. "Quando o Código Penal foi escrito, em 1940, a sociedade era sobretudo rural. Hoje, é o contrário. O número de mortes em razão de excesso de velocidade e embriaguez dos motoristas é assustador."
Polêmica. "Acho essa discussão muito importante, porque cada dia mais vemos acidentes provocados por motoristas alcoolizados, dirigindo em velocidade acima da permitida, atropelando pessoas em cima da calçada ou provocando choques com mortos", resume Luiza.
E a controvérsia vai além. Decisão recente do STF entendeu que motorista paulista que dirigia embriagado e matou uma pessoa não deveria responder por homicídio doloso (com intenção). A condenação do condutor foi desqualificada e o réu vai responder por homicídio culposo. A decisão contraria sentençados anos 1990 do mesmo tribunal.
"O Ministério Público estava denunciando como homicídio doloso. Mas veio a decisão do STF dizendo que não é o caso. Precisamos agora de penas mais severas para evitar que continuem ocorrendo essas mortes", diz Luiza, lembrando que, se (acidentes com morte) são enquadrados como homicídio culposo, a pena é pequena e motorista não vai para a prisão - é punido, no máximo, com pena alternativa.
DUAS PERGUNTAS PARA - Luiz Flávio Gomes, professor de Direito Penal
Que pontos o senhor considera que devem ser mudados?
Há muitas lacunas. Por exemplo, o conceito de crime organizado não existe. O de cola eletrônica feita por vestibulandos, também não. Os crimes informáticos puros também não estão definidos no Código e, portanto, necessitamos incluí-los. O delito de terrorismo da mesma forma não está previsto. Veja que são pontos-chave, de muita urgência. Por outro lado, alguns delitos já presentes precisam ter uma revisão da forma como estão descritos e suas penas, como é o caso da formação de quadrilha ou bando.
O senhor acredita que haverá revisão do tempo máximo de pena aplicado no País (30 anos)?
Não, porque não acreditamos que esta seja a solução do problema da criminalidade. A solução está nas medidas preventivas, que são o caminho correto. Não dá para confiar apenas na repressão.
SÃO PAULO - Juristas paulistas querem aproveitar a revisão do Código Penal para tornar mais rigorosa a punição para quem dirige embriagado e mata no trânsito. Dois dos 16 convidados para integrar a comissão de reforma da legislação, que será instituída hoje no Senado Federal, a procuradora Luiza Nagib Eluf e o professor de Direito Penal Luiz Flávio Gomes defendem pena mais dura para motoristas bêbados até quando não há acidente.
"No Código de Trânsito, dirigir embriagado já leva a punição. Mas, em caso de acidente que provoque lesão corporal ou morte, a pena tem de ser mais severa do que a prevista para crime culposo (sem intenção). É isso o que a sociedade espera de nós da Comissão de Reforma Penal. A população quer que o Código a proteja da irresponsabilidade, da bandidagem, da violência", diz Luiza.
Uma das propostas, segundo Gomes, é que a embriaguez se torne qualificadora do crime de homicídio. "Por aqui está faltando o que na Europa é classificado como direção temerária de maneira abusiva, como para quem trafega na contramão em rodovias, por exemplo. Em vez de 2 a 4 anos de prisão, a pena subiria para 4 a 8 anos de reclusão."
Punição semelhante foi defendida no sábado pelo presidente da Comissão de Trânsito da OAB - SP, Marcelo Januzzi, durante caminhada contra a impunidade no trânsito que reuniu cerca de 150 pessoas no Alto de Pinheiros. Mesmo sob chuva, manifestantes marcharam em silêncio em homenagem às vítimas e lançaram campanha para recolher assinaturas e mudar a atual legislação por meio de projeto de lei. A ideia é que legistas acompanhem blitze da lei seca para que se garanta a prova do crime: a discussão sobre a legalidade do bafômetro segue no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF).
Para o engenheiro Eduardo Daros, da Associação Brasileira de Pedestres, motorista bêbado em excesso de velocidade deve receber da Justiça o mesmo tratamento dado a "assassino". Já o senador Pedro Taques (PDT/MT), autor da proposta que criou a Comissão de Reforma Penal, acha que os assuntos terão de ser discutidos com calma. "Quando o Código Penal foi escrito, em 1940, a sociedade era sobretudo rural. Hoje, é o contrário. O número de mortes em razão de excesso de velocidade e embriaguez dos motoristas é assustador."
Polêmica. "Acho essa discussão muito importante, porque cada dia mais vemos acidentes provocados por motoristas alcoolizados, dirigindo em velocidade acima da permitida, atropelando pessoas em cima da calçada ou provocando choques com mortos", resume Luiza.
E a controvérsia vai além. Decisão recente do STF entendeu que motorista paulista que dirigia embriagado e matou uma pessoa não deveria responder por homicídio doloso (com intenção). A condenação do condutor foi desqualificada e o réu vai responder por homicídio culposo. A decisão contraria sentençados anos 1990 do mesmo tribunal.
"O Ministério Público estava denunciando como homicídio doloso. Mas veio a decisão do STF dizendo que não é o caso. Precisamos agora de penas mais severas para evitar que continuem ocorrendo essas mortes", diz Luiza, lembrando que, se (acidentes com morte) são enquadrados como homicídio culposo, a pena é pequena e motorista não vai para a prisão - é punido, no máximo, com pena alternativa.
DUAS PERGUNTAS PARA - Luiz Flávio Gomes, professor de Direito Penal
Que pontos o senhor considera que devem ser mudados?
Há muitas lacunas. Por exemplo, o conceito de crime organizado não existe. O de cola eletrônica feita por vestibulandos, também não. Os crimes informáticos puros também não estão definidos no Código e, portanto, necessitamos incluí-los. O delito de terrorismo da mesma forma não está previsto. Veja que são pontos-chave, de muita urgência. Por outro lado, alguns delitos já presentes precisam ter uma revisão da forma como estão descritos e suas penas, como é o caso da formação de quadrilha ou bando.
O senhor acredita que haverá revisão do tempo máximo de pena aplicado no País (30 anos)?
Não, porque não acreditamos que esta seja a solução do problema da criminalidade. A solução está nas medidas preventivas, que são o caminho correto. Não dá para confiar apenas na repressão.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
MOTORISTA EMBRIAGADO OFERECE BEBIDA A PM APÓS PROVOCAR ACIDENTE
Motorista embriagado oferece bebida a PM após provocar acidente no Campo Belo. Diversas latinhas de cerveja foram encontradas no chão do carro; acidente deixou dois feridos - 19 de outubro de 2011 | 6h 03 - Pedro da Rocha, do estadão.com.br
SÃO PAULO - Um motorista embriagado perdeu o controle de seu Opala de cor verde, na Rua Jorge Duprat Figueiredo, no Campo Belo, zona sul da capital pauilista, na noite de terça-feira, 18, entrou na contramão e bateu em um Celta preto que vinha na direção contrária. No chão do banco de passageiro do automóvel estavam diversas latas de cerveja vazias.
