EDITORIAL ZERO HORA 07/06/2011
É estarrecedor o número de motoristas que se arriscam a dirigir depois da ingestão de bebidas alcoólicas. A iniciativa do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de promover blitze semanais não é nova, mas o que surpreende na mais recente é justamente o aumento acentuado no número de autuações. Só no último fim de semana, os policiais flagraram um percentual mais de quatro vezes superior à média por embriaguez ou por se negarem a soprar o bafômetro. O resultado choca, diante da constatação de que a combinação entre o consumo de bebida alcoólica e a iniciativa de dirigir um veículo está na origem de uma expressiva parcela dos acidentes de trânsito, muitos dos quais resultam em ferimentos graves e mesmo em mortes.
Obviamente, é difícil definir as razões que levam a um aumento tão acentuado no número de motoristas flagrados sem condições de dirigir devido ao consumo de álcool. Essa dificuldade, porém, chama a atenção para a necessidade de o problema ser enfrentado não apenas com o rigor da aplicação da lei, mas com campanhas específicas, destinadas a manter o maior número possível de pessoas permanentemente esclarecidas sobre os riscos de assumir o volante depois de beber acima dos limites definidos pelo bom senso e dos fixados em lei.
A particularidade de a operação policial se chamar Balada Segura indica que a maior incidência de infrações desse tipo ocorre justamente entre jovens. Como a maioria sai de casa dirigindo, mesmo sabendo de antemão que vai consumir álcool, a questão precisa envolver também a família, a quem compete a transmissão de informações precisas e bons exemplos, e a escola, onde a questão precisa ganhar mais espaço.
No caso específico dos jovens, é natural que não tenham noção dos riscos e insistam em assumir o controle de um veículo mesmo quando estão alcoolizados e principalmente quando estão em turma. O desafio é encontrar a linguagem certa, sem preconceitos e sem imposições, para conscientizá-los de que não devem incorrer neste erro, pois pode ser fatal.
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