segunda-feira, 7 de maio de 2012

NÓS SOMOS O TRÂNSITO

Vanderlei Cappellari, Diretor-presidente da EPTC - ZERO HORA 07/05/2012

A inauguração do trecho da primeira etapa da ciclovia da Avenida Ipiranga, entre a Erico Verissimo e a Azenha, nesta segunda-feira, representa outro ganho importante de qualidade na circulação de Porto Alegre. São os primeiros 416 metros de um total de 9,4 quilômetros, que, somados aos espaços a serem destinados aos ciclistas na ciclofaixa da Icaraí, a partir de 10 de maio, e ciclovia da Restinga, em atividade neste primeiro semestre, ao lado da ciclovia da Diário de Notícias, representam investimentos concretos na paisagem da cidade.

Em relação às bicicletas, não queremos que a atual gestão municipal seja marcada apenas como aquela que mais investe na construção de espaços para a circulação deste modal de deslocamento na Capital. Mais importante do que isto está no esforço e envolvimento de toda a sociedade, em buscar, e tornar realidade, uma mudança de cultura, na convivência mais saudável entre todos os atores inseridos nos mais diversos modais da circulação, em que a bicicleta ocupa papel de destaque como veículo de sustentabilidade social, urbanística e ambiental.

Muitos circulam de carro, bicicleta, ônibus, moto, skate etc. Só que, antes de tudo, somos todos pedestres. O maior sempre tem obrigação de cuidar do menor, no caso, dos mais expostos à acidentalidade. É importante ressaltar que este ou aquele segmento não deve ser carimbado como adversário ou inimigo. Nós somos o trânsito. Dentro desta realidade, o objetivo é a consagração de uma harmonia nas relações, responsabilidade compartilhada pelos diversos segmentos da nossa sociedade...

Por trás dos conflitos, dos números da acidentalidade, estão pessoas, pais, mães, filhos, amigos. Quase todo dia, por maior que seja o esforço de todos nós para um trânsito mais seguro, alguém sai de casa, se despede, e nunca mais retorna. É uma tristeza infinita, sem preço, ou explicação. Dentro deste cenário, é significativo lembrar, sempre, que o espaço público é de todos. Mas uma mudança de cultura depende de um mutirão construído por ações individuais. Cada um tem um papel fundamental a desempenhar nesta permanente missão de preservação da vida, nosso maior presente.

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