Motoristas ficam à mercê do descaso - O GLOBO, 30/03/2011 às 23h34m; Thiago Herdy
BELO HORIZONTE - A falta de balanças de pesagem nas estradas de Minas, maior malha rodoviária do país, deixa motoristas à mercê do descaso de autoridades federais e estaduais. O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) informa haver 17 postos em funcionamento nas estradas sob sua jurisdição no estado, mas admite a necessidade de triplicar esse número para atender à demanda e preservar as rodovias do estado.
A situação nas rodovias estaduais também desanima. No início de 2009, o Executivo mineiro anunciou investimento de R$ 30 milhões para que o estado alcançasse o volume de 70 postos de pesagem em funcionamento até o fim daquele ano. Dois anos passados desde a promessa, apenas 47 funcionam.
O estado afirma ter investido os recursos e argumenta que a estrutura física dos postos restantes já estaria finalizada. Mas admite que aguarda "aferição do InMetro e treinamento de pessoal" para fazer os equipamentos funcionarem.
- Quando estive no DER (Departamento de Estradas de Rodagem de Minas), os diretores argumentaram que os postos de pesagem não eram interessantes, porque não rendiam pagamento de multa, já que os motoristas evitam o excesso de peso. Ora, o retorno não vem pela arrecadação, mas pelo aumento da vida útil da rodovia - afirma Vander Costa, presidente da Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (FETCEMG).
De acordo com o Cadastro Nacional de Transportadores Rodoviários, em Minas Gerais há 249 mil veículos de carga registrados. Especialistas estimam que o excesso de peso acarreta redução de até 40% da vida útil do pavimento.
- Alguns empresários parecem não calcular que o prejuízo do excesso de carga se volta contra eles, donos de caminhões que estragam ou se envolvem em acidentes por causa das más condições das rodovias - afirma Costa.
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