terça-feira, 27 de maio de 2014

BORBOLETAS NO ASFALTO



ZERO HORA 27 de maio de 2014


EDITORIAL


Uma jovem de 19 anos morreu e outros quatro ficaram feridos na madrugada desta segunda-feira quando o veículo que tripulavam, conduzido em alta velocidade por um motorista que admitiu a ingestão de bebida alcoólica, chocou-se com uma árvore e com as grades da Faculdade de Psicologia da UFRGS, na Avenida Ipiranga. Infelizmente, não é um fato incomum na rotina dos gaúchos e dos brasileiros: pais são acordados na madrugada com a informação de que seus filhos estão no Pronto Socorro, vitimados pelo álcool, pela imprudência, pela juventude, pela falta de orientação e de vigilância das autoridades.

O debate pela internet que sucedeu ao acidente merece uma análise da sociedade gaúcha. Vai desde o lamento pelos constantes desastres que geram a pintura de novas borboletas brancas no asfalto da cidade (iniciativa louvável e conscientizadora da Fundação Thiago Gonzaga) até o radicalismo agressivo de quem acha merecido o castigo aos imprudentes. A verdade, porém, é que quando jovens perdem a vida desta maneira a sociedade inteira está falhando na administração de ações preventivas que são bem conhecidas: educação em casa e no trânsito, restrições mais efetivas ao consumo de bebida alcoólica, fiscalização e punições mais rigorosas aos infratores.

O Brasil perde mais de 40 mil vidas por ano em acidentes. Milhares ficam mutilados. As estatísticas denunciam que esse é um massacre de jovens. E que em 90% dos casos estão presentes a imprudência e a imperícia. Se não aprendermos a prevenir, continuaremos apenas a lamentar e xingar inutilmente, como estão fazendo muitos internautas que comentam o acidente. Reduzir a dimensão da tragédia em ruas e estradas é uma tarefa que está muito além da troca agressiva de pontos de vista.


COMENTÁRIO DO BENGOCHEA - QUAL É A PUNIÇÃO PARA QUEM PRATICA RACHAS, DIRIGE EMBRIAGADO, NÃO TEM HABILITAÇÃO, ANDA EM ALTA VELOCIDADE E MATA NO TRÂNSITO? PENAS BRANDAS E IMPUNIDADE. Álcool, imprudência, juventude, falta de orientação e ausência de vigilância das autoridades são motivadores de um comportamento causado pela IMPUNIDADE nas leis e na justiça. O condutor de veículo automotor no trânsito deveria ter a certeza da punição no cometimento de qualquer crimes ou infração, e saber que pode perder a CNH para sempre, ser preso e pagar indenização pelo resto da sua vida às famílias de suas vítimas.

Infelizmente, como tudo neste Brasil da impunidade, o código de trânsito que se tornava rigoroso foi afrouxado por interesses escusos, a lei seca foi detonada pela constituição federal e as leis severas são todas tolhidas pela postura permissiva de uma justiça morosa e descompromissada com a finalidade pública.

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