A ocupante do Celta teve ferimentos leves, foi medicada no Hospital São Luiz e liberada. O condutor do Opala fraturou o ombro e acabou encaminhado ao Hospital São Paulo. No 27º Distrito Policial (DP), onde o caso foi registrado, a fiança para o motorista bêbado foi fixada em cinco salários mínimos (cerca de R$ 3 mil). Como ele disse aos policiais não possuir o dinheiro, será preso em flagrante quando liberado pelos médicos.
Segundo uma testemunha, o Opala fez uma curva em alta velocidade e invadiu a pista contrária. Ao bater no Celta, girou e parou ao colidir com um Monza que estava estacionado. De acordo com um policial militar que atendeu a ocorrência, o eletricista Deivison Vieira, de 26 anos, que dirigia o Opala, chegou a lhe oferecer bebida alcoólica, em tom de deboche. O teste do bafômetro de Deivison acusou teor alcoólico de 0.7 mg por litro de sangue, enquanto a quantia tolerada por lei é de 0.3 mg por litro de sangue.
O marido da condutora do Celta, o professor Léo Ricino, de 65 anos, contou, no local do acidente, que a mulher havia acabado de deixar a neta, de 2 anos, na casa da filha. "Graças a deus a criança não estava no veículo. Esse moleque bêbado poderia ter provocado a morte dela", disse, indignado. O cinto de segurança da esposa de Ricino ficou preso e os bombeiros tiveram que retirar a porta do veículo para removê-la.
SÃO PAULO - Um motorista embriagado perdeu o controle de seu Opala de cor verde, na Rua Jorge Duprat Figueiredo, no Campo Belo, zona sul da capital pauilista, na noite de terça-feira, 18, entrou na contramão e bateu em um Celta preto que vinha na direção contrária. No chão do banco de passageiro do automóvel estavam diversas latas de cerveja vazias.
A ocupante do Celta teve ferimentos leves, foi medicada no Hospital São Luiz e liberada. O condutor do Opala fraturou o ombro e acabou encaminhado ao Hospital São Paulo. No 27º Distrito Policial (DP), onde o caso foi registrado, a fiança para o motorista bêbado foi fixada em cinco salários mínimos (cerca de R$ 3 mil). Como ele disse aos policiais não possuir o dinheiro, será preso em flagrante quando liberado pelos médicos.
Segundo uma testemunha, o Opala fez uma curva em alta velocidade e invadiu a pista contrária. Ao bater no Celta, girou e parou ao colidir com um Monza que estava estacionado. De acordo com um policial militar que atendeu a ocorrência, o eletricista Deivison Vieira, de 26 anos, que dirigia o Opala, chegou a lhe oferecer bebida alcoólica, em tom de deboche. O teste do bafômetro de Deivison acusou teor alcoólico de 0.7 mg por litro de sangue, enquanto a quantia tolerada por lei é de 0.3 mg por litro de sangue.
O marido da condutora do Celta, o professor Léo Ricino, de 65 anos, contou, no local do acidente, que a mulher havia acabado de deixar a neta, de 2 anos, na casa da filha. "Graças a deus a criança não estava no veículo. Esse moleque bêbado poderia ter provocado a morte dela", disse, indignado. O cinto de segurança da esposa de Ricino ficou preso e os bombeiros tiveram que retirar a porta do veículo para removê-la.
PREVENÇÃO - POLICIAMENTO COMUNITÁRIO RODOVIÁRIO
AJUDA MÚTUA. Uma parceria que traz mais segurança. Projeto que aproxima comando rodoviário da BM e comunidade ajuda a prevenir crimes no Interior - FERNANDA DA COSTA | PASSO FUNDO, ZERO HORA 19/10/2011
Atenta a qualquer movimento estranho, a agricultora Aquelina Ceolin Bevilácqua, 74 anos, tem sido os olhos do Comando Rodoviário da Brigada Militar no distrito de Bela Vista, localizado às margens da rodovia Passo Fundo-Pontão (ERS-324). Ela participa desde o início de um projeto de parceria entre polícia rodoviária e comunidade que ajudou a reduzir a ocorrência de crimes no interior.
Criado como projeto-piloto há 10 anos, em Passo Fundo, o projeto de Policiamento Rodoviário Comunitário atualmente abrange 220 municípios da região do 1º Batalhão Rodoviário da Brigada Militar e está presente nos outros dois batalhões rodoviários estaduais. Há mais de 50 anos morando no distrito de Bela Vista, Aquelina conta que a família sentiu mais segurança com o projeto.
– Roubos e abandono de veículos nas lavouras eram comuns. Com a polícia mais próxima, há cerca de dois anos não roubam nada por aqui – afirma a produtora de soja e milho.
Os altos índices de abigeatos e furtos ou roubos a residências motivaram a iniciativa de contar com a observação da comunidade.
– Não temos efetivo suficiente para patrulhar todas as rodovias, por isso contamos com o apoio das comunidades, que nos auxiliam na fiscalização – diz o tenente Paulo Roberto Mariano de Souza, analista de operações do 1º Batalhão Rodoviário da Brigada Militar.
No projeto, a Polícia Rodoviária visita e cadastra famílias que moram à beira das rodovias, passando orientações que vão desde dicas sobre segurança no trânsito até a importância da fiscalização e da denúncia feitas pelas comunidades para a prevenção de crimes. As pessoas são orientadas a ligar para o Comando Rodoviário sempre que tiver problemas ou informações relacionados à segurança no trânsito ou nas propriedades rurais.
– Ligam sempre que há pessoas ou veículos estranhos, acidentes, motoristas com problemas mecânicos ou dirigindo de forma irregular, animais ou árvores na pista. Facilitam nosso trabalho – comenta Souza.
Com confiança, policiais ficam amigos das famílias
Depois de cadastradas, as famílias participam de reuniões com o Comando Rodoviário para discutir os problemas que enfrentam com a segurança e o andamento do projeto. Segundo Souza, são realizadas cerca de 60 reuniões por ano na área do 1º Batalhão Rodoviário. Este ano, já foram realizadas 64.
– A maior vantagem do Policiamento Comunitário é a confiança. Passamos a trabalhar em parceria, ficamos amigos das famílias – diz o sargento César Luis de Lima, que participa do projeto desde 2001.
Comunicação facilitada
Em 2001, no início do projeto de Policiamento Rodoviário Comunitário, as famílias entravam em contato com o Comando Rodoviário de Passo Fundo por meio de um número de celular, doado pela própria comunidade. Porém, era preciso pagar a ligação.
Há mais de quatro anos, com a implantação do número de emergência 198, o canal de comunicação com a comunidade ficou mais fácil.
– Com o 198, as pessoas não gastam para ligar e o número é mais fácil de memorizar. Passamos a receber ainda mais ligações – comenta o sargento César Luis de Lima.
O número de celular, no entanto, não foi desativado. Algumas famílias ainda o utilizam para passar informações.
