sexta-feira, 27 de abril de 2012

ACIDENTE VITIMA REPÓRTER E CINEGRAFISTA QUE INTEGRAVAM COMBOIO DE OPERAÇÃO POLICIAL

"Foi uma tragédia", diz diretor do Deic que integrava comboio. Repórter e cinegrafista morreram em acidente na ERS 122, na Serra - Rádio Guaíba e CORREIO DO POVO, 27/04/2012 10:30

O diretor do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) da Polícia Civil, delegado Guilherme Wondracek, estava no comboio que se envolveu em acidente com duas mortes na ERS 122, na Serra. Wondracek contou que chegou segundos após a colisão: "uma das vítimas ainda estava com vida, mas não foi possível fazer nada. Infelizmente, foi uma tragédia".

O delegado afirmou que o repórter "Paulão", um dos mortos na colisão, era querido por todos e convivia com os policiais havia muitos anos. O diretor do Deic revelou que na cabine do caminhão foram encontrados dois comprimidos usados como estimulantes, conhecidos como "rebites". No entanto, o caminhoneiro fez o teste do bafômetro que não indicou álcool no sangue. Ele foi detido por agentes do Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM).

O comboio, que se dirigia para operação na Serra, era formado por 30 carros, tanto da Polícia Civil quanto da imprensa, e liderado por três viaturas, das quais duas foram atingidas. O escrivão da Polícia Civil, Tomé Moreira, estava no terceiro veículo e conseguiu desviar, ficando entre um barranco e a estrada, quando viu a carreta invadir a pista contrária.

Ele revela que informações preliminares dão conta de que o caminhoneiro João José de Araújo havia saído de São José do Rio Preto (SP) à noite, depois dormido em Santa Catarina, antes de seguir viagem para o Rio Grande do Sul. O objetivo era chegar à região Metropolitana, onde entregaria a carga de laranjas.

A cerca de um quilômetro da colisão, o motorista teria perdido os freios e tentava evitar um acidente. Na "Curva da Morte", porém, ele conseguiu desviar de um carro que trafegava na frente, mas invadiu a pista contrária no sentido Capital-Serra, colidindo frontalmente contra o automóvel da TV Bandeirantes e envolvendo outros veículos no engavetamento.

O escrivão, que saiu ileso, conta que tentou prestar socorro imediatamente às vítimas, mas que não foi possível ajudar. "É muito triste ver pessoas presas às ferragens, agonizando e não poder fazer nada", disse.

Coube à polícia isolar o trânsito no local, que é de intensa circulação e foi interrompido em ambos os sentidos. A Polícia Civil, os bombeiros, a Brigada Militar e a perícia utilizaram uma motosserra para remover os corpos das ferragens.

Moreira conta que, no momento do acidente, apesar do horário, a visibilidade era boa e não havia serração na área. O trecho é sinalizado com cruzes, marcando a ocorrência de mortes em acidentes. Mais de 20 pessoas já teriam perdido a vida no local apenas este ano, a maioria em atropelamentos. A vistoria do caminhão estaria em dia, mas apesar disso a polícia avalia indiciar o condutor por homicídio com dolo eventual, quando se assume o risco de matar.

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