sexta-feira, 1 de novembro de 2013

MAIS BURACOS



ZERO HORA 01 de novembro de 2013 | N° 17601

Estradas gaúchas estão piores, aponta pesquisa

Levantamento da CNT mostra queda nos índices de conservação das rodovias em relação a 2012



Os dados da Pesquisa Confederação Nacional do Transporte (CNT) de Rodovias 2013, divulgados ontem, retratam uma situação muitas vezes sentida na pele de usuários que circulam pelas estradas gaúchas. Os índices de satisfatórios (ótimo e bom) sobre a conservação dos trechos no Estado apresentam piora desde 2010. Nesta edição, não foi diferente.

Do total de 8.255 quilômetros avaliados – 5.525 nas mãos do setor público e 2.730 com concessionárias –, 48,9% estão em condições ótimas e boas. No ano passado, o índice era de 58,7%, número que abrange estradas federais e estaduais. Foram avaliados pavimento (59,9% de ótimo e bom), sinalização (52,1%) e geometria da via (22,1%).

As rodovias conservadas pelo poder público têm 37,5% de ótimo e bom, contra 72% das administradas por concessionárias. O índice é de 56,5% quando se refere à extensão federal e 31,8% no que diz respeito à estadual.

Há seis pontos considerados críticos (que trazem graves riscos à segurança dos usuários): dois são erosão na pista e quatro são referentes a grandes buracos.

O estado geral das rodovias brasileiras também teve piora no último ano. Conforme a pesquisa, 63,8% da extensão avaliada apresenta alguma deficiência no pavimento, na sinalização ou na geometria. Em 2012, o índice havia sido de 62,7%. Também aumentou o número de pontos críticos, que passaram de 221 para 250. De acordo com o estudo, a maior parte da extensão pesquisada (88%) é formada por pistas simples e de mão dupla, e 40,5% do total avaliado não possuem acostamento.

Conforme o presidente da CNT, senador Clésio Andrade, a estatística mostra a necessidade urgente de aumentar os investimentos nas rodovias brasileiras, principalmente em duplicação.

– O governo tem uma dificuldade gerencial. Muitos projetos não saem do papel. Há um excesso de burocracia. Os investimentos precisam ser ampliados de fato para que o Brasil possa melhorar sua competitividade – diz o senador.

Esta é a 17ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias, na qual foram avaliados 96.714 quilômetros em 30 dias de coleta em campo. É pesquisada toda a malha federal pavimentada e as principais rodovias estaduais. O órgão estima que as rodovias brasileiras necessitam de R$ 355,2 bilhões em investimentos, mas informa que o governo federal autorizou bem menos: R$ 12,7 bilhões.

Os valores estaduais não foram contabilizados. Cerca de 66% da movimentação de cargas e 90% da movimentação dos passageiros ocorrem pelas rodovias do Brasil.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Qual é a razão de existir uma polícia rodoviária? Entre as atribuições de uma polícia rodoviária está o exercício dos "poderes de autoridade de polícia de trânsito, cumprindo e fazendo cumprir a legislação e demais normas pertinentes, inspecionar e fiscalizar o trânsito", e assegurar a livre circulação nas rodovias, "podendo solicitar ao órgão rodoviário a adoção de medidas emergenciais". Assim, podemos afirmar que a razão da existência de uma polícia patrulhando as rodovias não é só multar, mas prover segurança pública aos usuários destas rodovias, sendo que a fiscalização e a aplicação de multas são atribuições inerentes a este objetivo social. Não estarão se omitindo os gestores e policiais rodoviários, estadual ou federal, que permitem a existência de buracos nas vias que podem causar acidentes com perdas de vidas e patrimônios? E a justiça civil e criminal que age com descaso nesta área e permite a cobrança por serviços que não existem?

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