O PROJETO - Policiamento Rodoviário Comunitário na região de abrangência do 1º Batalhão Rodoviário da Brigada Militar, que integra municípios na Serra, no Planalto Médio, no Médio e no Alto Uruguai e Missões. Fonte: 1º Batalhão Rodoviário da Brigada Militar
- O projeto começou em Passo Fundo e hoje abrange 220 municípios;
- Em 2001, 10 famílias estavam cadastradas. Hoje são mais de 200;
- O índice de abigeato caiu de 15 por mês para nenhum registro neste ano;
- Furtos ou roubos à residência passaram de cinco a seis por mês a um registro em todo 2011;
- Em 2001, foram investidos R$ 13.964 para compra de 36 telefones celulares, confecção de 10 mil fichas cadastrais e 10 mil informativos. Hoje, empresas patrocinam a impressão dos novos informativos;
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
FISCALIZAÇÃO TÍMIDA DA LEI SECA NO RS
Nova etapa da Balada Segura demora a decolar - ZERO HORA 17/10/2011
Três finais de semana após o reforço na operação Balada Segura, os números da fiscalização permanecem tímidos. Ainda restritas a Porto Alegre, as blitze abordaram uma média de 57 veículos por dia em 12 noites – a ação ocorre de quarta a domingo na capital gaúcha.
Na semana que passou, foram 190 veículos abordados e 25 condutores autuados por embriaguez. No total, já são 687 abordagens desde 27 de setembro, quando a fase reforçada da operação foi lançada pelo governo. Ainda que o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) afirme que o número está dentro do esperado, o resultado fica longe da média de fiscalizações no Rio de Janeiro, inspiração para a iniciativa gaúcha: a média fluminense é de 630 por dia.
Reportagem de Zero Hora publicada em 3 de outubro, após a primeira semana de operação, quando a média era de 50 veículos fiscalizados diariamente, mostrou que, para alcançar a meta estipulada pelo governo de abordar 500 mil veículos até 2014, seria necessário parar 410 carros ao dia. Esse número é mais de sete vezes a média atual.
Entre as novidades da nova fase do Balada Segura está o aumento de dias de atuação da fiscalização. Antes restritas apenas aos finais de semana, as ações agora ocorrem de quarta a domingo. O ponto principal do reforço nas blitze, entretanto, é que todos os motoristas abordados passaram a ser submetidos ao bafômetro. Além do Detran, participam das ações a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e as polícias civil e militar.
Fonte: Detran - Os resultados
PRIMEIRA SEMANA - Veículos abordados: 201; Autuações por embriaguez: 35; Média de abordagens/dia: 50,25
SEGUNDA SEMANA - Veículos abordados: 296; Autuações por embriaguez: 50; Média de abordagens/dia: 74
TERCEIRA SEMANA - Veículos abordados: 190; Autuações por embriaguez: 25; Média de abordagens/dia: 47,5
BALANÇO - Total de abordagens: 687; Média de abordagens/dia: 57,25
Três finais de semana após o reforço na operação Balada Segura, os números da fiscalização permanecem tímidos. Ainda restritas a Porto Alegre, as blitze abordaram uma média de 57 veículos por dia em 12 noites – a ação ocorre de quarta a domingo na capital gaúcha.
Na semana que passou, foram 190 veículos abordados e 25 condutores autuados por embriaguez. No total, já são 687 abordagens desde 27 de setembro, quando a fase reforçada da operação foi lançada pelo governo. Ainda que o Departamento Estadual de Trânsito (Detran) afirme que o número está dentro do esperado, o resultado fica longe da média de fiscalizações no Rio de Janeiro, inspiração para a iniciativa gaúcha: a média fluminense é de 630 por dia.
Reportagem de Zero Hora publicada em 3 de outubro, após a primeira semana de operação, quando a média era de 50 veículos fiscalizados diariamente, mostrou que, para alcançar a meta estipulada pelo governo de abordar 500 mil veículos até 2014, seria necessário parar 410 carros ao dia. Esse número é mais de sete vezes a média atual.
Entre as novidades da nova fase do Balada Segura está o aumento de dias de atuação da fiscalização. Antes restritas apenas aos finais de semana, as ações agora ocorrem de quarta a domingo. O ponto principal do reforço nas blitze, entretanto, é que todos os motoristas abordados passaram a ser submetidos ao bafômetro. Além do Detran, participam das ações a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) e as polícias civil e militar.
Fonte: Detran - Os resultados
PRIMEIRA SEMANA - Veículos abordados: 201; Autuações por embriaguez: 35; Média de abordagens/dia: 50,25
SEGUNDA SEMANA - Veículos abordados: 296; Autuações por embriaguez: 50; Média de abordagens/dia: 74
TERCEIRA SEMANA - Veículos abordados: 190; Autuações por embriaguez: 25; Média de abordagens/dia: 47,5
BALANÇO - Total de abordagens: 687; Média de abordagens/dia: 57,25
sábado, 15 de outubro de 2011
EM NÍVEL DE EMBRIAGUEZ, PROCURADOR SE ENVOLVE EM CONFUSÃO NO TRÂNSITO
CONTROVÉRSIA NA CAPITAL. Procurador se envolve em confusão no trânsito. Ele tentava passar por bloqueio da EPTC para comitiva de Dilma Rousseff - ZERO HORA 15/10/2011
Um procurador do Ministério Público Estadual se envolveu em uma confusão com agentes de trânsito, na manhã de ontem, ao tentar passar por um bloqueio que mantinha caminho livre para a comitiva da presidente Dilma Rousseff. Depois de avançar com uma caminhonete sobre a motocicleta de uma agente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Roberto Klaus Radke se submeteu ao teste do bafômetro.
Como o aparelho apontou embriaguez, ele foi conduzido à Polícia Civil, onde negou ter bebido antes de dirigir. Por volta das 10h, agentes da EPTC mantinham uma barreira na esquina das ruas Bento Martins e Duque de Caxias à espera da passagem de Dilma rumo à Assembleia. Radke,53 anos, vinha de um sítio que mantém em uma cidade da Região Metropolitana em direção a sua casa quando topou com a motocicleta de uma agente atravessada sobre a via. Depois disso, as versões diferem.
Conforme a EPTC, Radke tentou furar o bloqueio e avançou com sua Nissan Frontier sobre a moto. Os veículos teriam se tocado levemente. Além disso, teria xingado a agente, que não se feriu. Segundo um dos vice-presidentes da Associação do Ministério Público que se pronunciou em nome do procurador, Antonio Carlos Paiva Hornung, Radke tem problemas de coração e estava sofrendo uma crise hipertensiva:
– Ele disse que precisava chegar em casa para tomar o remédio.
Um agente da EPTC que estava no local, mas prefere não se identificar, sustenta que os moradores da região estavam ganhando passagem. Ele acrescenta que o procurador não teria explicado sua situação. Depois da confusão, o motorista se submeteu ao bafômetro, que apontou 0,52 miligrama de álcool por litro de ar – a lei considera infração índices acima de 0,13 miligrama, e crime resultados superiores a 0,33 miligrama.
Como resultado, Radke foi conduzido à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento do Departamento Estadual de Polícia de Trânsito, onde permaneceu durante quase cinco horas.
– Ele garante que não bebeu antes de dirigir. Por isso, fez questão de fazer exame clínico, exame de urina e de sangue. Se não houve embriaguez, o que vai ser questionado pela sociedade é o bafômetro – observa Hornung.
