EDITORIAL JORNAL DO COMERCIO, 17/02/2012
O Carnaval é, de longe, a época do ano de maior expectativa para quem curte uma folga. Embora os quatro dias de folia não sejam, oficialmente, um feriadão, no inconsciente coletivo brasileiro a ordem é uma só: aproveitar a folia. A euforia coletiva é visível de diversas maneiras: naquele colega de trabalho que, desesperadamente procura vaga em hotel no último minuto ou, ainda, nos guichês apinhados de gente em rodoviárias e aeroportos.
Nas rodovias, principalmente em direção ao Litoral, os gaúchos fugindo do calor abrasador deste verão transformam o asfalto em um formigueiro de veículos. O esforço exige muita paciência, tanto na ida quanto no retorno. Quem não quer saber do agito das praias aproveita os dias de Momo para visitar parentes no Interior, ou simplesmente, permanece nas cidades aproveitando aquilo que só épocas de debandada oferecem: raros dias de tranquilidade.
Como em toda época de festas, o alerta para um trânsito seguro se faz necessário. Pode parecer chover no molhado, e é. Todo motorista (em teoria) sabe que o efetivo de policiais nas estradas é reforçado, que a fiscalização é rigorosa e que a prudência ao volante é a melhor receita para chegar vivo ao seu destino. Mesmo assim, quando chega a Quarta-Feira de Cinzas, a contagem macabra de vidas perdidas ocupa espaço privilegiado nos jornais.
Enquanto houver mortes no trânsito, apelos consistentes nos meios de comunicação nunca serão demais. As autoridades estão fazendo sua parte. A já conhecida Balada Segura irá ocorrer em dois pontos das praias, no Litoral Norte e no Sul. Todos os condutores abordados serão solicitados a realizar o exame do bafômetro. E para quem acha que as ruas vazias de Porto Alegre são pistas de corrida, outro alerta: uma equipe da Balada Segura fará fiscalizações em diversos locais todos os dias do Carnaval, inclusive nas proximidades do Porto Seco, onde ocorrem os desfiles.
Na fiscalização das rodovias, a operação Viagem Segura, realizada pelas polícias, terá atenção especial para sexta e sábado, dias de maior fluxo nas estradas. Foco também nos acessos ao Litoral, principal destino dos gaúchos. Merecemos um trânsito mais seguro, merecemos um jornal, senão sem mortes no feriado, pelo menos com redução nas mortes. No Carnaval do ano passado foram 34 vítimas fatais, enquanto em 2010 o balanço terminou com 42 pessoas mortas em acidentes.
As autoridades também solicitam aos motoristas que avisem sobre direção perigosa nas rodovias. Uma simples ligação pode evitar acidentes. O contato pode ser feito pelos telefones de emergência da Polícia Rodoviária Federal (191), nas estradas federais, e do Comando Rodoviário da BM (198), nas estradas estaduais, e da Brigada Militar (190) nas vias municipais.
Tomou uns goles de caipirinha ou uma lata de cerveja? Passe a chave do carro para um amigo que não ingeriu álcool. É simples. Ou, ainda, ouça aquele velho conselho: vá de táxi. É repetitivo, todos sabemos, mas enquanto alguns condutores insistirem em transformar carros em armas, a conscientização por um trânsito mais civilizado será sempre necessária.
Nenhum comentário:
Postar um comentário