ADRIANO DUARTE ELIANE DE BRUM | JAQUIRANA
ESTRADAS. EFEITO DA CHUVA. Cratera engole carros e deixa mulher ferida
VÍTIMA SE RECUPERA em hospital de lesões nas pernas, nas costelas e no rosto. Outro motorista escapou ileso. Acesso a Jaquirana e Bom Jesus pela ERS-110 está bloqueado
O desmoronamento de um trecho da ERS-110 abriu uma cratera de cerca de oito metros de profundidade no km 75, perto de Jaquirana e engoliu dois carros de Caxias do Sul. Marisane Souza, 34 anos, estava em um Fiesta e ficou ferida. O motorista de um Celta, Ivan José Boakoski, 31 anos, escapou ileso.
Somente se a chuva parar Jaquirana poderá retomar a normalidade. Desde o meio-dia de ontem, a cidade perdeu a principal ligação com a Serra e a Região das Hortênsias por conta da forte precipitação que começou por volta das 21h de quarta-feira e avançou pela madrugada.
Não é a primeira vez que acontece um desmoronamento no trecho do km 75. Há cerca de três anos, houve um deslizamento que não chegou a interromper o tráfego de veículos.
Ainda atordoada com o acidente, Marisane foi internada no Hospital Municipal Padre Carlos Aumond, em Jaquirana, onde se recupera de ferimentos nas pernas, nas costelas e no rosto (confira entrevista ao lado).
Os estragos forçaram a suspensão temporária das aulas para cerca de 50 crianças e adolescentes que moram no interior do município e a interrupção parcial do transporte da indústria madeireira. A reconstrução da estrada levará meses, informa o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem. A situação pode mudar se a água do Rio Tainhas baixar. Até ontem, a ponte que liga uma estrada secundária com a zona urbana de Jaquirana continuava submersa. O prefeito Ivanor Renato Rauber (PP) calcula que será preciso de dois a três dias para a passagem ser liberada.
Sem a ERS-110, Jaquirana tem ligação direta somente com Bom Jesus. Outro acesso é uma estrada municipal que leva a Cambará do Sul. São 33 quilômetros de chão batido até a ERS-020, onde é possível acessar a Rota do Sol.
De acordo com o prefeito, a estrada está cascalhada e tem boas condições de tráfego, mas não suporta o trânsito de caminhões mais pesados.
ENTREVISTA
“Nasci de novo”
Entrevista com Marisane Souza, sobrevivente de acidente na ERS-110
A cabeleireira e comerciante Marisane Souza, 34 anos, estava em um dos veículos engolidos no desmoronamento. Enquanto aguardava resultados de exames no Hospital Municipal Padre Carlos Aumond, em Jaquirana, contou o que viveu.
A senhora estava indo para onde no momento em que aconteceu o acidente?
Tinha ido a Jaquirana visitar parentes (Marisane é filha do secretário de Agricultura de Jaquirana, Dalci Oliveira) e voltava para Caxias do Sul, onde moro. Estava sozinha no carro, por volta de meio-dia, quando houve o desmoronamento.
Como foi?
Chovia muito. Estava dirigindo, não percebi direito o que estava acontecendo. O que vi foi uma rachadura se abrindo no asfalto em frente ao carro. Depois, aquele pedaço da estrada ainda se ergueu e desabou comigo junto. Quando acordei, estava dentro do carro, todo amassado, cercada de uma montanha de terra. Não conseguia me mexer, mas o rapaz do outro carro conseguiu sair e me tirou.
O socorro demorou a chegar?
Estava toda machucada, e era um barranco muito alto para a gente subir. Esperamos um pouco até que o motorista de uma carreta se aproximou, jogou uma corda e nos puxou para cima. Ele até me emprestou o telefone para avisar minha família. Não vinha nenhum carro pelo lado de Jaquirana. Quem me socorreu foi o meu pai, que veio me buscar e cruzou por meio de um matagal. Olhando depois o barranco, dá para dizer que nasci de novo, com certeza.