Conforme o delegado Leandro Araújo, o teste clínico não revelou sinais de embriaguez. Os exames de sangue (para detectar álcool) e urina (capaz de apontar outras drogas) devem ficar prontos em carca de 10 dias. No depoimento, o procurador – que não quis falar à imprensa – afirmou que havia bebido vinho na noite anterior, em quantidade não especificada. Por sua condição de procurador, conforme a lei prevê, ele foi liberado sem prisão em flagrante ou pagamento de fiança. Além disso, o caso foi encaminhado para ser analisado pelo próprio Ministério Público – que pode encaminhá-lo para a abertura de um processo ou arquivá-lo.
No registro policial, Radke foi enquadrado no crime de embriaguez ao volante, além de desacato e abuso de autoridade. O Ministério Público não se pronunciou pelo fato de que o servidor não estava trabalhando ou representando a instituição.
Onde foi - Ontem pela manhã, agentes da EPTC estavam posicionados na esquina da Rua Bento Martins com a Duque de Caxias bloqueando o trânsito para a passagem da comitiva da presidente Dilma Rousseff. Pouco depois das 10h, o procurador de Justiça Roberto Klaus Radke seguia pela Bento Martins rumo à Duque de Caxias, onde mora, quando deparou com o bloqueio
Um procurador do Ministério Público Estadual se envolveu em uma confusão com agentes de trânsito, na manhã de ontem, ao tentar passar por um bloqueio que mantinha caminho livre para a comitiva da presidente Dilma Rousseff. Depois de avançar com uma caminhonete sobre a motocicleta de uma agente da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Roberto Klaus Radke se submeteu ao teste do bafômetro.
Como o aparelho apontou embriaguez, ele foi conduzido à Polícia Civil, onde negou ter bebido antes de dirigir. Por volta das 10h, agentes da EPTC mantinham uma barreira na esquina das ruas Bento Martins e Duque de Caxias à espera da passagem de Dilma rumo à Assembleia. Radke,53 anos, vinha de um sítio que mantém em uma cidade da Região Metropolitana em direção a sua casa quando topou com a motocicleta de uma agente atravessada sobre a via. Depois disso, as versões diferem.
Conforme a EPTC, Radke tentou furar o bloqueio e avançou com sua Nissan Frontier sobre a moto. Os veículos teriam se tocado levemente. Além disso, teria xingado a agente, que não se feriu. Segundo um dos vice-presidentes da Associação do Ministério Público que se pronunciou em nome do procurador, Antonio Carlos Paiva Hornung, Radke tem problemas de coração e estava sofrendo uma crise hipertensiva:
– Ele disse que precisava chegar em casa para tomar o remédio.
Um agente da EPTC que estava no local, mas prefere não se identificar, sustenta que os moradores da região estavam ganhando passagem. Ele acrescenta que o procurador não teria explicado sua situação. Depois da confusão, o motorista se submeteu ao bafômetro, que apontou 0,52 miligrama de álcool por litro de ar – a lei considera infração índices acima de 0,13 miligrama, e crime resultados superiores a 0,33 miligrama.
Como resultado, Radke foi conduzido à Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento do Departamento Estadual de Polícia de Trânsito, onde permaneceu durante quase cinco horas.
– Ele garante que não bebeu antes de dirigir. Por isso, fez questão de fazer exame clínico, exame de urina e de sangue. Se não houve embriaguez, o que vai ser questionado pela sociedade é o bafômetro – observa Hornung.
Conforme o delegado Leandro Araújo, o teste clínico não revelou sinais de embriaguez. Os exames de sangue (para detectar álcool) e urina (capaz de apontar outras drogas) devem ficar prontos em carca de 10 dias. No depoimento, o procurador – que não quis falar à imprensa – afirmou que havia bebido vinho na noite anterior, em quantidade não especificada. Por sua condição de procurador, conforme a lei prevê, ele foi liberado sem prisão em flagrante ou pagamento de fiança. Além disso, o caso foi encaminhado para ser analisado pelo próprio Ministério Público – que pode encaminhá-lo para a abertura de um processo ou arquivá-lo.
No registro policial, Radke foi enquadrado no crime de embriaguez ao volante, além de desacato e abuso de autoridade. O Ministério Público não se pronunciou pelo fato de que o servidor não estava trabalhando ou representando a instituição.
Onde foi - Ontem pela manhã, agentes da EPTC estavam posicionados na esquina da Rua Bento Martins com a Duque de Caxias bloqueando o trânsito para a passagem da comitiva da presidente Dilma Rousseff. Pouco depois das 10h, o procurador de Justiça Roberto Klaus Radke seguia pela Bento Martins rumo à Duque de Caxias, onde mora, quando deparou com o bloqueio
DESESPERO - SOCORRISTA ENCONTRA FILHO MORTO EM ACIDENTE ENVOLVENDO CONDUTOR EMBRIAGADO
FLORES DA CUNHA - TRÂNSITO FATAL. Socorrista encontra filho morto. Motorista de ambulância chamado para atender acidente na Serra se desesperou ao deparar com o jovem deitado em rodovia - ZERO HORA 15/10/2011
Motorista e socorrista da ambulância da prefeitura de Flores da Cunha, na Serra, Gilmar Lodeas, 47 anos, se deslocava para atender a mais um acidente de trânsito, na manhã de ontem. Ao chegar ao ponto do acidente, Lodeas gelou: era a moto de um sobrinho que estava caída no asfalto. O socorrista sabia que o filho, Fabiano, 22 anos, pegava carona diariamente com o primo Marcelo Negri, 38 anos. Negri estava sentado. Fabiano, deitado. O pai correu em direção do filho a fim de removê-lo para a ambulância, mas o rapaz estava morto.
O motorista do Palio que se envolveu no acidente não se feriu e foi preso por conduzir alcoolizado.
A tragédia aconteceu por volta das 8h, no km 89 da rodovia Caxias do Sul-Antônio Prado (ERS-122). Lodeas conta que estava no posto de saúde de Flores da Cunha quando foi acionado. Ele reforçaria o socorro a um acidente considerado gravíssimo, mas sequer sabia se alguém havia morrido. O socorrista revelou que não viu o filho sair de casa pela manhã, na localidade de Nova Roma. No entanto, sabia que Fabiano e o primo se dirigiam diariamente, naquele horário, para trabalhar em uma mecânica no bairro Fátima, em Caxias.
– Fui acionado pela Brigada Militar para ir ao acidente. Quando vi a moto do meu sobrinho, sabia que meu filho estava junto. Ao ver meu sobrinho sentado e com fratura, pensei que meu filho pudesse estar bem – relata o pai.
Outros socorristas, porém, se anteciparam e avisaram que o jovem caído estava morto. Os colegas não sabiam que estavam informando o próprio pai.
– Eles me disseram: “Está em 30”. Sabe o que isso quer dizer? Ele estava em óbito. Tentei socorrer, mexer com meu filho, mas ele já estava sem vida – recorda o pai.
Mãe de vítima pede punição a motorista embriagado
Lodeas trabalha há 11 anos como socorrista.
– Tanta gente que salvei nessa vida e não pude salvar meu próprio filho.
