quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

BAFÔMETRO ZERO

ZERO HORA 31 de janeiro de 2013 | N° 17329

EDITORIAIS


Sem concessões. É assim, com o rigor que a questão exige, que devem ser cumpridas as normas agora baixadas pelo Conselho Nacional de Trânsito, disciplinadoras das novas regras da Lei Seca. A tolerância com o álcool ao volante passou a ser zero a partir de ontem. O limite do bafômetro (que é como ficou popularizado o aparelho chamado etilômetro) passa a ser 0,05 miligramas de álcool por litro de ar. Ou seja: qualquer ingestão de bebida alcoólica será registrada e poderá resultar para o motorista flagrado uma multa por infração gravíssima (R$ 1.915,30), além de impedimento de dirigir por um ano. E se o equipamento marcar 0,34 mg/l ou mais, o motorista responderá por crime, podendo ser condenado a seis meses a três anos de prisão. Para completar, a nova resolução do Conselho Nacional de Trânsito também possibilita que vídeos, depoimentos de testemunhas e relatos dos policiais passem a valer como provas contra os condutores que se recusam a se submeter ao teste do sopro.

Pode parecer rigoroso demais. Mas as estatísticas têm comprovado que a Lei Seca já evitou milhares de mortes desde sua implantação em 2008. Então, o novo arrocho se justifica plenamente, até mesmo porque faltam poucos dias para o Carnaval, período em que as pessoas abusam na ingestão de bebidas alcoólicas. Embora a ingestão de bombons com licores e de certos medicamentos também passe a ser registrada pelo bafômetro zero, as autoridades vêm alertando sobre a extinção de tais efeitos em poucos minutos. Caso ocorra uma dessas improváveis exceções, o condutor poderá esperar alguns minutos e fazer novo teste, para provar que não bebeu.

Não vai resolver tudo, evidentemente. Outros fatores, como o excesso de velocidade, a imprudência, as ultrapassagens indevidas, carros e estradas em más condições, também concorrem para o morticínio que se verifica todos os anos nas estradas brasileiras. Mas o veto total ao consumo de álcool por motoristas é um sinal eloquente de que não haverá mais tolerância com infratores.

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