IMPRESSIONANTE, CHOCANTE E...REAL
Uma das maiores empresas de marketing do mundo resolveu passar uma mensagem para todos através de um vídeo criado pelo TAC (Transport Accident Commission) e teve um efeito fantástico na Austrália..
Depois desta mensagem, 40% da população da Austrália deixou de usar drogas e de consumir álcool nas datas comemorativas.
Espero que todos assistam, mesmo que não se alcoolizem ou usem algum tipo de drogas, e que reflitam e passem para os seus contatos.
Orientem os seus filhos, sobrinhos, amigos etc...
Repasse para todos que você sabe que bebem e dirigem:
http://www.youtube.com/watch_popup?v=Z2mf8DtWWd8&vq=medium#t=156
A trilha sonora é do grupo REM com a musica EVERYBODY HURTS
Matéria indicada por Gastão Gal quem mandou o seguinte comentário:
O que este vídeo mostra é a realidade que eu vivi durante minha labuta na Brigada Militar desempenhando atividade de policiamento e de bombeiros.
Isto ocorre quando:
- os condutores são insanos, mal educados, irresponsáveis e criminosos;
- os legisladores são coniventes e fazem leis inóquas e brandas para estes criminosos do trânsito;
- nossos julgadores (juizes e promotores), como dizia meu professor de direito constitucional, são retóricos;
- as guardas de trânsito e outros orgãos de policiamento são ineficientes e omissos, e nesta ineficiência ficam jogando a responsabilidade uns para com os outros;
- os cidadão que colocam no parlamento, sempre os mesmos políticos descompromissados com a paz social, coniventes com as imoralidades, tolerantes com a insegurança jurídica das brechas e leis brandas, envolvidos em ilegalidades, farristas com dinheiro público, omissos na fiscalização dos atos do Executivo e estimuladores de uma justiça morosa e benevolente.
Este Blog é uma censura à Guerra e mortes no trânsito estimulada por uma Constituição benevolente; leis brandas; negligência dos órgãos de trânsito; precariedade da sinalização; buracos nas vias públicas; descaso dos Poderes na mobilidade urbana; morosidade e leniência da Justiça; e um alerta a todos que conduzem seus veículos sem habilitação, estressado, briguento, armado e agindo com imperícia, imprudência e atitude criminosa, prontos para morrer ou matar por troféus de lata.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
ESTRADAS ESBURACADAS - DE QUEM É A CULPA?
COMO A ESTRADA RUIU. ERS-115 teve falhas de contrato e de fiscalização. Em meio a forte chuva, órgãos discordavam entre si sobre suas atribuições - MARCELO GONZATTO, ZERO HORA 24/08/2011
O impacto do deslizamento de terra que interrompeu uma das principais rodovias da Serra, a Três Coroas-Gramado (ERS-115) foi ampliado por falhas de contrato e de fiscalização. O acordo de concessão não prevê quem é responsável por recuperar danos desse tipo e, conforme a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Agergs), um controle mais rigoroso poderia ter amenizado os transtornos.
A concessionária e o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), porém, culpam a chuva. Será necessário esperar cerca de três meses para recuperar o trecho. O professor do Departamento de Sistemas de Transportes da UFRGS João Fortini Albano considera esse prazo longo “como usuário”. Tecnicamente, porém, afirma que é preciso analisar variáveis como tecnologia, recursos e relevo.
Conforme a concessionária Brita Rodovias, a instabilidade do terreno e a complexidade do serviço exigem esse período. Mas a espera poderia ter sido encurtada, segundo o conselheiro-presidente da Agergs, Edmundo Fernandes da Silva. Durante quase dois meses, houve incerteza sobre quem faria a obra capaz de recuperar a via – governo ou empresa. Na semana passada, a Agergs determinou à Brita fazer o serviço.
– O contrato é omisso em alguns momentos. A empresa é obrigada a fazer manutenção, mas deveria haver previsão de quem é o responsável em casos como erosão, abalos – afirma.
Silva considera que, apesar dessa lacuna, o Daer deveria ter fiscalizado com mais rigor a via. Essa questão, porém, gera um jogo de empurra.
– Não é verdade. O monitoramento da estrada é feito pela concessionária, e isso vinha sendo feito. Em junho e julho choveu 300 milímetros. Se a culpa for de alguém, é do tempo – afirma o diretor de Operação Rodoviária do Daer, José Francisco Teixeira Pinto.
O geólogo Ivam Zanette observa que, normalmente, escorregamentos de terra são previsíveis, e os danos a rodovias, passíveis de prevenção.
– Como as obras de recuperação são difíceis, caras e nem sempre seguras, a melhor saída é prevenir – analisa.
Conforme a Agergs, o custo da obra pode chegar a R$ 3 milhões. O polo de Gramado teve receita bruta mensal de R$ 1,7 milhão no ano passado.
Lojas à beira da rodovia dão férias a funcionários - VANESSA FRANZOSI | SUCURSAL DA SERRA
Acostumados à parada de milhares de turistas que têm Gramado como destino, comerciantes das margens da ERS-115 em Igrejinha e Três Coroas comemoram quando um cliente entra na loja.
Desde a interdição da rodovia, há 13 dias, o movimento está reduzido pela metade, muitos lojistas deram férias a funcionários e há temor de demissões caso a passagem de carros na rodovia não volte à normalidade em breve.