Apesar de ter sido um dos primeiros a chegar, o pai de Fabiano não chegou a ver o motorista do Palio.
– Se eu enxergasse, iria fazer qualquer bobagem.
A mãe do jovem, Teresinha de Fátima Pedron, 48 anos, pede punição.
– Só espero que a Justiça seja feita e que ele (o motorista do Palio) não pague fiança e daqui a pouco esteja solto.
Além dos pais, Fabiano deixa um irmão de 19 anos e a namorada. O velório ocorre na sala A da Capela São Luiz, e o enterro será às 10h deste sábado, no Cemitério Público Municipal de Flores da Cunha.
Condutor da moto, Negri foi encaminhado ao Hospital do Círculo e seguia internado até a noite de ontem.
Motorista foi preso por embriaguez
O acidente que resultou na morte de Fabiano Lodeas, 22 anos, envolveu um Palio que seguia no sentido Caxias do Sul-Flores da Cunha e a motocicleta que transitava no sentido contrário.
O motorista do Palio, Roger Luis Puglia, 44 anos, foi submetido ao teste do bafômetro, que apontou 0,62 miligrama de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões. O condutor foi preso em flagrante e encaminhado ao Presídio Regional do Apanhador.
De acordo com a delegada de Flores da Cunha, Aline Martinelli, Puglia é professor universitário e voltava de uma festa em Caxias. Segundo a delegada, ele é de Esteio e estava hospedado em Farroupilha, mas teria se perdido na saída de Caxias e, por isso, rumava para Flores.
–Ele invadiu a pista contrária e houve uma colisão frontal. Isso ficou bem caracterizado pelas marcas no asfalto. Enquadrei o motorista por homicídio doloso eventual, que é quando a pessoa não teve a intenção de matar, mas assume o risco por dirigir embriagado. Agora vai depender da Justiça manter ele preso ou não – explica Aline.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - É muito triste pessoas acostumadas a socorrer vítimas de trânsito serem chamadas para prestar socorro e encontrarem entre as vítimas, um ente querido morto, especialmente sendo filho. Outro caso semelhante ocorreu em Três de Maio, interior do RS. E de novo a embriagues. Enquanto não mudarem a constituição para fortalecer a supremacia do direito público, este tipo de crime continuará impune. Mudando a constituição, seria possível tornar obrigatória a aplicação do bafômetro e a retirada de sangue dos condutores dos veículos envolvidos em acidentes com lesões e morte no trânsito. Esta ilicitude deveria ser considerada pela justiça um crime doloso e hediondo, já que o condutor que bebe ou usa drogas no volante coloca em risco a vida de centenas de pessoas no trânsito.
Motorista e socorrista da ambulância da prefeitura de Flores da Cunha, na Serra, Gilmar Lodeas, 47 anos, se deslocava para atender a mais um acidente de trânsito, na manhã de ontem. Ao chegar ao ponto do acidente, Lodeas gelou: era a moto de um sobrinho que estava caída no asfalto. O socorrista sabia que o filho, Fabiano, 22 anos, pegava carona diariamente com o primo Marcelo Negri, 38 anos. Negri estava sentado. Fabiano, deitado. O pai correu em direção do filho a fim de removê-lo para a ambulância, mas o rapaz estava morto.
O motorista do Palio que se envolveu no acidente não se feriu e foi preso por conduzir alcoolizado.
A tragédia aconteceu por volta das 8h, no km 89 da rodovia Caxias do Sul-Antônio Prado (ERS-122). Lodeas conta que estava no posto de saúde de Flores da Cunha quando foi acionado. Ele reforçaria o socorro a um acidente considerado gravíssimo, mas sequer sabia se alguém havia morrido. O socorrista revelou que não viu o filho sair de casa pela manhã, na localidade de Nova Roma. No entanto, sabia que Fabiano e o primo se dirigiam diariamente, naquele horário, para trabalhar em uma mecânica no bairro Fátima, em Caxias.
– Fui acionado pela Brigada Militar para ir ao acidente. Quando vi a moto do meu sobrinho, sabia que meu filho estava junto. Ao ver meu sobrinho sentado e com fratura, pensei que meu filho pudesse estar bem – relata o pai.
Outros socorristas, porém, se anteciparam e avisaram que o jovem caído estava morto. Os colegas não sabiam que estavam informando o próprio pai.
– Eles me disseram: “Está em 30”. Sabe o que isso quer dizer? Ele estava em óbito. Tentei socorrer, mexer com meu filho, mas ele já estava sem vida – recorda o pai.
Mãe de vítima pede punição a motorista embriagado
Lodeas trabalha há 11 anos como socorrista.
– Tanta gente que salvei nessa vida e não pude salvar meu próprio filho.
Apesar de ter sido um dos primeiros a chegar, o pai de Fabiano não chegou a ver o motorista do Palio.
– Se eu enxergasse, iria fazer qualquer bobagem.
A mãe do jovem, Teresinha de Fátima Pedron, 48 anos, pede punição.
– Só espero que a Justiça seja feita e que ele (o motorista do Palio) não pague fiança e daqui a pouco esteja solto.
Além dos pais, Fabiano deixa um irmão de 19 anos e a namorada. O velório ocorre na sala A da Capela São Luiz, e o enterro será às 10h deste sábado, no Cemitério Público Municipal de Flores da Cunha.
Condutor da moto, Negri foi encaminhado ao Hospital do Círculo e seguia internado até a noite de ontem.
Motorista foi preso por embriaguez
O acidente que resultou na morte de Fabiano Lodeas, 22 anos, envolveu um Palio que seguia no sentido Caxias do Sul-Flores da Cunha e a motocicleta que transitava no sentido contrário.
O motorista do Palio, Roger Luis Puglia, 44 anos, foi submetido ao teste do bafômetro, que apontou 0,62 miligrama de álcool por litro de ar expelido pelos pulmões. O condutor foi preso em flagrante e encaminhado ao Presídio Regional do Apanhador.
De acordo com a delegada de Flores da Cunha, Aline Martinelli, Puglia é professor universitário e voltava de uma festa em Caxias. Segundo a delegada, ele é de Esteio e estava hospedado em Farroupilha, mas teria se perdido na saída de Caxias e, por isso, rumava para Flores.
