ZERO HORA 17 de dezembro de 2013 | N° 17647
Estado tem dificuldade em fazer motoristas de fora do país pagarem por infrações que, em cinco anos, estariam perto de R$ 20 milhões
A temporada de veraneio está próxima e, com ela, começa a romaria de veranistas estrangeiros circulando por estradas gaúchas. E, entra ano, sai ano, o governo do Estado continua com a dificuldade histórica de como cobrar as infrações cometidas por motoristas de fora do país. A dívida acumulada nos últimos cinco anos se aproximaria dos R$ 20 milhões.
Nos últimos dois anos, o percentual de multas pagas por estrangeiros ficou na casa de 4% – em 2012, foram arrecadados R$ 81,2 mil. Entre janeiro e novembro de 2013, o índice é de 13%. Mas existe uma ressalva que impede a comparação: ainda fora desta conta, dezembro representa um dos meses campeões de movimento, ao lado de janeiro e fevereiro.
E a tendência é de mais trabalho para a fiscalização, já que há uma estimativa de crescimento em torno de 15% a 20% no número de turistas vindos do Exterior neste verão – no ano passado, houve 611 mil visitantes estrangeiros, segundo dados da Polícia Federal.
Para o chefe de comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Alessandro Castro, a impossibilidade de fiscalizar todos os veículos explica o baixo índice de quitação das multas. Porque quem não for parado pelas autoridades (na estrada ou na fronteira) pode deixar o Brasil com a infração em aberto, sem problemas para renovar o licenciamento do veículo – como aconteceria com um condutor brasileiro.
– A evasão é um problema palpável, e os órgãos brasileiros deveriam bolar uma maneira de cobrar de forma mais efetiva estas multas – opina o professor João Fortini Albano, do Laboratório de Sistema de Transportes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
O desafio é apertar o cerco aos gringos. Em sua maioria argentinos e uruguaios, os turistas são fiscalizados por amostragem pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Segundo Alessandro Castro, não há como parar todos os motoristas.
Não à toa, uma reunião em 9 de dezembro, no Palácio Piratini, alinhou bases entre autoridades de trânsito e consulados de Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai. No site do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS), foi disponibilizada uma página em espanhol com informações sobre a legislação de trânsito brasileira e, também, uma consulta online para verificar se um veículo tem multas pendentes.
Segundo o presidente do Detran-RS, Leonardo Kauer Zinn, a estratégia passa por conscientizar os estrangeiros da necessidade de cuidados no trânsito.
CARLOS GUILHERME FERREIRA
MULTAS DE TRÂNSITO. O desafio de cobrar os estrangeiros
Estado tem dificuldade em fazer motoristas de fora do país pagarem por infrações que, em cinco anos, estariam perto de R$ 20 milhões
A temporada de veraneio está próxima e, com ela, começa a romaria de veranistas estrangeiros circulando por estradas gaúchas. E, entra ano, sai ano, o governo do Estado continua com a dificuldade histórica de como cobrar as infrações cometidas por motoristas de fora do país. A dívida acumulada nos últimos cinco anos se aproximaria dos R$ 20 milhões.
Nos últimos dois anos, o percentual de multas pagas por estrangeiros ficou na casa de 4% – em 2012, foram arrecadados R$ 81,2 mil. Entre janeiro e novembro de 2013, o índice é de 13%. Mas existe uma ressalva que impede a comparação: ainda fora desta conta, dezembro representa um dos meses campeões de movimento, ao lado de janeiro e fevereiro.
E a tendência é de mais trabalho para a fiscalização, já que há uma estimativa de crescimento em torno de 15% a 20% no número de turistas vindos do Exterior neste verão – no ano passado, houve 611 mil visitantes estrangeiros, segundo dados da Polícia Federal.
Para o chefe de comunicação da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Alessandro Castro, a impossibilidade de fiscalizar todos os veículos explica o baixo índice de quitação das multas. Porque quem não for parado pelas autoridades (na estrada ou na fronteira) pode deixar o Brasil com a infração em aberto, sem problemas para renovar o licenciamento do veículo – como aconteceria com um condutor brasileiro.
– A evasão é um problema palpável, e os órgãos brasileiros deveriam bolar uma maneira de cobrar de forma mais efetiva estas multas – opina o professor João Fortini Albano, do Laboratório de Sistema de Transportes da Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
O desafio é apertar o cerco aos gringos. Em sua maioria argentinos e uruguaios, os turistas são fiscalizados por amostragem pela Polícia Rodoviária Federal (PRF). Segundo Alessandro Castro, não há como parar todos os motoristas.
Não à toa, uma reunião em 9 de dezembro, no Palácio Piratini, alinhou bases entre autoridades de trânsito e consulados de Argentina, Chile, Uruguai e Paraguai. No site do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS), foi disponibilizada uma página em espanhol com informações sobre a legislação de trânsito brasileira e, também, uma consulta online para verificar se um veículo tem multas pendentes.
Segundo o presidente do Detran-RS, Leonardo Kauer Zinn, a estratégia passa por conscientizar os estrangeiros da necessidade de cuidados no trânsito.
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