Os comerciantes do Vale do Paranhana estimam que os prejuízos cheguem a R$ 1,25 milhão por semana. As cidades movimentadas no entorno da rodovia dependem dos turistas e moradores da Região Metropolitana que se deslocam para a Serra.
– A situação está muito difícil. Estamos pensando em ações conjuntas, mas está complicado trazer gente para cá – reclama a gerente comercial da Piccadilly, Adreane Nunes.
Das 23 funcionárias que trabalham na loja em Igrejinha, seis estão em férias por causa do baixo movimento. No domingo do Dia dos Pais, primeiro da interdição, a loja registrou queda de 60% nas vendas comparado com a data no ano passado. De lá para cá, a única van de turistas que parou na loja foi na segunda-feira. Houve comemoração pelos 15 clientes nordestinos.
À frente da loja, um dos postos de combustíveis mais movimentados da rodovia, e que tem um dos preços mais baixos do Estado, enfrenta problema maior. Dois dias antes da interdição do km 28, o posto assinou contrato de 20 anos para o fornecimento de uma quantidade de combustível que agora está demorando o dobro do tempo para ser comercializada.
– Estou montando um dossiê com as reportagens e documentos da interdição para entregar à Petrobras, e espero que sejam sensíveis. Estou descumprindo 50% do contrato por causa do baixo movimento, e eles poderiam tomar todo o meu patrimônio – teme o diretor da Abastec e das lojas Sapatus, Erni Guilherme Engelman.
Pedidos reduzidos e reforço dispensado
A angústia pelo pouco trabalho se alia às incertezas de quando a rodovia será liberada e de como será o movimento no final do ano, sempre de maiores vendas. Na loja de malhas Daiane, o estacionamento que geralmente está lotado de ônibus, comporta tranquilamente os poucos carros estacionados. Dentro da loja, cinco funcionárias tentam encontrar o que fazer sem os clientes. Elas seriam sete, mas uma foi deslocada à fábrica e outra está de férias. Outras cinco, que se juntariam a elas nos finais de semana para reforçar o quadro, já foram dispensadas.
– Já estamos trabalhando em menos gente e o pedido de tecidos para a confecção de novas peças foi reduzido em 20% para não acumular muitos produtos – explica a vendedora Rosângela Rech, que tem registrado queda de 50% nas vendas da loja desde a interdição da rodovia.
“Perdeu-se o controle da situação”. Eduardo Machado, diretor da Brita Rodovias
Zero Hora – Como pode uma rodovia tão importante ruir até ficar intransitável?
Eduardo Machado – A concessionária fez tudo o que estava ao alcance. Comunicou o problema com antecedência (às autoridades), mas a rodovia vinha apresentando um ritmo estável até junho. A partir da metade de junho, julho, com a chuva, perdeu-se o controle da situação.
ZH – Já havia perspectiva de chuva forte...
Machado – Mas não três vezes (acima do normal).
ZH – Já haviam surgido fissuras, chovia muito, por que não se começou obra?
Machado – Aí precisaria de uma autorização do poder concedente. Do Daer, passa pela Agergs também. Mas isso vinha sendo discutido.
ZH – E o que vinha sendo feito?
Machado – Começamos a fazer algumas obras para tentar diminuir carga, reconduzir água, tentar diminuir a degradação. Mas o volume de chuva foi muito grande, não deu tempo de fazer a obra.
ZH – De quem será o custo de reparação?
Machado – Isso já foi determinado pela Agergs. A concessionária faz a obra, mas depois tem direito ao reequilíbrio (econômico-financeiro, que pode resultar em aumento de tarifa, do prazo de concessão e/ou redução de incumbências), porque é obra não prevista em contrato.
“Tentamos a mediação, não houve acordo”. Edmundo da Silva, conselheiro-presidente da Agergs
Zero Hora – Por que não houve uma fiscalização que pudesse evitar essa situação?
Edmundo Fernandes da Silva – A Agergs vinha monitorando isso. Mas aspectos construtivos da estrada é o poder concedente que fiscaliza. Regulamos o polo de Gramado em aspectos como sinalização, queixas de usuários, indenizações. O Daer deveria ter fiscalizado e exigido (uma solução) há mais tempo, mas deixou rolar a coisa.
ZH – A Agergs não poderia ter feito nada?
Silva – Preocupados com o aspecto de segurança, há dois meses chamamos a Brita, o Daer e tentamos um processo de mediação. Não houve acordo. Aí partimos para arbitragem.
ZH – Não houve acordo sobre quem faria a obra?
Silva – Isso, então partimos para a arbitragem. Semana passada, chamamos a Brita à responsabilidade pela execução da obra e o Daer por deficiências no processo. Agora estamos juntando documentos para definir de quem é a responsabilidade e se pode haver sanção.
ZH – Mas não teria sido possível prevenir?