–Ele invadiu a pista contrária e houve uma colisão frontal. Isso ficou bem caracterizado pelas marcas no asfalto. Enquadrei o motorista por homicídio doloso eventual, que é quando a pessoa não teve a intenção de matar, mas assume o risco por dirigir embriagado. Agora vai depender da Justiça manter ele preso ou não – explica Aline.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - É muito triste pessoas acostumadas a socorrer vítimas de trânsito serem chamadas para prestar socorro e encontrarem entre as vítimas, um ente querido morto, especialmente sendo filho. Outro caso semelhante ocorreu em Três de Maio, interior do RS. E de novo a embriagues. Enquanto não mudarem a constituição para fortalecer a supremacia do direito público, este tipo de crime continuará impune. Mudando a constituição, seria possível tornar obrigatória a aplicação do bafômetro e a retirada de sangue dos condutores dos veículos envolvidos em acidentes com lesões e morte no trânsito. Esta ilicitude deveria ser considerada pela justiça um crime doloso e hediondo, já que o condutor que bebe ou usa drogas no volante coloca em risco a vida de centenas de pessoas no trânsito.
quinta-feira, 13 de outubro de 2011
QUESTIONADO USO DE PISTOLAS DE CHOQUE CONTRA MOTORISTAS
Agnelo questiona uso de pistolas que emitem descarga elétrica em motoristas - Saulo Araújo - CORREIO BRAZILIENSE, 13/10/2011 06:18
O Governo do Distrito Federal pode impedir que os agentes do Departamento de Trânsito (Detran) usem, em blitzes, pistolas que disparam choques elétricos, os chamados tasers. Apesar de 220 aparelhos terem sido comprados pelo poder público, o governador Agnelo Queiroz (PT) afirmou ontem, durante as comemorações dos 51 anos do Gama, que, se for necessário, as armas não letais podem ser destinadas à Polícia Militar. A direção da autarquia pretende adotar o equipamento de imobilização em operações, no prazo de 14 dias. “Tem de examinar melhor o uso dessa arma, até porque não houve discussão comigo sobre esse assunto. Tenho dúvidas sobre sua utilização. Vou conversar com as outras áreas e, se for o caso, podemos passar para a PM”, disse Agnelo.
Assim como o chefe do Executivo local, especialistas ouvidos pelo Correio avaliam com ressalvas o emprego do equipamento nas ruas. O ex-secretário de Segurança Pública do DF e do Rio de Janeiro Roberto Aguiar condena a aquisição de qualquer armamento por parte do órgão fiscalizador. Para ele, a sociedade só sentirá algum avanço na segurança do trânsito quando as autoridades perceberem que as campanhas educativas têm um efeito avassalador na construção do respeito entre motorista, pedestre e ciclista. Roberto Aguiar citou o exemplo da campanha pelo respeito à faixa de pedestres, em 1996, que contou com grande apelo popular. “Em Brasília, as coisas só começaram a dar certo no trânsito quando as campanhas educativas passaram a ser levadas a sério. Sei da boa intenção dos gestores em colocar essa arma de choque, mas há uma miopia administrativa em não enxergar que, com muito menos, é possível alcançar resultados bem mais significativos”, avaliou Aguiar.
Uma das justificativas apresentadas pela cúpula do Detran para colocar os tasers nas ruas seria a quantidade de agressões registradas contra agentes em serviço. Segundo levantamento do órgão, a cada três dias, dois fiscais são alvos de ataques, principalmente em blitzes. O assessor especial da direção do Detran-DF, Edson Wagner Barroso, explicou que a decisão de usar as armas de choque tem como base vários estudos.
Ele cita resoluções da Organizações das Nações Unidas (ONU), que permitem a utilização dos equipamentos, e pesquisas que comprovam a não letalidade dos impulsos elétricos, mesmo em pessoas com histórico cardíaco, epilepsia, entre outros problemas de saúde. “O taser já foi objeto de estudo pelo Congresso norte-americano, que concluiu não haver risco algum de lesão ou morte. Se você fizer uma pesquisa, com certeza, não vai encontrar no Brasil nenhum registro de óbito por taser. É preferível que o agente, se for extremamente necessário, saque a taser do que um revólver, ou mesmo um cassetete”, defende Edson.
Imagem arranhada
O doutor em segurança de trânsito pela Universidade de Brasília (UnB) David Duarte alerta que a imagem da autarquia pode ficar arranhada. Ele ainda criticou o fato de o governo ter desembolsado US$ 176 mil (R$ 334 mil) para a compra dos equipamentos. “Não vejo razão para a compra de 220 armas, até porque não há 220 agentes simultaneamente nas ruas. É um desperdício. É possível fazer uma abordagem eficiente sem usar esse tipo de expediente. Sem contar que o Detran vai ficar com a imagem ainda mais arranhada, porque com certeza a população não vai receber bem essa ideia”, ressaltou.
Mesmo com inúmeras garantias de que o equipamento não leva à morte, David Duarte chama a atenção para as lesões que podem ser provocadas em motoristas atingidos pela descarga elétrica.
“A pessoa que receber essa descarga pode não morrer pelo choque, mas na queda, ao bater a cabeça no chão. Em relação aos cardiopatas, uma coisa é testar o taser em um cidadão com problemas cardíacos, quando está tranquilo e ciente do que está acontecendo. Outra, é aferir a reação dele quando ele está tomado por forte adrenalina”, comparou.
O Governo do Distrito Federal pode impedir que os agentes do Departamento de Trânsito (Detran) usem, em blitzes, pistolas que disparam choques elétricos, os chamados tasers. Apesar de 220 aparelhos terem sido comprados pelo poder público, o governador Agnelo Queiroz (PT) afirmou ontem, durante as comemorações dos 51 anos do Gama, que, se for necessário, as armas não letais podem ser destinadas à Polícia Militar. A direção da autarquia pretende adotar o equipamento de imobilização em operações, no prazo de 14 dias. “Tem de examinar melhor o uso dessa arma, até porque não houve discussão comigo sobre esse assunto. Tenho dúvidas sobre sua utilização. Vou conversar com as outras áreas e, se for o caso, podemos passar para a PM”, disse Agnelo.
Assim como o chefe do Executivo local, especialistas ouvidos pelo Correio avaliam com ressalvas o emprego do equipamento nas ruas. O ex-secretário de Segurança Pública do DF e do Rio de Janeiro Roberto Aguiar condena a aquisição de qualquer armamento por parte do órgão fiscalizador. Para ele, a sociedade só sentirá algum avanço na segurança do trânsito quando as autoridades perceberem que as campanhas educativas têm um efeito avassalador na construção do respeito entre motorista, pedestre e ciclista. Roberto Aguiar citou o exemplo da campanha pelo respeito à faixa de pedestres, em 1996, que contou com grande apelo popular. “Em Brasília, as coisas só começaram a dar certo no trânsito quando as campanhas educativas passaram a ser levadas a sério. Sei da boa intenção dos gestores em colocar essa arma de choque, mas há uma miopia administrativa em não enxergar que, com muito menos, é possível alcançar resultados bem mais significativos”, avaliou Aguiar.
Uma das justificativas apresentadas pela cúpula do Detran para colocar os tasers nas ruas seria a quantidade de agressões registradas contra agentes em serviço. Segundo levantamento do órgão, a cada três dias, dois fiscais são alvos de ataques, principalmente em blitzes. O assessor especial da direção do Detran-DF, Edson Wagner Barroso, explicou que a decisão de usar as armas de choque tem como base vários estudos.
Ele cita resoluções da Organizações das Nações Unidas (ONU), que permitem a utilização dos equipamentos, e pesquisas que comprovam a não letalidade dos impulsos elétricos, mesmo em pessoas com histórico cardíaco, epilepsia, entre outros problemas de saúde. “O taser já foi objeto de estudo pelo Congresso norte-americano, que concluiu não haver risco algum de lesão ou morte. Se você fizer uma pesquisa, com certeza, não vai encontrar no Brasil nenhum registro de óbito por taser. É preferível que o agente, se for extremamente necessário, saque a taser do que um revólver, ou mesmo um cassetete”, defende Edson.
