quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

RELAÇÃO DIRETA

ZERO HORA 21 de fevereiro de 2013 | N° 17350

EDITORIAIS

Levantamento do Ministério da Saúde não deixa dúvida de que a ingestão de álcool está na origem de muitas tragédias no trânsito. Uma em cada cinco vítimas de acidentes atendidas em prontos-socorros do país ingeriu algum tipo de bebida alcoólica. Deste grupo, mesmo com o rigor da Lei Seca, 22,3% são motoristas. O percentual elevado ajuda a entender por que o Brasil ocupa a quinta colocação mundial de violência no trânsito, com o registro de 42 mil mortes em acidentes com veículos só em 2011. Ao mesmo tempo, reforça a importância de a sociedade e o poder público persistirem na luta contra esse risco permanente, com base em campanhas de conscientização e em punições que possam realmente desestimular quem bebe de assumir o volante.

O número excessivo de vítimas fatais acabou forçando o país, nos últimos anos, a adotar maior rigor legal contra quem insiste em colocar em risco a sua própria vida e a de outras pessoas. Mesmo sem provocar acidente, o motorista já pode ser denunciado e condenado simplesmente se for pego dirigindo alcoolizado, apesar das dificuldades enfrentadas pelas autoridades de trânsito para comprovar o grau de embriaguez. O valor das multas, antes irrisório, ficou duas vezes maior desde o final do ano passado, embora continue distante do que é cobrado em países europeus, por exemplo. Ainda assim, mesmo sabendo da relação direta entre álcool e acidentes, tem quem continue dirigindo depois de beber – e o Rio Grande do Sul é campeão em multas nessa área.

O aumento da fiscalização ostensiva tem contribuído para reduzir esse tipo de ocorrência e, em consequência, o número de acidentes e de vítimas. Cada vez mais, porém, é importante que sejam intensificadas as campanhas de conscientização desde o período escolar, alertando para o que pode ocorrer a quem bebe antes de dirigir e para a necessidade de uma mudança radical e definitiva no comportamento dos motoristas.

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