segunda-feira, 21 de março de 2011

LEI SECA NO RS - BAFÔMETRO PARA POUCOS


O desafio para a balada ser segura. Uso em larga escala de equipamento que comprova embriaguez esbarra em falta de infraestrutura das operações na Capital - ANDRÉ MAGS, ZERO HORA 21/03/2011

As blitze Balada Segura incorporaram as determinações do Conselho Estadual de Trânsito (Cetran), e agora quem se nega a soprar o bafômetro recebe multa e tem o carro apreendido. No entanto, ainda falta muito até que a operação possa se equiparar ao modelo em vista, o do Rio de Janeiro. A grande diferença é que lá todos os motoristas parados na blitz passam pelo bafômetro.

Uma reunião nesta semana servirá para formatar ações. A previsão de que todos os motoristas se submetam ao teste é para daqui a um mês, pelo menos.

– Temos de montar uma equipe única, precisamos treinar esse pessoal e também garantir infraestrutura. – afirmou o presidente do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Alessandro Barcellos.

A previsão do presidente parece curta quando se somam as necessidades da Balada Segura para se tornar uma Operação Lei Seca – nome dado às atividades no Rio. O desafio começa com a aquisição de biqueiras descartáveis para os bafômetros. Somente na operação efetuada entre sexta e sábado, foram feitas 783 abordagens a veículos em quatro avenidas. Mas somente 26 testes foram realizados no sábado – 13 foram autuados por embriaguez e três se negaram a soprar no aparelho.

Dois itens da Operação Lei Seca que o Detran deseja copiar são um balão de identificação da blitz e um tipo de gazebo para abrigar os motoristas que passarão pelo bafômetro. Espera-se que se forme fila para fazer o teste. O procedimento seria acompanhado pela verificação nos documentos do condutor e do veículo em um terminal instalado no local.

Barcellos não se ilude quanto à aceitação dos motoristas diante de blitze mais rígidas. Por isso, funcionários do órgão têm circulado em regiões onde ocorrem as batidas para informar frequentadores de bares. A ação tenta reduzir a antipatia ao Balada Segura por grande parte dos condutores.

– Isso é uma vergonha! Não podemos aceitar! – gritava na noite de sexta um morador do bairro Moinhos de Vento, indignado com a operação nas redondezas de sua residência.

Não se descarta um convênio com a Faders (fundação de portadores de deficiência). A ideia é recepcionar motoristas com algum portador de deficiência resultante de acidente.

A nova resolução

Pela nova norma, aprovada na última terça-feira, dia 15, os agentes de trânsito podem utilizar o bafômetro em todas as ações de fiscalização e não somente quando suspeitarem da conduta do motorista. O condutor que se recusar a fazer o teste terá a carteira de motorista recolhida e será multado em R$ 957.

O que separa a Balada Segura da Operação Lei Seca

l. Forte resistência dos motoristas gaúchos. No Rio, a operação ganhou o apoio da sociedade, e as pessoas param para tirar fotos ao soprar o bafômetro;

2. Falta de infraestrutura: instalações, equipes, material e identificação visual. No Rio, um balão identifica a operação, e os motoristas passam pelo teste em um gazebo montado no local. Portadores de deficiência ajudam a informar sobre a ação;

3. Só os motoristas com sinais de embriaguez passam pelo bafômetro. No Rio, todos os motoristas parados passam pelo bafômetro;

4. A vantagem da Balada Segura para a Operação Lei Seca é que documentação e condições dos veículos são verificadas, o que não ocorre no Rio

OPERAÇÃO BALADA SEGURA

- A Operação Balada Segura foi lançada em 4 de fevereiro. O foco é o combate à embriaguez ao volante e à educação no trânsito. As ações ocorrem simultaneamente em três ou quatro pontos da Capital. A atividade é desenvolvida entre a noite de sexta e a madrugada de sábado e a noite de sábado e a madrugada de domingo. Normalmente, iniciam perto das 23h e avançam até perto das 5h. Participam Detran, EPTC e Brigada Militar. Há a intenção de espalhar o modelo para outros pontos do Estado.

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