Silva – Houve problemas de construção. Os organismos responsáveis pela fiscalização deveriam ter sido mais atuantes e precisos. Se a Agergs tivesse poder de sanção pecuniária (poder de multar), quem sabe isso teria sido resolvido. Mas não temos.
segunda-feira, 22 de agosto de 2011
REFÉNS DO MEDO
Celso Franco, oficial de Marinha reformado (comandante), foi diretor de Trânsito do antigo estado da Guanabara e presidente da CET-Rio. Jornal do Brasil, 22/08/2011
Recentemente, o jornalista José Gueiros, em sua coluna do suplemento Barra de O Globo, fazia um apelo, quase em desespero, para que algum engenheiro de tráfego desse uma solução ao congestionamento diário existente no trecho final, da Avenida Ministro Ivan Lins, sentido de saída daquele bairro, no horário matutino, nos dias úteis. Vou atendê-lo.
Trata-se de afunilamento onde cinco faixas passam para duas e ainda tendo os seus fluxos comprometidos com o trançamento das diversas correntes de tráfego com destino à Ponte da Joatinga, de acesso ao elevado do Joá e às que se destinam ao retorno, com destino ao Recreio, sob esta ponte.
O motivo é óbvio, pouco espaço para muito tráfego. De que se compõe este tráfego?
Em sua maioria, fluxos de carros particulares, transportando apenas o seu condutor (cerca de 90%) e outro fluxo de alguns coletivos, todos se atritando. O Highway capacity manual contém, no seu capítulo VII, Weaving, tabelas que nos permitem conhecer a velocidade resultante em função da distância e da quantidade de tráfego, que precisam praticar o trançamento. Dependendo dos dados pode ser zero. É o caso, em alguns momentos, da circulação matutina no trecho em questão.
Nunca é demais repetir o que dizia o grande diretor de Trânsito Geraldo de Menezes Côrtes: “Não posso evitar os congestionamentos fortuitos, mas os permanentes é meu dever eliminá-los”. É exatamente este o apelo do jornalista a quem teria o dever de eliminar o suplício diário do eleitor da Barra para sair, pela manhã, de seu bairro.
Dizem comodamente, como desculpa, que só o metrô irá resolver este problema.E até que ele exista, como ficam os moradores motorizados, numa cidade que emplaca 60 mil carros por ano, dos quais a maior percentagem é da Barra?
A única solução, em curto prazo, é diminuir o número de carros particulares, criando a “taxa de congestionamento” para os motoristas que trafeguem sozinhos, neste período, e isentando os que praticarem o transporte solidário, entre donos de carros, através de um pedágio, tendo como forma de pagamento um aluguel mensal de um chip identificador dos que aderiram a este sistema.
A “taxa de congestionamento” é de elevado preço, baseada no valor da multa do artigo 219 do Código de Trânsito Brasileiro, e variável em função do rendimento do escoamento da via, a exemplo dos juros para controle da inflação. Subirá ou descerá, a cada mês, conforme aquele diminua ou aumente. Em compensação, o aluguel mensal do chip é de 40 reais por mês, o suficiente para gerar um fundo de subsídio para o transporte público, hoje onerando o orçamento do trabalhador em cerca de 20%. Este sistema, que chamei de URV (Utilização Racional da Via), é capaz de reduzir o número de carros de 50 a 80%.
Pois bem, apesar de eu escrever sobre isto há mais de dez anos, nenhuma autoridade, sendo que a algumas levei a sugestão em mãos, se dignou sequer estudá-la.
O motivo? O medo de perder votos com a criação desta restrição. Fazem-nos reféns do seu medo, sem se lembrarem que estarão onerando uns poucos, em benefício de muitos. Isto se chama justiça social. Ela, para ser implantada, exige audácia. Existe um provérbio inglês: “Who dares wins” (Quem ousa vence). Do administrador de trânsito exige-se audácia para mudar as coisas que estão erradas. Se for audacioso, vencerá e passará para a história da cidade, como aconteceu com Menezes Côrtes. Se não for, será apenas mais um e será esquecido, no contexto desta mesma história, da qual nunca fez parte.
Recentemente, o jornalista José Gueiros, em sua coluna do suplemento Barra de O Globo, fazia um apelo, quase em desespero, para que algum engenheiro de tráfego desse uma solução ao congestionamento diário existente no trecho final, da Avenida Ministro Ivan Lins, sentido de saída daquele bairro, no horário matutino, nos dias úteis. Vou atendê-lo.
Trata-se de afunilamento onde cinco faixas passam para duas e ainda tendo os seus fluxos comprometidos com o trançamento das diversas correntes de tráfego com destino à Ponte da Joatinga, de acesso ao elevado do Joá e às que se destinam ao retorno, com destino ao Recreio, sob esta ponte.
O motivo é óbvio, pouco espaço para muito tráfego. De que se compõe este tráfego?
Em sua maioria, fluxos de carros particulares, transportando apenas o seu condutor (cerca de 90%) e outro fluxo de alguns coletivos, todos se atritando. O Highway capacity manual contém, no seu capítulo VII, Weaving, tabelas que nos permitem conhecer a velocidade resultante em função da distância e da quantidade de tráfego, que precisam praticar o trançamento. Dependendo dos dados pode ser zero. É o caso, em alguns momentos, da circulação matutina no trecho em questão.
Nunca é demais repetir o que dizia o grande diretor de Trânsito Geraldo de Menezes Côrtes: “Não posso evitar os congestionamentos fortuitos, mas os permanentes é meu dever eliminá-los”. É exatamente este o apelo do jornalista a quem teria o dever de eliminar o suplício diário do eleitor da Barra para sair, pela manhã, de seu bairro.
