quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

INSPEÇÃO VEÍCULAR, URGÊNCIA NACIONAL


Claudio Dallacqua, Diretor superintendente do Instituto Brasileiro - ZERO HORA 25/01/2012

Cerca de 2 milhões de pessoas morrem todo ano no mundo vítimas da má qualidade do ar. Um dos grandes vilões desta história são os veículos que trafegam sem as devidas condições de segurança. No Rio Grande do Sul, a frota hoje é de cerca de 4,5 milhões de carros – a terceira maior do país. E a previsão é de que até 2020 ela cresça cerca de 6%. Ou seja, deve chegar a 7 milhões de veículos nos próximos oito anos. Isto tornará críticos os índices de emissão de gases caso não se comece, desde já, a construir as soluções capazes de garantir um ar mais saudável para os gaúchos. E para os brasileiros.

O sistema de inspeção veicular ambiental, em discussão há 10 anos no país e um dos temas em pauta na Assembleia Legislativa do RS, é uma das iniciativas capazes de reduzir em até 80% as emissões de monóxido de carbono, hidrocarbonetos e fumaça preta, além de diminuir em até 5% o consumo de combustível. Atualmente, no Brasil, somente as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro têm sistemas de inspeção veicular em funcionamento. Pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP) durante 2010 mostrou que, em três anos de inspeção veicular na maior cidade do país, houve uma redução de até 13% na emissão de partículas poluentes. Isto resultou em significativa queda do número de internações e mortes e em uma economia de cerca de R$ 300 milhões para o município.

O Rio Grande do Sul é um dos Estados que se mobilizam neste momento, ao lado de Santa Catarina, Paraná, Goiás e municípios do interior de São Paulo, para implementar em seu território um sistema que há mais de duas décadas já é prática corriqueira na Europa e nos Estados Unidos. Na América do Sul, somente o Brasil, a Bolívia e o Paraguai ainda não adotaram a inspeção veicular de forma estruturada. E as estatísticas mostram que esta é uma urgência nacional.

Estudo realizado pelo Instituto Brasileiro Veicular (IBV) quanto às condições da frota brasileira em várias regiões do país, ao longo de uma década – envolvendo veículos leves e pesados e uma diversidade de idades e modelos –, apontou uma situação preocupante: pelo menos um em cada quatro veículos apresenta sérios problemas em seus sistemas de segurança. Esta era a realidade em 2001. De lá pra cá, de acordo com balanço publicado pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito), a frota nacional cresceu 119%. O Brasil fechou o ano de 2010 com exatos 64.817.974 milhões de veículos registrados, o que representa a média de um veículo automotor para cada 2,94 habitantes.

Os impactos na saúde e o custo social dessas estatísticas só não são mais alarmantes porque não há pesquisas que os desnudem. Para começarmos a neutralizar este imenso volume de emissões de gás carbônico, temos duas alternativas: estruturar um sistema eficaz de inspeção veicular para o país ou ampliar em 11 vezes o tamanho de nossa Mata Atlântica.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Sou a favor da inspeção veícular por ser necessária para evitar o trafego de veículos "sem as devidas condições de segurança" e de veículos clonados e roubados. Entretanto, deve ser livre de taxas, pois o brasileiro já paga valores absurdos em IPVA para manter um carro sob sua propriedade. O que não pode ocorrer é usar as oportunas justificativas da inspeção para saquear o bolso do contribuinte.

LEIA A POSTAGEM SEGUINTE:

JOÃOZINHO DO PASSO CERTO. José Paulo Dornelles Cairoli - Presidente da Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil – CACB e Federasul - ZERO HORA 25/01/2012

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