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segunda-feira, 14 de novembro de 2011
MARTÍRIO - SINALIZAÇÃO PRECÁRIA E ASFALTO DEFEITUOSO
BURAQUEIRA SEM FIM - A pior estrada da jornada. Sinalização precária, trechos sem asfalto e asfalto defeituoso tornam a viagem de Montenegro a Barracão (BR e ERS-470) um martírio - zero hora 14/11/2011
Em 10 mil quilômetros percorridos pela malha viária do Rio Grande do Sul, a equipe multimídia do Grupo RBS De Olho nas Estradas encontrou trechos esburacados, mal sinalizados ou mesmo sem asfalto. A rodovia Montenegro-Barracão (BR e ERS 470), uma das alternativas para ligar o Estado a Santa Catarina, concentra todos estes problemas. É, de longe, a pior estrada vencida pela equipe de reportagem em 17 dias.
A jornada se iniciou às 11h de sábado, em Montenegro, no Vale do Caí, onde a via se mostra estreita, sem acostamento e mal sinalizada – características presentes em toda a viagem, que se encerraria por volta das 21h, em Barracão, norte do Estado.
Rota de veículos pesados, o primeiro trecho, que interliga o Caí a Serra, é o mais perigoso. Serpenteando vales, subindo e descendo montanhas, a estrada, naturalmente hostil, torna-se mais ameaçadora pelas ondulações no asfalto e ausência de sinalização.
Na localidade de Dom Diogo, em São José do Sul, cerca de 20 metros de defensas metálicas retorcidas ajudam a compreender por que o trecho foi denominado como “Curva da Morte”.
– Ouço as derrapadas, os gritos e saio para socorrer os acidentados. Este ano, já foram uns 30 – diz o agricultor aposentado Loivo Musmann, 56 anos, que mora a cem metros da curva.
Não há sinalização nem redutores de velocidade na curva em forma de S, numa descida íngreme e estreita.
Vencida a região dos vales, sempre em pista simples, com sinalização pífia e ondulações no pavimento , surgem os primeiros buracos. Em Pedra Lisa, na Serra do Rio das Antas, distrito de Bento Gonçalves, eles alcançam dois metros de comprimento. A professora Karla Casanova, 32 anos, que viaja uma vez por semana de Caxias do Sul a Nova Prata, contabiliza prejuízos:
– Tem umas panelas que se tu entras, não sai mais.
Para Karla, o problema não é a falta de manutenção, mas a qualidade do asfalto usado – reclamação constante em quase todas as estradas percorridas pela equipe da RBS, que, mesmo tapados, voltam a abrir com a chuva.
Quando pensamos que o pior já passou, descobrimos que o último trecho, entre Nova Prata e Barracão, tem 70 quilômetros de estrada de chão.
–Temos perdas no transporte de grãos e o frete encarece – simplifica o agropecuarista Jerri Paim, 41 anos.
Nos últimos 10 quilômetros, máquinas indicam que as melhorias prometidas pelo governo federal avançam.
Receoso, Paim prefere aguardar:
– Desde a infância, eu escuto que o asfalto está chegando.
Contraponto
O que diz o Vladimir Casa, superintendente regional do Dnit: O trecho Lagoa Vermelha-Barracão está sendo asfaltado até o ano que vem. O Estado está tentando repassar para a União o trecho Nova Prata-Lagoa Vermelha, que não tem pavimento, mas não há definição.
O que diz Milton Cypel, diretor de Infraestrutura do Daer: O trecho de Montenegro a Carlos Barbosa terá melhorias ano que vem, e de Carlos Barbosa a Bento Gonçalves, entre dezembro e janeiro. Por fim, será construído 18 quilômetros, de Nova Prata até André da Rocha. Vai faltar um trecho de 44 quilômetros, que o Estado quer federalizar.
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