PERIGO NO TRÂNSITO
MARCELO GONZATTO
MARCELO GONZATTO
Desde 2002, o Estado não contabilizava tantas vítimas quanto no feriadão encerrado ao meio-dia de ontem. Com a morte de dois irmãos em uma estrada da Região Norte, o Carnaval terminou com 33 óbitos, a maioria registrada na saída para o período prolongado de descanso.
No feriadão em que não houve engarrafamentos no Estado, o perigo também andou solto pelas estradas. As 33 mortes no trânsito ocorridas entre o meio-dia de sexta-feira e o de ontem fizeram deste Carnaval o mais sangrento dos últimos 11 anos – em 2002, 37 pessoas perderam a vida em ruas e rodovias gaúchas. A saída para o feriado concentrou a maior parte dos acidentes e de mortes.
Dos 25 acidentes com morte, 80% ocorreram em rodovias, onde a velocidade e as ultrapassagens arriscadas são os maiores fatores de risco. A pressa para chegar ao destino é justamente uma das hipóteses para o fato de a maior parte dos desastres ter ocorrido sexta e sábado, quando 13 ocorrências deixaram 18 vítimas.
– Os acidentes se concentraram na ida – resume o chefe do Estado-Maior do Comando Rodoviário da BM, tenente-coronel Fernando Alberto Grillo Moreira.
Uma análise mais detalhada fornece outras pistas para a mortandade e pode servir de lição para os próximos feriados no Rio Grande do Sul:
1) Perda de controle do veículo: 40% dos acidentes ocorreram por saídas de pista que podem ter relação com o excesso de velocidade, além de imperícia, cansaço, sono ou desatenção.
2) Risco da madrugada: a maior proporção de ocorrências com morte foi verificada entre a 0h e as 6h.
3) Ameaça dos caminhões: mesmo com a restrição à circulação em alguns horários durante o Carnaval, eles foram o segundo tipo de veículo que mais se envolveu em acidentes fatais, depois dos automóveis.
Outra característica é um desafio à fiscalização: embora o fluxo para o Litoral Norte concentre as atenções, as ocorrências de morte se espalharam em 14 das 27 regiões em que a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) divide o Estado.
– Onde estávamos mais presentes, no Litoral, não houve morte. Quase metade dos acidentes envolveu tentativa de ultrapassagem – afirma o tenente-coronel, referindo-se às vias estaduais.
No final da manhã de ontem, um acidente matou dois irmãos que voltavam do velório de outra irmã em Tramandaí. O motorista, João de Camargo, 50 anos, e Florêncio Camargo, 58 anos, morreram quando o EcoSport em que estavam bateu em um caminhão em Boa Vista das Missões, na rodovia Seberi-Sarandi (BR-386).
– Já tínhamos perdido uma irmã e agora vamos viajar para enterrar outros dois – lamentou o cunhado de João, Valdemar Lerner.
Resultado da operação Viagem Segura até terça-feira: 622 autuações por embriaguez, 207 condutores presos e 23 mil infrações
No feriadão em que não houve engarrafamentos no Estado, o perigo também andou solto pelas estradas. As 33 mortes no trânsito ocorridas entre o meio-dia de sexta-feira e o de ontem fizeram deste Carnaval o mais sangrento dos últimos 11 anos – em 2002, 37 pessoas perderam a vida em ruas e rodovias gaúchas. A saída para o feriado concentrou a maior parte dos acidentes e de mortes.
Dos 25 acidentes com morte, 80% ocorreram em rodovias, onde a velocidade e as ultrapassagens arriscadas são os maiores fatores de risco. A pressa para chegar ao destino é justamente uma das hipóteses para o fato de a maior parte dos desastres ter ocorrido sexta e sábado, quando 13 ocorrências deixaram 18 vítimas.
– Os acidentes se concentraram na ida – resume o chefe do Estado-Maior do Comando Rodoviário da BM, tenente-coronel Fernando Alberto Grillo Moreira.
Uma análise mais detalhada fornece outras pistas para a mortandade e pode servir de lição para os próximos feriados no Rio Grande do Sul:
1) Perda de controle do veículo: 40% dos acidentes ocorreram por saídas de pista que podem ter relação com o excesso de velocidade, além de imperícia, cansaço, sono ou desatenção.
2) Risco da madrugada: a maior proporção de ocorrências com morte foi verificada entre a 0h e as 6h.
3) Ameaça dos caminhões: mesmo com a restrição à circulação em alguns horários durante o Carnaval, eles foram o segundo tipo de veículo que mais se envolveu em acidentes fatais, depois dos automóveis.
Outra característica é um desafio à fiscalização: embora o fluxo para o Litoral Norte concentre as atenções, as ocorrências de morte se espalharam em 14 das 27 regiões em que a Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs) divide o Estado.
– Onde estávamos mais presentes, no Litoral, não houve morte. Quase metade dos acidentes envolveu tentativa de ultrapassagem – afirma o tenente-coronel, referindo-se às vias estaduais.
No final da manhã de ontem, um acidente matou dois irmãos que voltavam do velório de outra irmã em Tramandaí. O motorista, João de Camargo, 50 anos, e Florêncio Camargo, 58 anos, morreram quando o EcoSport em que estavam bateu em um caminhão em Boa Vista das Missões, na rodovia Seberi-Sarandi (BR-386).
– Já tínhamos perdido uma irmã e agora vamos viajar para enterrar outros dois – lamentou o cunhado de João, Valdemar Lerner.
Resultado da operação Viagem Segura até terça-feira: 622 autuações por embriaguez, 207 condutores presos e 23 mil infrações
Mais prisões por embriaguez
Um levantamento parcial do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) mostra que, até terça-feira, 207 motoristas haviam sido presos por embriaguez no Carnaval. Esse número já é 30% maior do que o verificado em todo o feriadão do ano passado. Esse acréscimo, porém, reflete mais o aumento do rigor na fiscalização do que uma piora no comportamento dos condutores.
Na operação Viagem Segura de 2012, entre a sexta e a quarta, foram flagrados 599 condutores com nível de álcool acima do antigo limite de tolerância de 0,13 miligrama de álcool por litro de ar expelido dos pulmões. Desses, 159 estavam com concentração acima do nível de 0,33 miligrama, que transforma a infração em crime e conduz o motorista à delegacia. Agora, sob o efeito da legislação mais rigorosa que passa a punir o condutor acima de 0,04 miligrama (margem de erro do bafômetro), 622 foram flagrados, e 207 apresentaram concentração acima do limite que configura crime.
Embora o número absoluto de casos tenha aumentado, o percentual de condutores flagrados nos exames diminuiu. Isso tem relação com a explosão no número de abordagens: enquanto em 2012 foram aplicados 1,8 mil testes do bafômetro, que deram positivo em 33% das vezes, agora já ocorreram 7,7 mil exames – com 8% de confirmações para embriaguez. Conforme o Detran, a queda em termos percentuais pode ter relação com o fato de que até o ano passado o teste era aplicado preferencialmente em quem aparentava sinais de embriaguez, o que favorecia um índice maior de confirmação, ou com uma maior conscientização dos motoristas agora.
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