LARGADA DO FERIADÃO: Infrações crescem 83,7%
Primeiras 24 horas da Operação Viagem Segura também apontam aumento de 539,3% nos testes de bafômetro em relação a 2012
O rigor da nova Lei Seca não ficou só no papel. Com amparo da legislação que pune motoristas que se recusam a soprar o bafômetro, o número de testes aumentou 539,3% nas primeiras 24 horas da Operação Viagem Segura deste feriado de Páscoa, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Oaperto na fiscalização na largada do feriadão se refletiu ainda em um crescimento de 83,7% nas infrações de trânsito registradas, enquanto o número de acidentes caiu 37,9% no comparativo, de 372 para 231.
Divulgados pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran), os dados se referem ao período entre a 0h de quinta e a 0h de ontem. Em um esforço conjunto da Brigada Militar, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Civil, entre outros órgãos, foram fiscalizados 20.541 veículos.
Como a recusa ao teste de embriaguez passou a ser passível de multa de R$ 1,9 mil e recolhimento da carteira por até um ano pela nova legislação, houve um salto de 117 para 748 nas aferições. A nova lei, sancionada em dezembro, está sendo contestada por um parecer da Procuradoria-geral da República.
Num indício de que os motoristas também estão mais conscientes, as autuações por embriaguez não cresceram na mesma proporção: o índice subiu 34,5%, com 39 autuações por embriaguez neste ano. Desses, 19 motoristas serão responsabilizados criminalmente por estarem com concentração de álcool superior a 0,34 miligramas de álcool por litro de ar expelido dos pulmões. A amostra é 137% maior do que no comparativo com o mesmo período de 2012, quando foram oito encaminhamentos à polícia por crimes de trânsito, dos 29 autuados por embriaguez.
– A recusa ao bafômetro está bem pequena, porque quem não comprovar que não está embriagado vai ser multado e terá a carteira apreendida. Todo mundo tem que ter a certeza de que a qualquer momento pode ser abordado – avisa o chefe de comunicação da Polícia Rodoviária Federal, Alessandro Castro.
Tendência é aumentar número de autuados, diz comandante
Para o comandante do batalhão rodoviário da Brigada Militar, Alberto Grillo, a nova lei que amplia os instrumentos para comprovar a embriaguez traz a vantagem adicional de “animar a fiscalização”, o que pode ser uma das explicações para o aumento das autuações em geral.
– A pior coisa era flagrar alguém e ficar preso a uma norma que não te deixava fazer nada. A tendência é só aumentar o número de autuados – avalia Grillo.
A manutenção da punição aos motoristas que se recusarem a soprar o bafômetro ainda depende de julgamento no Supremo Tribunal Federal, o que preocupa o diretor-presidente do Detran, Alessandro Barcellos.
– Se julgarem a lei inconstitucional tudo vai por água abaixo. Não podemos retroceder – diz.
LETÍCIA DUARTE
O rigor da nova Lei Seca não ficou só no papel. Com amparo da legislação que pune motoristas que se recusam a soprar o bafômetro, o número de testes aumentou 539,3% nas primeiras 24 horas da Operação Viagem Segura deste feriado de Páscoa, em comparação com o mesmo período do ano passado.
Oaperto na fiscalização na largada do feriadão se refletiu ainda em um crescimento de 83,7% nas infrações de trânsito registradas, enquanto o número de acidentes caiu 37,9% no comparativo, de 372 para 231.
Divulgados pelo Departamento Estadual de Trânsito (Detran), os dados se referem ao período entre a 0h de quinta e a 0h de ontem. Em um esforço conjunto da Brigada Militar, Polícia Rodoviária Federal e Polícia Civil, entre outros órgãos, foram fiscalizados 20.541 veículos.
Como a recusa ao teste de embriaguez passou a ser passível de multa de R$ 1,9 mil e recolhimento da carteira por até um ano pela nova legislação, houve um salto de 117 para 748 nas aferições. A nova lei, sancionada em dezembro, está sendo contestada por um parecer da Procuradoria-geral da República.
Num indício de que os motoristas também estão mais conscientes, as autuações por embriaguez não cresceram na mesma proporção: o índice subiu 34,5%, com 39 autuações por embriaguez neste ano. Desses, 19 motoristas serão responsabilizados criminalmente por estarem com concentração de álcool superior a 0,34 miligramas de álcool por litro de ar expelido dos pulmões. A amostra é 137% maior do que no comparativo com o mesmo período de 2012, quando foram oito encaminhamentos à polícia por crimes de trânsito, dos 29 autuados por embriaguez.
– A recusa ao bafômetro está bem pequena, porque quem não comprovar que não está embriagado vai ser multado e terá a carteira apreendida. Todo mundo tem que ter a certeza de que a qualquer momento pode ser abordado – avisa o chefe de comunicação da Polícia Rodoviária Federal, Alessandro Castro.
Tendência é aumentar número de autuados, diz comandante
Para o comandante do batalhão rodoviário da Brigada Militar, Alberto Grillo, a nova lei que amplia os instrumentos para comprovar a embriaguez traz a vantagem adicional de “animar a fiscalização”, o que pode ser uma das explicações para o aumento das autuações em geral.
– A pior coisa era flagrar alguém e ficar preso a uma norma que não te deixava fazer nada. A tendência é só aumentar o número de autuados – avalia Grillo.
A manutenção da punição aos motoristas que se recusarem a soprar o bafômetro ainda depende de julgamento no Supremo Tribunal Federal, o que preocupa o diretor-presidente do Detran, Alessandro Barcellos.
– Se julgarem a lei inconstitucional tudo vai por água abaixo. Não podemos retroceder – diz.
LETÍCIA DUARTE
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