ESTRADAS. EFEITO DA CHUVA. Cratera engole carros e deixa mulher ferida
VÍTIMA SE RECUPERA em hospital de lesões nas pernas, nas costelas e no rosto. Outro motorista escapou ileso. Acesso a Jaquirana e Bom Jesus pela ERS-110 está bloqueado
O desmoronamento de um trecho da ERS-110 abriu uma cratera de cerca de oito metros de profundidade no km 75, perto de Jaquirana e engoliu dois carros de Caxias do Sul. Marisane Souza, 34 anos, estava em um Fiesta e ficou ferida. O motorista de um Celta, Ivan José Boakoski, 31 anos, escapou ileso.
Somente se a chuva parar Jaquirana poderá retomar a normalidade. Desde o meio-dia de ontem, a cidade perdeu a principal ligação com a Serra e a Região das Hortênsias por conta da forte precipitação que começou por volta das 21h de quarta-feira e avançou pela madrugada.
Não é a primeira vez que acontece um desmoronamento no trecho do km 75. Há cerca de três anos, houve um deslizamento que não chegou a interromper o tráfego de veículos.
Ainda atordoada com o acidente, Marisane foi internada no Hospital Municipal Padre Carlos Aumond, em Jaquirana, onde se recupera de ferimentos nas pernas, nas costelas e no rosto (confira entrevista ao lado).
Os estragos forçaram a suspensão temporária das aulas para cerca de 50 crianças e adolescentes que moram no interior do município e a interrupção parcial do transporte da indústria madeireira. A reconstrução da estrada levará meses, informa o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem. A situação pode mudar se a água do Rio Tainhas baixar. Até ontem, a ponte que liga uma estrada secundária com a zona urbana de Jaquirana continuava submersa. O prefeito Ivanor Renato Rauber (PP) calcula que será preciso de dois a três dias para a passagem ser liberada.
Sem a ERS-110, Jaquirana tem ligação direta somente com Bom Jesus. Outro acesso é uma estrada municipal que leva a Cambará do Sul. São 33 quilômetros de chão batido até a ERS-020, onde é possível acessar a Rota do Sol.
De acordo com o prefeito, a estrada está cascalhada e tem boas condições de tráfego, mas não suporta o trânsito de caminhões mais pesados.
ENTREVISTA
“Nasci de novo”
Entrevista com Marisane Souza, sobrevivente de acidente na ERS-110
A cabeleireira e comerciante Marisane Souza, 34 anos, estava em um dos veículos engolidos no desmoronamento. Enquanto aguardava resultados de exames no Hospital Municipal Padre Carlos Aumond, em Jaquirana, contou o que viveu.
A senhora estava indo para onde no momento em que aconteceu o acidente?
Tinha ido a Jaquirana visitar parentes (Marisane é filha do secretário de Agricultura de Jaquirana, Dalci Oliveira) e voltava para Caxias do Sul, onde moro. Estava sozinha no carro, por volta de meio-dia, quando houve o desmoronamento.
Como foi?
Chovia muito. Estava dirigindo, não percebi direito o que estava acontecendo. O que vi foi uma rachadura se abrindo no asfalto em frente ao carro. Depois, aquele pedaço da estrada ainda se ergueu e desabou comigo junto. Quando acordei, estava dentro do carro, todo amassado, cercada de uma montanha de terra. Não conseguia me mexer, mas o rapaz do outro carro conseguiu sair e me tirou.
O socorro demorou a chegar?
Estava toda machucada, e era um barranco muito alto para a gente subir. Esperamos um pouco até que o motorista de uma carreta se aproximou, jogou uma corda e nos puxou para cima. Ele até me emprestou o telefone para avisar minha família. Não vinha nenhum carro pelo lado de Jaquirana. Quem me socorreu foi o meu pai, que veio me buscar e cruzou por meio de um matagal. Olhando depois o barranco, dá para dizer que nasci de novo, com certeza.
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