Página 10 | ROSANE DE OLIVEIRA - Nunca antes na BR-386 - ZERO HORA 22/04/2011
Que o sistema rodoviário gaúcho está à beira de um colapso sabem todos os que se dedicam a estudar o assunto e a fazer projeções sobre o futuro. Os engarrafamentos de ontem, sobretudo na BR-386, que infernizaram a vida de milhares de motoristas, tendem a ser cada vez mais frequentes, apesar do aumento do preço da gasolina. O que se viu no primeiro dia do feriado e certamente se verá no retorno, domingo, tende a ser o pior do ano, porque não haverá outro feriadão tão longo até o próximo Carnaval.
Daqui para a frente, a maioria dos feriados de 2011 cai no meio da semana, mas isso não significa tranquilidade para quem viaja. Com investimentos mínimos nas estradas e nenhuma alternativa de transporte disponível, é inevitável que o Estado comece a enfrentar regularmente os congestionamentos que já viraram tradição em São Paulo e no caminho para a região dos lagos, no Rio. A classe média emergente compra carros como nunca, e as obras rodoviárias não acompanham o ritmo do crescimento da frota.
Somos reféns de um modelo que privilegiou exclusivamente o transporte rodoviário, acabou com os trens de passageiros, restringiu os de carga e nos deu em troca estradas ruins ou caras, pela cobrança de pedágio, com índices altíssimos de acidentes.
No caso específico da BR-386, os maiores problemas ocorreram no trecho ainda não duplicado, entre Tabaí e Estrela. O trecho está em obras, mas o ritmo é lento. Quando estiver concluído, estará resolvido o problema entre Porto Alegre e Lajeado, mas de lá para diante os problemas continuarão. O tráfego de caminhões diminuiu um pouco com a inauguração da RSC-471, mas ainda assim não se pode chamar a BR-386 de estrada segura.
Outras artérias esclerosadas do Rio Grande do Sul que precisam de duplicação urgente, a BR-116, entre Guaíba e Pelotas, e a BR-290, entre Eldorado do Sul e Pantano Grande, entraram no PAC, mas a licitação está na fase inicial. Nenhuma das duas deve estar concluída para a Copa de 2014.
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