EDITORIAIS
É perturbadora a informação do Departamento Estadual de Trânsito (Detran-RS) de que mais de 15 mil motoristas autuados por infrações gravíssimas entre elas, embriaguez ao volante seguem dirigindo livremente. Com isso, impõem risco permanente a si mesmos e a quem transita por ruas e rodovias gaúchas. O perigo se mantém devido ao excesso de burocracia e às margens oferecidas pela legislação de trânsito para que os infratores possam recorrer indefinidamente. O resultado é que, na prática, chegam a transcorrer dois anos entre o registro da infração e o momento em que a punição se concretiza, com o recolhimento da carteira de habilitação.
Obviamente, não se trata de defender punição sumária para motoristas pegos embriagados na direção de um veículo, ou em alta velocidade, ou que tenham completado mais de 20 pontos na carteira em um período de 12 meses. Mas fica difícil aceitar que, dos milhares incluídos nessa situação, poucos tenham sido efetivamente punidos e menos ainda ficado sem o documento de habilitação.
Dirigir veículo é um ato de responsabilidade, que exige atenção permanente. Se, mesmo consciente disso, o motorista bebe antes de assumir o volante ou imprime velocidade excessiva ao veículo, é preciso que arque com as consequências.
A sociedade não tem como deixar de pensar em até que ponto adianta o país ter penas rígidas se elas não servem para punir os faltosos, nem ao menos para protegê-la dos riscos que implicam ao volante. Ainda assim, precisa zelar para que o poder público cumpra o seu papel, agindo preferencialmente de forma preventiva e, quando isso for impossível, punindo com rigor os transgressores.
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