terça-feira, 24 de maio de 2011

BONS MOTORISTAS

EDITORIAL ZERO HORA 24/05/2011

Levantamento do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) revela que 89,9% dos motoristas gaúchos têm bom comportamento ao volante, raramente cometem infrações e se enquadram nas regras do trânsito em geral. É uma boa notícia. Até por isso, os controles sobre os restantes 10% de infratores devem apertar, especialmente no que se refere à ingestão de álcool por condutores e à principal e mais danosa das infrações: excesso de velocidade.

O simples fato de nove entre 10 condutores de veículos no Rio Grande do Sul não contarem com pontos na carteira indica que uma imensa maioria fica diariamente exposta aos riscos impostos por uma minoria pouco atenta a regras básicas na condução de um veículo. São esses motoristas, num percentual reduzido mas numericamente expressivo, que costumam pisar mais fundo no acelerador, estacionam em locais proibidos e ultrapassam o sinal vermelho. É como se seguissem não as regras válidas para todos, mas um código próprio para quem se julga acima da lei.

A quantificação de bons e maus motoristas pode se constituir num reforço importante das políticas aplicadas na área de trânsito. Se a imensa maioria procura se portar ao volante de forma consciente e responsável, é importante que o poder público possa valorizá-la, contribuindo no mínimo com rodovias bem conservadas e com sinalização adequada. Em contrapartida, é preciso apelar ao rigor permanente no caso dos maus motoristas, para evitar a banalização das transgressões e reduzir os riscos coletivos.

Um trânsito mais eficaz e mais eficiente depende em muito do acerto das políticas públicas, mas também de ações firmes sob o ponto de vista preventivo. Além de continuadas, as campanhas precisam ser convincentes o suficiente para conscientizar os bons e os maus motoristas sobre a importância de evitarem riscos a si mesmos e aos outros. Quando esse esforço falha, a lei precisa ser aplicada com rigor, deixando evidente que o trânsito só é livre para quem anda na linha, preocupando-se com a própria integridade física e com a dos demais usuários de vias públicas.

COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - Deveria comemorar este indicador, mas temo que esta pesquisa seja enganadora já que os acidentes no RS são muitos, e têm sido gravíssimas, e as infrações continuam sendo praticadas impumente nas ruas e nas estradas gaúchas. Após a Brigada Militar entregar o trânsito, já não se vê fiscalização permanente nas ruas das cidades. E nas estradas, há pouco policiamento que fica restritos aos postos e poucos pontos estratégicos. Assim, a falta de efetivos e viaturas nas polícias rodoviárias deixa insuficiente o patrulhamento permanente e vigilante destas corporações. Talvez por este motivo, existem infratores costumeiros que não são multados.

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