ZERO HORA 19 de dezembro de 2013 | N° 17649
EDITORIAIS
O governo ouviu o clamor popular e manteve a obrigatoriedade de airbag e freios ABS para 100% dos veículos que sairão das fábricas em 2014. Trata-se, acima de tudo, de uma atitude de respeito à vida, pois está mais do que comprovado que tais equipamentos elevam significativamente a segurança dos carros. A exigência certamente vai encarecer o custo dos automóveis e pode acelerar a inflação, provocar a queda nas vendas e na produção, talvez até mesmo causar desemprego, como temem os metalúrgicos. Ainda assim, nada é mais importante do que aumentar a proteção de motoristas, tripulantes e pedestres. O trânsito brasileiro já mata e mutila gente demais. Não precisa de estímulos de administradores hesitantes, como se revelou o ministro Guido Mantega no episódio.
O interessante é que a intervenção corajosa da presidente Dilma Rousseff, mesmo sob a ameaça de prejuízos eleitorais, foi consequência do alerta feito pela mídia. Desta vez, nem deu tempo para a mobilização das redes sociais. Comunicadores, colunistas e editorialistas dos principais veículos de comunicação do país condenaram prontamente a intenção de adiar a medida para 2016, manifestada pelo ministro da Fazenda. Menos mal que o responsável pela Fazenda tenha voltado atrás depois da grita geral.
Ao que se sabe, as fábricas já estavam preparadas para instalar o equipamento, pois o processo começou em 2009. Não havia, portanto, necessidade de novos adiamentos. Os principais interessados na suspensão da medida eram os metalúrgicos, preocupados com uma possível onda de desemprego. Resta esperar que o governo – e isto, sim, é atribuição do ministro da Fazenda – tome providências para que não haja demissões em massa. E não basta pedir aos empregadores que sejam bonzinhos. Empresa depende de resultado. Se não vender seus produtos, tem que diminuir a produção. O ciclo é bem conhecido: menos consumo, menos vendas, menos empregos. Aí é que o governo precisa interferir, revendo tributos, controlando a concorrência predatória das importações e inventando estímulos, como tem feito com vários setores da economia para incrementar o mercado interno.
A correção de rumo faz bem para todos. Aumenta a segurança da frota nacional e eleva a competitividade dos carros fabricados no país, que ainda perdem feio para os estrangeiros nos quesitos de conforto e dirigibilidade.
EDITORIAIS
O governo ouviu o clamor popular e manteve a obrigatoriedade de airbag e freios ABS para 100% dos veículos que sairão das fábricas em 2014. Trata-se, acima de tudo, de uma atitude de respeito à vida, pois está mais do que comprovado que tais equipamentos elevam significativamente a segurança dos carros. A exigência certamente vai encarecer o custo dos automóveis e pode acelerar a inflação, provocar a queda nas vendas e na produção, talvez até mesmo causar desemprego, como temem os metalúrgicos. Ainda assim, nada é mais importante do que aumentar a proteção de motoristas, tripulantes e pedestres. O trânsito brasileiro já mata e mutila gente demais. Não precisa de estímulos de administradores hesitantes, como se revelou o ministro Guido Mantega no episódio.
O interessante é que a intervenção corajosa da presidente Dilma Rousseff, mesmo sob a ameaça de prejuízos eleitorais, foi consequência do alerta feito pela mídia. Desta vez, nem deu tempo para a mobilização das redes sociais. Comunicadores, colunistas e editorialistas dos principais veículos de comunicação do país condenaram prontamente a intenção de adiar a medida para 2016, manifestada pelo ministro da Fazenda. Menos mal que o responsável pela Fazenda tenha voltado atrás depois da grita geral.
Ao que se sabe, as fábricas já estavam preparadas para instalar o equipamento, pois o processo começou em 2009. Não havia, portanto, necessidade de novos adiamentos. Os principais interessados na suspensão da medida eram os metalúrgicos, preocupados com uma possível onda de desemprego. Resta esperar que o governo – e isto, sim, é atribuição do ministro da Fazenda – tome providências para que não haja demissões em massa. E não basta pedir aos empregadores que sejam bonzinhos. Empresa depende de resultado. Se não vender seus produtos, tem que diminuir a produção. O ciclo é bem conhecido: menos consumo, menos vendas, menos empregos. Aí é que o governo precisa interferir, revendo tributos, controlando a concorrência predatória das importações e inventando estímulos, como tem feito com vários setores da economia para incrementar o mercado interno.
A correção de rumo faz bem para todos. Aumenta a segurança da frota nacional e eleva a competitividade dos carros fabricados no país, que ainda perdem feio para os estrangeiros nos quesitos de conforto e dirigibilidade.
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