Dizem comodamente, como desculpa, que só o metrô irá resolver este problema.E até que ele exista, como ficam os moradores motorizados, numa cidade que emplaca 60 mil carros por ano, dos quais a maior percentagem é da Barra?
A única solução, em curto prazo, é diminuir o número de carros particulares, criando a “taxa de congestionamento” para os motoristas que trafeguem sozinhos, neste período, e isentando os que praticarem o transporte solidário, entre donos de carros, através de um pedágio, tendo como forma de pagamento um aluguel mensal de um chip identificador dos que aderiram a este sistema.
A “taxa de congestionamento” é de elevado preço, baseada no valor da multa do artigo 219 do Código de Trânsito Brasileiro, e variável em função do rendimento do escoamento da via, a exemplo dos juros para controle da inflação. Subirá ou descerá, a cada mês, conforme aquele diminua ou aumente. Em compensação, o aluguel mensal do chip é de 40 reais por mês, o suficiente para gerar um fundo de subsídio para o transporte público, hoje onerando o orçamento do trabalhador em cerca de 20%. Este sistema, que chamei de URV (Utilização Racional da Via), é capaz de reduzir o número de carros de 50 a 80%.
Pois bem, apesar de eu escrever sobre isto há mais de dez anos, nenhuma autoridade, sendo que a algumas levei a sugestão em mãos, se dignou sequer estudá-la.
O motivo? O medo de perder votos com a criação desta restrição. Fazem-nos reféns do seu medo, sem se lembrarem que estarão onerando uns poucos, em benefício de muitos. Isto se chama justiça social. Ela, para ser implantada, exige audácia. Existe um provérbio inglês: “Who dares wins” (Quem ousa vence). Do administrador de trânsito exige-se audácia para mudar as coisas que estão erradas. Se for audacioso, vencerá e passará para a história da cidade, como aconteceu com Menezes Côrtes. Se não for, será apenas mais um e será esquecido, no contexto desta mesma história, da qual nunca fez parte.
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
MORTES ANUNCIADAS
ALEXANDRE BELUCCO, ENGENHEIRO CIVIL, PROFESSOR DA UFRGS - ZERO HORA 10/08/2011
Há algumas semanas, houve um acidente terrível na BR-290, no trecho que liga Porto Alegre a Pelotas. Um caminhão que fazia uma ultrapassagem chocou-se de frente com outro caminhão. Como resultado, duas mortes e muitos estragos a outros dois veículos. E não foi o único acidente desse tipo nos últimos meses; foi apenas o que mereceu maior atenção dos noticiários.
A verdade é que cada vez mais as estradas têm sido frequentadas por veículos de vários tamanhos, desde automóveis pequenos e familiares até grandes e longos caminhões de carga. Em parte pelo maior número de veículos em circulação; em parte também pelos apagões aéreos dos últimos anos; e em parte, ainda, pelo próprio modelo de desenvolvimento brasileiro, alicerçado na indústria automobilística.
Mas... por que um caminhão ultrapassava outro caminhão em uma estrada de pista única e mão dupla com tráfego tão intenso?
Quem trafega por essa estrada com alguma fre- quência percebe um certo “assanhamento” de muitos motoristas por ultrapassagens, tornando qualquer viagem nesse trecho uma experiência muito cansativa. Os caminhões, em particular, que pelo desenvolvimento tecnológico dos últimos anos são mais ágeis e têm motores cada vez mais potentes, se envolvem muitas vezes em manobras de altíssimo risco.
Quem observar a BR-116, por exemplo, que é a principal ligação entre Porto Alegre e a serra gaúcha, vai perceber que os caminhões têm contribuído decisivamente em várias situações de risco. E contribuem para a baixa velocidade média e os frequentes engarrafamentos verificados na região metropolitana de Porto Alegre. Ultrapassagens arriscadas e muitas vezes desnecessárias; uso da BR-116 para escapar de sinaleiras das vias de circulação municipais; circulação com carga em excesso e consequente baixa velocidade média; caminhões que, sem carga, parecem se transformar em carros de corrida.
Enquanto nada for feito a respeito, esses acidentes terríveis seguirão acontecendo. E as mortes nesses acidentes são mortes já anunciadas.
Em vários países, as ultrapassagens em determinadas rodovias são manobras proibidas para caminhões!
Por outro lado, os motoristas em geral e os caminhoneiros em particular não podem ser “crucificados”. É certo que mais prudência e cuidado na condução dos veículos sempre contribuirão para mudar esse quadro. Mas, decisivamente, para evitar a continuidade desse panorama, é necessário incentivar os transportes ferroviário e hidroviário e restringir os caminhões apenas ao transporte de curta distância e, em determinados casos, de média distância.
Há algumas semanas, houve um acidente terrível na BR-290, no trecho que liga Porto Alegre a Pelotas. Um caminhão que fazia uma ultrapassagem chocou-se de frente com outro caminhão. Como resultado, duas mortes e muitos estragos a outros dois veículos. E não foi o único acidente desse tipo nos últimos meses; foi apenas o que mereceu maior atenção dos noticiários.