Imagem arranhada
O doutor em segurança de trânsito pela Universidade de Brasília (UnB) David Duarte alerta que a imagem da autarquia pode ficar arranhada. Ele ainda criticou o fato de o governo ter desembolsado US$ 176 mil (R$ 334 mil) para a compra dos equipamentos. “Não vejo razão para a compra de 220 armas, até porque não há 220 agentes simultaneamente nas ruas. É um desperdício. É possível fazer uma abordagem eficiente sem usar esse tipo de expediente. Sem contar que o Detran vai ficar com a imagem ainda mais arranhada, porque com certeza a população não vai receber bem essa ideia”, ressaltou.
Mesmo com inúmeras garantias de que o equipamento não leva à morte, David Duarte chama a atenção para as lesões que podem ser provocadas em motoristas atingidos pela descarga elétrica.
“A pessoa que receber essa descarga pode não morrer pelo choque, mas na queda, ao bater a cabeça no chão. Em relação aos cardiopatas, uma coisa é testar o taser em um cidadão com problemas cardíacos, quando está tranquilo e ciente do que está acontecendo. Outra, é aferir a reação dele quando ele está tomado por forte adrenalina”, comparou.
INFRATORA RECEBE CANTADA NA BLITZ
QUEIXA INSÓLITA. Universitária recebe cantada depois de blitz. Sindicância aberta pela EPTC investiga atuação de azulzinho, que teria enviado torpedo à jovem - CARLOS WAGNER, ZERO HORA 13/10/2011
Uma sindicância aberta pela Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) na terça-feira apura uma queixa insólita. Na madrugada de domingo, na zona sul de Porto Alegre, depois de ser parada na barreira de trânsito e ter sua Carteira Nacional de Habilitação (CNH) apreendida por se recusar a fazer o teste do bafômetro na Avenida Wenceslau Escobar, a universitária Wanessa da Silva, 25 anos, disse ter recebido um torpedo de um dos agentes que participara da blitz. O azulzinho afirmou que desconhece o número que mandou a mensagem e se propôs a abrir o seu sigilo telefônico.
A mensagem do azulzinho propunha uma aproximação pessoal com a estudante.
“Wanessa peguei o numero teu enquanto vc disse pro colega qdo ele pediu teu endereço. So quero que digas se posso saber teu MSN, facebook, Orkut algo do tipo p/ conversarmos melhor. Me dá um retorno se possivel, sou o rapaz quem fez os testes do bafometro em vcs!”
A indignação da estudante de Administração reside na suspeita de que um fiscal de trânsito, que se identificou como Fernando, teria usado informações pessoais dela, prestadas na blitz, para tentar se aproximar. Wanessa enviou o texto do torpedo para a direção da empresa pedindo providências. O diretor de trânsito da EPTC, Carlos Pires, diz que apura o episódio:
– Confirmamos que participou daquela barreira um funcionário que se chama Fernando. Não vamos detalhar a identificação dele até esclarecermos o assunto.
Pires disse que, imediatamente após o recebimento da denúncia, ocorrido na tarde de terça-feira, o fiscal foi chamado e ouvido no processo administrativo aberto para esclarecer o caso.
O agente de trânsito negou ter enviado o torpedo. Afirmou que o número do celular utilizado para o envio da mensagem não lhe pertence. E colocou à disposição da EPTC a quebra do seu sigilo telefônico.
– Amanhã (hoje) vamos encaminhar à operadora o número do celular usado para enviar a mensagem para podermos identificar o dono – afirmou Pires.
Pela informações coletadas no processo administrativo, o funcionário não teria registros de falhas na empresa. Pires disse que ainda não tem data marcada para ouvir Wanessa. Pela recusa em fazer o bafômetro, a universitária está sem a habilitação e terá de pagar uma multa de R$ 957,70.
Zero Hora ligou 10 vezes para o telefone que enviou o torpedo para a universitária e enviou uma mensagem para o celular. Não houve resposta. Por intermédio do Sindicato dos Agentes de Trânsito, a reportagem consultou se o agente iria se manifestar, e ele informou que só falaria na investigação oficial.
“A situação é um absurdo”. Wanessa da Silva, estudante
Zero Hora – O que ocorreu?
Wanessa da Silva – Na madrugada de domingo, eu e minhas amigas saímos de uma festa e fomos até o McDonald’s da Avenida Wenceslau Escobar. Havia uma barreira. Fui parada e pediram que fizesse o teste do bafômetro. Exerci o meu direito de não fazer o exame, e a minha carteira foi recolhida. Uma colega que não havia bebido pegou a direção do carro.
ZH – Você notou algum procedimento inadequado dos agentes de trânsito?
Wanessa – O agente que preencheu o documento da retirada da minha carteira se comportou de maneira exemplar. O outro, um baixinho, ficou o tempo todo olhando para o meu decote. Pensei em reclamar, mas poderia ser interpretado como desacato. Resolvemos voltar para a festa.
ZH – O que aconteceu na festa?
Wanessa – Saí da barreira à 1h30min. Por volta das 2h23min, eu estava olhando a mensagem de uma amiga no celular quando entrou uma do Fernando, da EPTC. Achei que era brincadeira de um colega da festa. Mas depois de ler atentamente o texto, vi que a situação é um absurdo.
ZH – Qual parte lhe indignou?
Wanessa – A primeira coisa que agrediu foi o uso indevido de informações a meu respeito. Uma coisa é a EPTC entrar em contato comigo, outra é um funcionário utilizar os dados que usei para preencher um formulário para tentar uma relação pessoal.
PROTESTO - CHURRASCO PARA TAPAR BURACOS
AÇÃO INUSITADA. Usuários reclamam de buracos e da sinalização na via que liga Bento Gonçalves e Veranópolis - SILVANA DE CASTRO | VERANÓPOLIS, ZERO HORA 13/10/2011
Parecia uma confraternização de feriado de Nossa Senhora Aparecida. Mas o que um grupo de pessoas fazia às margens da estrada Bento Gonçalves-Veranópolis (RSC-470) na manhã de ontem era exigir a recuperação da estrada.
Enquanto a carne assava em churrasqueiras improvisadas na altura do km 179, os manifestantes distribuíam folhetos e adesivos aos motoristas. Cada um que chegava para reivindicar melhorias ganhava um salsichão.
Um dos materiais ironizava a denominação da rodovia: 470 buracos/km. O protesto começou por volta das 9h. Perto do meio-dia, cerca de 150 pessoas integravam o grupo. Não houve bloqueio da pista. Os buracos nos cerca de 40 quilômetros do trecho já começaram a ser tapados, emergencialmente. Mas não a contento, de acordo com os manifestantes. Eles demarcaram com tinta branca os pontos que consideravam remendos mal executados. O conteúdo de faixas afixadas em carros e em árvores mostrava a insatisfação: “A RSC-470 necessita de reparos, não de gambiarras”, estava escrito em um dos cartazes.
Histórias de motoristas com pneus estourados, suspensão quebrada e até de gente assaltada enquanto trocava o pneu não faltaram.
