quarta-feira, 11 de junho de 2014

DIREÇÃO SIMULADA, PREJUÍZO REAL


ZERO HORA 11 de junho de 2014 | N° 17825


EDITORIAIS


A sensação generalizada, nesse e em outros casos semelhantes, é a de que o Brasil virou o país em que cada um decide o que fazer, de acordo com a sua interpretação de normas, regras e leis. Não são poucas as perguntas a respeito do assunto em questão. Que interesses foram capazes de provocar a obrigatoriedade, se pouco depois o equipamento seria questionado? Que autoridade do setor tomará a iniciativa de explicar, sem subterfúgios, que razões fizeram com que a norma passasse a ser facultativa? Diante de tantas perguntas sem respostas convincentes, é razoável que todos, e não só os possíveis candidatos a uma carteira de motorista, continuem em dúvida sobre a importância de um simulador na formação de motoristas.

Sabe-se, por informação dos CFCs do Estado, que as empresas investiram altas somas na aquisição dos equipamentos. A decisão do Detran gaúcho assegura utilidade a um recurso que não convence por apresentar até mesmo falhas de funcionamento. O Brasil vem convivendo há muito tempo com determinações oficiais, nas mais variadas atividades, que, logo depois de promulgadas, passam a fomentar indecisões. O exemplo do simulador soma-se a outros da área do trânsito, que contribuí-ram apenas para criar confusão, como o famoso kit de primeiros socorros e as nem sempre claras e pouco fiscalizadas normas para motoboys. O simulador mantido no Estado encarece os custos dos cursos de formação, mas este talvez não seja o maior dano da confusão que provoca. O que deve ser esclarecido é se o recurso eletrônico ajuda ou atrapalha quem pretende dirigir. A informação é decisiva para a segurança nas ruas e estradas.

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