A verdade é que cada vez mais as estradas têm sido frequentadas por veículos de vários tamanhos, desde automóveis pequenos e familiares até grandes e longos caminhões de carga. Em parte pelo maior número de veículos em circulação; em parte também pelos apagões aéreos dos últimos anos; e em parte, ainda, pelo próprio modelo de desenvolvimento brasileiro, alicerçado na indústria automobilística.
Mas... por que um caminhão ultrapassava outro caminhão em uma estrada de pista única e mão dupla com tráfego tão intenso?
Quem trafega por essa estrada com alguma fre- quência percebe um certo “assanhamento” de muitos motoristas por ultrapassagens, tornando qualquer viagem nesse trecho uma experiência muito cansativa. Os caminhões, em particular, que pelo desenvolvimento tecnológico dos últimos anos são mais ágeis e têm motores cada vez mais potentes, se envolvem muitas vezes em manobras de altíssimo risco.
Quem observar a BR-116, por exemplo, que é a principal ligação entre Porto Alegre e a serra gaúcha, vai perceber que os caminhões têm contribuído decisivamente em várias situações de risco. E contribuem para a baixa velocidade média e os frequentes engarrafamentos verificados na região metropolitana de Porto Alegre. Ultrapassagens arriscadas e muitas vezes desnecessárias; uso da BR-116 para escapar de sinaleiras das vias de circulação municipais; circulação com carga em excesso e consequente baixa velocidade média; caminhões que, sem carga, parecem se transformar em carros de corrida.
Enquanto nada for feito a respeito, esses acidentes terríveis seguirão acontecendo. E as mortes nesses acidentes são mortes já anunciadas.
Em vários países, as ultrapassagens em determinadas rodovias são manobras proibidas para caminhões!
Por outro lado, os motoristas em geral e os caminhoneiros em particular não podem ser “crucificados”. É certo que mais prudência e cuidado na condução dos veículos sempre contribuirão para mudar esse quadro. Mas, decisivamente, para evitar a continuidade desse panorama, é necessário incentivar os transportes ferroviário e hidroviário e restringir os caminhões apenas ao transporte de curta distância e, em determinados casos, de média distância.
O MASSACRE NO TRÂNSITO
EDITORIAL ZERO HORA 10/08/2011
Estão expostos em cinco capitais, entre as quais Porto Alegre, marcadores com as estatísticas de um massacre diário. São os números das mortes no trânsito do país, que serão atualizados diariamente em totens instalados nas ruas, como se fossem relógios digitais. A campanha é inspirada em iniciativas semelhantes de outros países, mas só terá sentido se não se resumir à exposição de dados macabros. Morrem por hora no Brasil, em média, quatro pessoas em acidentes em rodovias e ruas. Nos mesmos 60 minutos, 18 são hospitalizadas com ferimentos, muitas das quais com traumas irreversíveis.
O objetivo da mobilização, com a participação de entidades das mais variadas áreas, é o de alertar a população para os danos da imprudência no trânsito. Os brasileiros convivem com iniciativas como essa há bastante tempo, mas seus efeitos nem sempre são perceptíveis. Primeiro, porque muitas vezes as mobilizações são temporárias e não chegam a contribuir para mudanças de comportamento e para a reversão das estatísticas. Outros fatores conspiram, como a baixa adesão das comunidades, em especial através da disseminação de boas ideias nas escolas. Além disso, como alertam os especialistas, ações educativas somente surtem efeitos – mesmo em nações desenvolvidas – se acompanhadas da intensificação da fiscalização e da aplicação de penas severas aos infratores.
Na semana de lançamento da campanha, a prefeitura de São Paulo dá um bom exemplo nesse sentido. Desde segunda-feira, fiscais de trânsito estão multando todos os motoristas que desrespeitam faixas de pedestres da capital. Lamentavelmente, na inauguração do mutirão paulista, mais de 20 pessoas foram atropeladas em ruas da cidade, onde – como constatou a imprensa – muitos veículos da própria prefeitura desrespeitam regras básicas de trânsito. Em Porto Alegre, campanha de respeito ao pedestre, lançada há dois anos, provocou redução nas mortes por atropelamento. Mas poderia ter obtido melhores resultados se tivesse sido acompanhada de maior rigor com os infratores.
Estão expostos em cinco capitais, entre as quais Porto Alegre, marcadores com as estatísticas de um massacre diário. São os números das mortes no trânsito do país, que serão atualizados diariamente em totens instalados nas ruas, como se fossem relógios digitais. A campanha é inspirada em iniciativas semelhantes de outros países, mas só terá sentido se não se resumir à exposição de dados macabros. Morrem por hora no Brasil, em média, quatro pessoas em acidentes em rodovias e ruas. Nos mesmos 60 minutos, 18 são hospitalizadas com ferimentos, muitas das quais com traumas irreversíveis.
O objetivo da mobilização, com a participação de entidades das mais variadas áreas, é o de alertar a população para os danos da imprudência no trânsito. Os brasileiros convivem com iniciativas como essa há bastante tempo, mas seus efeitos nem sempre são perceptíveis. Primeiro, porque muitas vezes as mobilizações são temporárias e não chegam a contribuir para mudanças de comportamento e para a reversão das estatísticas. Outros fatores conspiram, como a baixa adesão das comunidades, em especial através da disseminação de boas ideias nas escolas. Além disso, como alertam os especialistas, ações educativas somente surtem efeitos – mesmo em nações desenvolvidas – se acompanhadas da intensificação da fiscalização e da aplicação de penas severas aos infratores.