– A rodovia está ruim há pelo menos dois anos. Não tem reparos. Os buracos foram tapados, mas se abrem na primeira chuva. Quando chove, a água inunda toda a pista. A sinalização é ruim. Viajar à noite é um risco – reclama o representante comercial Gilberto Grando, que passa pelo menos duas vezes por semana pela rodovia e já estourou dois pneus do mesmo lado do carro.
Reparos durante manifestação
Em março e em setembro deste ano, a reportagem percorreu a rodovia e constatou buracos, mato escondendo as placas de sinalização e acostamento com desnível. Ontem, havia buracos recém cobertos e outros abertos. E trechos ainda precários.
A poucos metros do protesto, a empresa Encopav Engenharia, contratada pelo Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem para reparos na rodovia, fazia a fresagem na pista (retirada do asfalto danificado para a colocação de uma nova camada). Também era executada operação tapa-buracos.
Contrapontos
O que diz a assessoria de imprensa do Daer - “Informamos que a 2ª Superintendência Regional do Daer está executando fresagem e recomposição do asfalto no trecho entre Veranópolis e Nova Prata da RSC-470. A empresa responsável pelos trabalhos é a Encopav Engenharia Ltda. Em relação ao recapeamento da rodovia, em que também serão feitas melhorias da drenagem da pista e sinalização, o processo visando à licitação foi orçado e encaminhado à Central de Compras do Estado. O Daer aguarda os trâmites da licitação, e, por isso, não há uma data para começar a obra na RSC-470.”
O que diz o encarregado de pavimentação da empresa Encopav, Abilio Azambuja - Questionado sobre a reclamação dos manifestantes sobre a qualidade dos serviços na rodovia, Abilio Azambuja disse que a operação tapa-buracos e a fresagem são emergenciais. O tapa-buracos seria apenas um socorro, conforme ele, em que os resultados não têm longa duração. Segundo Azambuja, a fresagem (retirada do asfalto danificado e a implantação de nova camada de cinco centímetros) é realizada em trechos maiores com estragos.
COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Estradas sem manutenção e sinalização são causas de acidentes e violência no trânsito. Os "irresponsáveis" deveriam ser punidos, assim como são os condutores que causam os acidentes e os proprietários que não pagam o IPVA de seus veículos. A lei não pode ser parcial. É uma injustiça que só o contribuinte seja penalizado e o Estado permaneça impune brincando com a vida das pessoas.
A CULTURA DA CONVIVÊNCIA
EDITORIAL ZERO HORA 13/10/2011
Os acidentes de trânsito, que ocupam as manchetes neste dia seguinte ao feriado e voltam a enlutar famílias brasileiras, resultam prioritariamente do mau comportamento dos motoristas e da sua dificuldade para se adaptar ao novo cenário do Brasil emergente, mais próspero, mais consumista e mais perigoso. Com a ascensão social de milhões de brasileiros nos últimos anos, em decorrência do desenvolvimento econômico e de programas de distribuição de renda, o carro tornou-se um bem mais acessível a famílias que até então tinham renda insuficiente para adquiri-lo. Em consequência, as estradas e as artérias das grandes cidades estão superlotadas de veículos, incontáveis novos motoristas vêm sendo habilitados a cada dia e o trânsito transformou-se em verdadeiro desafio para a convivência civilizada.
Evidentemente, o morticínio do trânsito não pode ser atribuído apenas aos novos motoristas e muito menos ao acesso de mais pessoas ao conforto do automóvel – o que é desejável numa sociedade democrática. Mas é inquestionável que a frota cresce numa proporção maior do que a capacidade do poder público de oferecer infraestrutura rodoviária adequada e, principalmente, de educar, disciplinar, fiscalizar e punir motoristas despreparados ou infratores. Com estradas cheias, movimento intenso nas rodovias e condutores intolerantes, o risco de tragédias também se multiplica.
Qual é a saída deste labirinto moderno que, como o da mitologia, consome insaciavelmente vidas humanas? Não há solução fácil, mas certamente o fio de Ariadne passa pela educação para o trânsito, pela conduta individual dos motoristas, para depois se estender por pontos importantes como a melhoria das rodovias, a fiscalização rigorosa e a punição inflexível dos transgressores.
Porém, o essencial é prevenir. O ponto de partida para uma convivência civilizada no trânsito é evitar, por todos os meios possíveis, que os elementos formadores das tragédias se conjuguem: a velocidade, a ingestão de bebida alcoólica por motoristas, o desrespeito às regras, a imprudência, a imperícia e a impunidade. Há carros demais para a capacidade das estradas brasileiras, sem dúvida. Mas o que mata e mutila pessoas, o que infelicita famílias e o que provoca manchetes de dor na imprensa depois dos feriados é um componente desses veículos cujo funcionamento satisfatório não depende da competência técnica dos fabricantes: o condutor.
Os acidentes de trânsito, que ocupam as manchetes neste dia seguinte ao feriado e voltam a enlutar famílias brasileiras, resultam prioritariamente do mau comportamento dos motoristas e da sua dificuldade para se adaptar ao novo cenário do Brasil emergente, mais próspero, mais consumista e mais perigoso. Com a ascensão social de milhões de brasileiros nos últimos anos, em decorrência do desenvolvimento econômico e de programas de distribuição de renda, o carro tornou-se um bem mais acessível a famílias que até então tinham renda insuficiente para adquiri-lo. Em consequência, as estradas e as artérias das grandes cidades estão superlotadas de veículos, incontáveis novos motoristas vêm sendo habilitados a cada dia e o trânsito transformou-se em verdadeiro desafio para a convivência civilizada.
Evidentemente, o morticínio do trânsito não pode ser atribuído apenas aos novos motoristas e muito menos ao acesso de mais pessoas ao conforto do automóvel – o que é desejável numa sociedade democrática. Mas é inquestionável que a frota cresce numa proporção maior do que a capacidade do poder público de oferecer infraestrutura rodoviária adequada e, principalmente, de educar, disciplinar, fiscalizar e punir motoristas despreparados ou infratores. Com estradas cheias, movimento intenso nas rodovias e condutores intolerantes, o risco de tragédias também se multiplica.
Qual é a saída deste labirinto moderno que, como o da mitologia, consome insaciavelmente vidas humanas? Não há solução fácil, mas certamente o fio de Ariadne passa pela educação para o trânsito, pela conduta individual dos motoristas, para depois se estender por pontos importantes como a melhoria das rodovias, a fiscalização rigorosa e a punição inflexível dos transgressores.
Porém, o essencial é prevenir. O ponto de partida para uma convivência civilizada no trânsito é evitar, por todos os meios possíveis, que os elementos formadores das tragédias se conjuguem: a velocidade, a ingestão de bebida alcoólica por motoristas, o desrespeito às regras, a imprudência, a imperícia e a impunidade. Há carros demais para a capacidade das estradas brasileiras, sem dúvida. Mas o que mata e mutila pessoas, o que infelicita famílias e o que provoca manchetes de dor na imprensa depois dos feriados é um componente desses veículos cujo funcionamento satisfatório não depende da competência técnica dos fabricantes: o condutor.
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