quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

INVESTIMENTO BAIXO EM SEGURANÇA NO TRÂNSITO

ZERO HORA 23 de janeiro de 2014 | N° 17682


PÁGINA 10 | ROSANE DE OLIVEIRA


Não é por falta de dinheiro que os investimentos do Detran em segurança no trânsito são tão tímidos. A autarquia teve superávit recorde em 2013, com o aumento das taxas cobradas dos motoristas e proprietários de veículos, mas esse crescimento da receita não se traduziu, na mesma proporção, em campanhas de prevenção à violência no trânsito. Se não é falta de dinheiro, o que explica os baixos investimentos em prevenção? A resposta é a mesma dos últimos anos: o dinheiro do Detran vai para o caixa único e ajuda a financiar o déficit do Estado.

Em 2013, o Detran arrecadou mais de R$ 1 bilhão. Desse total, só R$ 18 milhões foram para ações de prevenção à violência, aí incluída a Balada Segura, a mais conhecida iniciativa para inibir o consumo de álcool por motoristas, e que conta com a participação da Brigada Militar e de outros parceiros, como a EPTC, no caso de Porto Alegre.

A morte de mais de 1,5 mil pessoas no trânsito em 2013 deveria ser motivo mais do que suficiente para o Detran reavaliar suas campanhas e rediscutir seu papel na prevenção de acidentes.

Não é de hoje que o Detran financia outros gastos do Estado e reserva apenas uma quantia ínfima para ações ligadas à segurança do trânsito. O dinheiro das multas, por exemplo, deveria ser canalizado para projetos educativos. À época da Operação Rodin, quando as contas da autarquia foram esquadrinhadas por uma CPI na Assembleia, descobriu-se que no governo de Germano Rigotto o Detran era pródigo em financiar festas regionais, sem qualquer critério técnico, e gastou fortunas em aluguéis de carros, sem que se provasse a necessidade dessas locações para as atividades do departamento.



DE OLHO NO SENADO

A solenidade de inauguração da estátua de Leonel Brizola reuniu três possíveis candidatos ao Senado: Lasier Martins (PDT), Germano Rigotto (PMDB) e Pedro Simon (PMDB). Mestre de cerimônias do evento, Lasier teve a candidatura avalizada em pré-convenção do partido, mas o PMDB ainda não se definiu.

Simon voltou a dizer que não é candidato à reeleição, mas deixou no ar a possibilidade de concorrer:

– Não sou candidato. Já fiz o que podia fazer. Temos o Rigotto, o Ibsen... Mas não vou fugir da responsabilidade se o partido impuser isso. Eu não vou fugir para que digam que o Simon tem medo do Lasier ou coisa parecida. Não tenho medo do Lasier.

A menos de dois metros do senador, Rigotto disse estar pronto para concorrer, mas aguarda a definição de Simon.

– Estou preparadíssimo para ser candidato ao Senado – resumiu.

Simon deixou no ar a sua insatisfação com a demora do PMDB em se definir:

– Tem um grupo que está aí atuando, e eles que estão resolvendo. Se não conseguirem candidato ao Piratini, eu consigo.



Araujo faz cobrança a Lasier

O ex-deputado Carlos Araujo (PDT) deixou no ar um alerta ao colega de partido Lasier Martins. Segundo o ex-marido de Dilma Rousseff, Lasier precisa deixar mais claro aos companheiros do PDT qual é a sua real posição política:

– Ele tem posições políticas que a gente não sabe direito quais são. Na televisão, era mais de centro-direita. Agora, não sei como ele está se comportando.




Pedro Simon tem o direito de não gostar do que seus companheiros do PMDB dizem, mas não adianta reclamar do jornal, que é apenas o mensageiro.



Deputado? Nem pensar

Poucas coisas deixam o senador Pedro Simon mais irritado do que as sugestões de companheiros do PMDB para que concorra a deputado federal.

– Isso é gente querendo gozar com a minha cara. É ridículo imaginar. Eu, com 85 anos, vou brigar com 500 deputados para falar? – questionou.

Líderes do PMDB sugerem que ele concorra a deputado em dobradinha com o filho Thiago.



ALIÁS

Germano Rigotto está convencido de que a ameaça de Tarso Genro de não disputar a reeleição caso o projeto que reestrutura a dívida não seja aprovado é apenas “pressão”, e que Tarso concorrerá.

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