Na semana de lançamento da campanha, a prefeitura de São Paulo dá um bom exemplo nesse sentido. Desde segunda-feira, fiscais de trânsito estão multando todos os motoristas que desrespeitam faixas de pedestres da capital. Lamentavelmente, na inauguração do mutirão paulista, mais de 20 pessoas foram atropeladas em ruas da cidade, onde – como constatou a imprensa – muitos veículos da própria prefeitura desrespeitam regras básicas de trânsito. Em Porto Alegre, campanha de respeito ao pedestre, lançada há dois anos, provocou redução nas mortes por atropelamento. Mas poderia ter obtido melhores resultados se tivesse sido acompanhada de maior rigor com os infratores.
terça-feira, 9 de agosto de 2011
APRESENTADOR FOGE DO BAFÔMETRO
Apresentador Bruno de Lucca foge de Lei Seca no Rio. Jornalista da Rede Globo se recusou a fazer o teste do bafômetro e levou duas multas - CORREIO DO POVO, 09/08/2011 14:18
O apresentador da Rede Globo, Bruno de Lucca, recebeu duas multas durante Operação Lei Seca, no bairro de Humaitá, no Rio de Janeiro na madrugada de ontem. Segundo a Secretaria de Governo do Estado, uma das multas foi dada por ele se recusar a fazer o teste do bafômetro e outra por fugir da blitz. Ambas as infrações são consideradas gravíssimas.
O agente da Lei Seca já estava de posse dos documentos do apresentador quando Bruno entrou em seu carro, um Kia Sportage, e fugiu para um condomínio próximo. Por ser propriedade particular, os agentes não puderam entrar no imóvel e também não puderam apreender o carro. Os documentos de Bruno ficaram com o oficial e foram anexados às notificações. O apresentador, que teve a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) apreendida, responderá agora a um processo administrativo no Detran.
Bruno se formou em Jornalismo na PUC do Rio de Janeiro e fez estágio na redação da TV Globo. Atuou como repórter no programa Video Show e atualmente é repórter do programa Caldeirão do Huck, além de apresentar um programa de viagens, o Vai pra Onde?, no Multishow.
ATÉ CARROS OFICIAIS DESRESPEITAM A FAIXA DE SEGURANÇA
No 1º dia, até carro do TJ queima faixa. Reportagem flagrou 5 veículos oficiais desrespeitando pedestres; em geral, marronzinhos não multaram todos os motoristas infratores - 09 de agosto de 2011 | 0h 00 - Renato Machado e Cida Alves - O Estado de S.Paulo. ESPECIAL PARA O ESTADO
A promessa era de que todos os motoristas que não respeitassem os pedestres seriam multados desde ontem. Mas, na prática, não foi bem isso o que aconteceu. Enquanto um "marronzinho" multava um motorista infrator, em média outros quatro passavam sem sofrer consequências. Até carros do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) foram flagrados ignorando a lei.
Não pararam na faixa nenhum dos cinco carros oficiais do TJ que passaram pelo cruzamento sem semáforo das Ruas Conde do Pinhal e Glória, no centro, durante os 30 minutos em que a reportagem esteve no local. Em três das situações havia pedestres aguardando para atravessar.
Em outra, o carro não só deixou de dar preferência às pessoas a pé, como parou em cima da faixa para que um passageiro descesse do veículo. O quinto carro passou no momento em que não havia nenhuma pessoa esperando para atravessar.
A reportagem também esteve em outros cinco cruzamentos em que foram escalados agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para fiscalizar o respeito aos pedestres. Durante os 15 minutos em que permaneceu em cada local, houve 48 veículos avançando sobre a faixa de pedestres quando havia alguém atravessando. Mas os cinco "marronzinhos" informaram ter aplicado 11 multas no total.
Para identificar uma infração, o Estado usou os mesmos critérios ensinados pela CET a seus agentes para configurar que um pedestre está atravessando uma via: indicar a intenção de atravessar com o braço ou pisar sobre a faixa. Nesses casos, a orientação dada aos marronzinhos é de aplicar multa se o veículo não parar.
No cruzamento da Avenida Brigadeiro Luís Antônio com a Rua dos Ingleses, o marronzinho agiu exatamente como previsto e multou todos os infratores. A rua é mais tranquila, mas mesmo assim ele aplicou cinco multas - uma média de uma a cada três minutos. A reportagem registrou um total de nove infrações, mas as quatro de diferença aconteceram no momento em que o agente preenchia o extenso talonário de multa - em que precisa colocar corretamente placa, modelo do veículo, hora, local e código da infração.
Nos outros quatro locais, no entanto, os marronzinhos deixaram passar infrações. No cruzamento da Rua Quintino Bocaiuva com a Benjamim Constant, a reportagem flagrou 14 infrações, mas apenas uma foi registrada pelo marronzinho.
Um dos motivos para não autuar muitos motoristas é que ele mantinha o comportamento da época da campanha, preferindo parar o tráfego para as pessoas atravessarem, em vez de se ausentar e multar depois. Quadro parecido aconteceu na Rua Augusta com a Luís Coelho, também na região central. Foram 11 infrações registradas pela reportagem e apenas duas multas.
