domingo, 19 de janeiro de 2014

COMO FUNCIONA O SOCORRO DA EGR

ZERO HORA 19 de janeiro de 2014 | N° 17678


SEGURANÇA NAS ESTRADAS. Como funciona o socorro


Durante 15 anos, usuários dos polos rodoviários privados se acostumaram a ver ambulâncias na beira do asfalto – uma cena que transmitia segurança. Com o fim das concessões e a criação da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR), o socorro nas estradas se tornou alvo de questionamentos. Hoje, o sistema é único em todo o RS. A responsabilidade é do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e do Corpo de Bombeiros, com participação das polícias rodoviárias. ZH elaborou perguntas, que foram respondidas por Samu, EGR e órgãos de segurança do Estado. Confira também um mapa com as bases de atendimento.

Como é feito o atendimento a pessoas feridas em acidentes em rodovias no Estado?

O socorro é feito pelo Samu, com apoio do Corpo de Bombeiros. São acionados os veículos das bases mais próximas do local do acidente.

O que fazer se o acidente for em rodovia estadual?

O usuário poderá ligar para o 192 do Samu, o 193 dos bombeiros ou o 198 do Comando Rodoviário da Brigada Militar, que irá acionar o Samu e/ou os bombeiros mais próximos.

E acidente em rodovia federal?

O usuário poderá ligar para o 192 do Samu, o 193 dos bombeiros ou o 191 da Polícia Rodoviária Federal, que se encarregará de chamar o Samu e/ou os bombeiros mais próximos.

Samu e Corpo de Bombeiros têm atribuições diferentes?

Sim. Os bombeiros agem em caso de incêndio, vítima presa às ferragens e derramamento de óleo na pista. Já o Samu, que conta com profissionais de saúde em todas as suas equipes, é o responsável pelo socorro médico às vítimas. Samu e bombeiros trabalham em parceria para oferecer o atendimento mais adequado.

E se o Samu estiver ocupado?


Acidentes com vítimas sempre serão prioridade. Se a ambulância estiver atuando em um caso menos urgente, o atendimento pode ser revisto, fazendo a mudança de prioridade. O Samu ainda poderá solicitar apoio dos bombeiros ou dos próprios municípios.

Uma prefeitura pode se recusar a enviar seu Samu a um acidente?

Não. Se isso acontecer, por lei, o médico regulador de urgências do SUS (a autoridade sanitária de plantão) poderá mandar prender por omissão de socorro aquele que negar o atendimento. No RS, existem cinco centrais de regulação (duas em Porto Alegre, além de Bagé, Pelotas e Caxias do Sul) com centenas de médicos reguladores.

Há um tempo de espera previsto para o atendimento do Samu?

As equipes trabalham com meta de 10 minutos, que é o tempo recomendado nos serviços de referência mundiais. No Interior, devido à distância das bases do Samu, a espera gira em torno de 15 minutos. Onde as rodovias são de difícil acesso ou a distância a ser percorrida for maior, pode superar os 15 minutos.

Há um trecho mínimo a ser coberto pela unidade do Samu?

Sim. Com o maior número de bases do serviço, que quase dobrou em três anos, a ideia é que nenhuma ambulância percorra uma distância superior a 50 quilômetros.

Quais as vantagens do gerenciamento das ambulâncias por GPS?

O projeto de disparo inteligente de ambulância, com localização via GPS e acionamento por mensagem de texto, começou há alguns meses em Porto Alegre. Nos próximos dias, entra em operação na Região Metropolitana, Litoral e nas 40 unidades de suporte avançado. Com o uso de smartphones, pula-se a etapa de comunicação via rádio, gerando melhora de até três minutos no tempo de resposta das equipes.

O Samu tem capacidade para atender à demanda?

A secretária da Saúde, Sandra Fagundes, afirmou que a “população pode viajar tranquila”, porque o número de bases passou de 85 em 2010 para 160 no ano passado. E até o fim de 2014 serão inauguradas mais 38. O coordenador estadual do serviço, Maicon de Paula Vargas, também garante que é mais tranquilo viajar hoje do que no sistema anterior.

Há diferença entre ambulâncias?

As unidades de suporte avançado (UTI móveis) contam com médico e equipamentos operados por esses profissionais, como ventilador pulmonar. São 40 nessa categoria. Já as de suporte básico possuem técnico em enfermagem e condutor socorrista. São 190 desses veículos. O Samu ainda tem 10 motolâncias, 10 veículos de intervenção rápida e um helicóptero.

E a estrutura dos bombeiros no Interior é suficiente?

O governo anunciou investimentos na corporação para fazer frente à demanda. Até o fim do ano, o efetivo deve ganhar o reforço de 400 homens. E a EGR prometeu repassar aos bombeiros 31 veículos de resgate até março.

Por que a EGR não manteve o modelo adotado pelas concessionárias, em que veículos de resgate ficavam nas estradas?

A empresa alega que o serviço era limitado, que não era oferecido em todas as praças e os veículos não tinham os equipamentos necessários. Como o socorro, segundo a EGR, normalmente era feito pelo Samu e bombeiros, a opção foi reforçar a estrutura de ambos.

Se a ambulância de um município for deslocada para atender a um acidente na estrada, quem irá socorrer os moradores deste município em caso de urgência?

A orientação aos viajantes é entrar em contato pelo telefone 192 com o Samu, que irá verificar a disponibilidade de ambulâncias, inclusive da rede municipal. Se não houver veículo à disposição, terão de ser utilizados meios próprios.

Existe uma central que receba reclamações sobre o atendimento nas estradas?

As queixas podem ser feitas junto à ouvidoria da EGR, pelo telefone 0800-648-3903, das 8h às 18h, de segunda a sexta-feira. Em fevereiro, com a contratação de uma empresa de call center, o atendimento será 24h.

O atendimento telefônico de PRF, Samu, Corpo de Bombeiros e Comando Rodoviário da BM é centralizado ou funciona por meio de centros regionais?

A ligação do usuário é automaticamente redirecionada para a central regional mais próxima da sua localização. Cada uma das instituições possui a sua central.

De que forma o convênio da EGR com Samu e Corpo de Bombeiros irá beneficiar os usuários das estradas gaúchas?

Conforme o presidente da EGR, Luiz Carlos Bertotto, o atendimento será mais amplo e qualificado. Para tranquilizar os viajantes, o governo vem anunciando uma série de medidas, como investimentos no Samu e nos bombeiros, que somarão R$ 9 milhões neste ano.


 


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