Em alguns cruzamentos, onde a CET prometeu que haveria fiscalização, foi constatada a ausência dos marronzinhos. Entre eles estão os cruzamentos das Ruas Senador Queiróz e 25 de Março, e da Rua Augusta com a Antônio Carlos.
Outro lado. Sobre os carros oficias que não respeitaram a preferência do pedestre, o Tribunal de Justiça informou que o setor responsável pelo transporte já foi comunicado do problema e será instaurado um procedimento para averiguar cada caso e as circunstâncias em que ocorreram. O órgão não quis estipular uma data para divulgar o resultado das apurações.
A CET explicou que os 154 agentes de trânsito escalados para fiscalizar os 78 cruzamentos das regiões central e da Avenida Paulista estão divididos em turnos e trabalham em escala de rodízio e por isso nem sempre estarão em todos os cruzamentos fiscalizados.
Sobre a postura dos agentes quanto às autuações, a CET disse que eles devem preencher de forma legível e completa todas as informações do auto de penalidade, antes de passar para a próxima autuação. Em caso de dúvida sobre a infração, todos os agentes são orientados a não efetivar a multa.
MEDIDAS INTEGRADORAS
OSVANDRÉ LECH, PRESIDENTE DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ORTOPEDIA E TRAUMATOLOGIA - ZERO HORA 09/08/2011
A inauguração do totem que irá contabilizar as mortes no trânsito no país, realizada hoje, vem ao encontro do apoio à “Década de Ação para a Segurança nas Estradas”, campanha da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), que visa incentivar os governos dos países-membros a se dedicarem, entre 2011 e 2020, à redução dos acidentes de trânsito.
Segundo dados das organizações, 1,3 milhão de pessoas morrem por ano devido à violência no trânsito, o que significa uma morte a cada 30 segundos. Se as estatísticas mundiais são alarmantes, as que dizem respeito ao Brasil são ainda mais. Estamos entre os seis países que mais registram mortes. No Rio Grande do Sul, em 2010, foram mais de 1,7 mil óbitos e 50 mil lesões.
Tal cenário foi fator de motivação para que a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e a Associação Médica do Rio Grande do Sul unissem esforços para trazer e fixar na Capital gaúcha um totem que será um grande divisor de águas: pela primeira vez, poder público, sociedade civil e classe médica estarão à frente do maior propósito da nossa profissão: salvar vidas. Graças à ONG Chega de Acidentes, que vem atuando, com patrocinadores conscientes, em prol da paz no trânsito personificada no totem, o Rio Grande do Sul deflagra, a partir de agora, uma luta contra a violência no trânsito.
A maior destruição, porém, não está explícita nos números: famílias amputadas de seus afetos, e sequelas decorrentes dos traumas acabam por frear sonhos e alterar os rumos dos projetos de vida. Além disso, o sentimento de perda é sentido numa das maiores alavancas de desenvolvimento social, o potencial de trabalho. Isso porque os jovens correspondem a 10% da população. Só que, na proporção de acidentes fatais, eles são 30% do total. É um número assustador! Jovens de 18 a 29 anos com futuro interrompido; famílias devastadas em termos emocionais e materiais.
Dados da OMS apontam que para cada morte no trânsito, 11 pessoas ficam sequeladas, 38 são internadas e 380 precisam ser atendidas em emergências. A maioria das mortes no trânsito é causada por motoristas alcoolizados ou drogados, seguida pela falta do cinto de segurança e excesso de velocidade. Os profissionais de plantão nas emergências conhecem as consequências desses traumas e agora alertam e orientam a população cobrando medidas de prevenção e melhoria nos atendimentos de socorro.
Lançando um olhar mais otimista sobre o Rio Grande do Sul, encontramos o respeitado trabalho da Fundação Thiago Gonzaga, que vem se destacando nacionalmente. O símbolo do Vida Urgente, a borboleta, é a marca de um trabalho exitoso e representa o verdadeiro ideal de luta contra a violência no trânsito. Já por parte dos meios de comunicação, o Grupo RBS também tem tido um papel fundamental para a maior conscientização de motoristas e pedestres com a campanha “Violência no Trânsito – Isso tem que ter fim”. Queiramos ou não, é chegado o momento de recalcular rotas com medidas integradoras.
A inauguração do totem que irá contabilizar as mortes no trânsito no país, realizada hoje, vem ao encontro do apoio à “Década de Ação para a Segurança nas Estradas”, campanha da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), que visa incentivar os governos dos países-membros a se dedicarem, entre 2011 e 2020, à redução dos acidentes de trânsito.
Segundo dados das organizações, 1,3 milhão de pessoas morrem por ano devido à violência no trânsito, o que significa uma morte a cada 30 segundos. Se as estatísticas mundiais são alarmantes, as que dizem respeito ao Brasil são ainda mais. Estamos entre os seis países que mais registram mortes. No Rio Grande do Sul, em 2010, foram mais de 1,7 mil óbitos e 50 mil lesões.
Tal cenário foi fator de motivação para que a Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia e a Associação Médica do Rio Grande do Sul unissem esforços para trazer e fixar na Capital gaúcha um totem que será um grande divisor de águas: pela primeira vez, poder público, sociedade civil e classe médica estarão à frente do maior propósito da nossa profissão: salvar vidas. Graças à ONG Chega de Acidentes, que vem atuando, com patrocinadores conscientes, em prol da paz no trânsito personificada no totem, o Rio Grande do Sul deflagra, a partir de agora, uma luta contra a violência no trânsito.
A maior destruição, porém, não está explícita nos números: famílias amputadas de seus afetos, e sequelas decorrentes dos traumas acabam por frear sonhos e alterar os rumos dos projetos de vida. Além disso, o sentimento de perda é sentido numa das maiores alavancas de desenvolvimento social, o potencial de trabalho. Isso porque os jovens correspondem a 10% da população. Só que, na proporção de acidentes fatais, eles são 30% do total. É um número assustador! Jovens de 18 a 29 anos com futuro interrompido; famílias devastadas em termos emocionais e materiais.
Dados da OMS apontam que para cada morte no trânsito, 11 pessoas ficam sequeladas, 38 são internadas e 380 precisam ser atendidas em emergências. A maioria das mortes no trânsito é causada por motoristas alcoolizados ou drogados, seguida pela falta do cinto de segurança e excesso de velocidade. Os profissionais de plantão nas emergências conhecem as consequências desses traumas e agora alertam e orientam a população cobrando medidas de prevenção e melhoria nos atendimentos de socorro.
Lançando um olhar mais otimista sobre o Rio Grande do Sul, encontramos o respeitado trabalho da Fundação Thiago Gonzaga, que vem se destacando nacionalmente. O símbolo do Vida Urgente, a borboleta, é a marca de um trabalho exitoso e representa o verdadeiro ideal de luta contra a violência no trânsito. Já por parte dos meios de comunicação, o Grupo RBS também tem tido um papel fundamental para a maior conscientização de motoristas e pedestres com a campanha “Violência no Trânsito – Isso tem que ter fim”. Queiramos ou não, é chegado o momento de recalcular rotas com medidas integradoras.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
SÃO PAULO COMEÇA A MULTAR DESRESPEITO AO PEDESTRE NAS FAIXAS
Multa por desrespeito ao pedestre começa hoje no centro de SP - ALENCAR IZIDORO DE SÃO PAULO, FOLHA.COM, 08/08/2011 - 07h14
A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) promete multar a partir de hoje os motoristas que desrespeitarem a prioridade dos pedestres em travessias da região central da cidade de São Paulo e da avenida Paulista.
A fiscalização, com penalidades de até R$ 191,53 e sete pontos na carteira de habilitação, tem início três meses após o lançamento de uma campanha que, até agora, não conseguiu mudar o quadro de desobediência generalizada nas ruas da cidade.
Monitoramento realizado pela CET em quatro pontos da região central mostra que 90,3% dos condutores ainda desrespeitam a preferência dos pedestres e 42,2% não dão seta na conversão.
O patamar é semelhante aos 89,6% antes do programa, que mantém hoje 1.040 orientadores educativos.
Além do respeito ao pedestre, a meta é baixar atropelamentos, que mataram 630 no município no ano passado. A CET treinou 154 agentes para multar na zona central, primeiro alvo da campanha.
Entre as infrações comuns estão não parar onde existe faixa de travessia sem semáforo e, na conversão, não dar a vez ao pedestre que atravessa a rua na transversal.
Rodrigo Capote - 10.mai.2011/Folhapress
Pedestres entre carros na faixa de pedestre do cruzamento da rua Riachuelo com rua Quintinho Bocaiuva, em SP
Desde 2010, mesmo com desobediência generalizada, só dois por dia foram punidos por essas duas irregularidades. Oficialmente, a CET fala agora em "apertar" a fiscalização. Na prática fazia vistas grossas --as multas são previstas no Código de Trânsito Brasileiro de 1998.
A ação pró-pedestre também não conseguiu educar quem anda a pé. Em outra pesquisa realizada pela CET, só 0,3% dos que queriam atravessar fizeram um gesto para mostrar essa intenção.
O gesto é recomendado, mas não obrigatório --os motoristas são obrigados a parar independentemente dele.
O respeito à faixa é disseminado em países desenvolvidos --e comum em Brasília após campanha nos anos 90. O objetivo da CET tem a aprovação majoritária de especialistas --que citam, no entanto, uma série de falhas.
A prefeitura prometia ampla divulgação inclusive na TV --que só deve sair do papel depois da fiscalização. Além disso, ainda são muitas as deficiências de sinalização, como faixas de pedestres apagadas no asfalto.
Fundadora do movimento Pedestre Primeiro, a psicóloga Cássia Fellet avalia haver "amadorismo" --da falta de manutenção de botoeiras à instalação de alertas tímidos, às vezes atrás de postes.
Para Nancy Schneider, superintendente da CET, a divulgação foi boa, com conhecimento de 80% no centro.
"A função da campanha é despertar para os problemas. A mudança de comportamento só começa com fiscalização, infelizmente", afirma.
Para ela, parte dos motoristas já deve respeitar a faixa nesta semana, mas parte só após um mês --quando receberem a multa em casa.
A pesquisa da CET mostra que os motoristas têm percepção oposta à realidade: 92,8% dizem respeitar quem está a pé. "Eu sei que preciso respeitar, digo que respeito, mas, na hora, esqueço", interpreta a superintendente.
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