sexta-feira, 26 de outubro de 2012

MORTES IMBECIS

FOLHA.COM 26/10/2012 - 08h50

Pela primeira vez, detecta-se a redução do número de mortes com motociclistas na cidade de São Paulo - um terrível drama urbano. A redução ocorreu por que o poder público, pressionado pela opinião pública, fez apenas o que tinha de fazer : fiscalizar melhor as motos. Só isso. Somos vítimas diárias de mortes imbecis, provocadas pela sensação de impunidade.

Basta alguma atenção do poder público, educando e, em especial, multando, para que sejam logo resultados. É o que está ocorrendo por causa da melhor fiscalização contra quem desrespeita ciclistas e pedestres. Já dá sentir, pelo menos em algumas áreas da cidade, uma certa mudança de atitude dos motoristas na faixa de pedestres.

São medidas simples, óbvias, que não custam dinheiro. Mas que, muitas vezes, o poder público só toma atitude por causa da gritaria.

Caiu o número de mortes, mas a taxa ainda é pornográfica.

Gilberto Dimenstein Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.


FOLHA.COM 26/10/2012 - 04h00

Cai número de motociclistas mortos no trânsito em SP
JAIRO MARQUES
DE SÃO PAULO


O número de motociclistas mortos no trânsito de São Paulo nos primeiros oito meses deste ano é o menor desde 2006 -foram 282 casos. Em relação a 2011, que registrou recorde no índice de vítimas fatais nesse tipo de acidente, a queda foi de 22,5% no mesmo período (foram 364 casos no ano passado).

O registro, segundo especialistas, vem logo depois de um incremento na fiscalização da velocidade das motos.

Em pelo menos 65 pontos da cidade, agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) passaram a usar um radar portátil para flagrar e multar motociclistas acima da velocidade permitida.

Até então, eles escapavam da fiscalização circulando fora das faixas de rolamento.

"Depois de muita gente insistir sobre a necessidade de fiscalizar esses veículos, os órgãos de trânsito resolveram agir. Foi só começar a fiscalizar para que o resultado aparecesse", diz Sergio Ejzenberg, perito em acidentes de trânsito e mestre em transportes pela Poli-USP.

De acordo com os dados da CET, somente em março deste ano as mortes de motociclistas foram maiores que nos meses de 2011: 44 contra 35.

As motos representam cerca de 13% do total da frota de São Paulo, com o número de emplacamentos chegando a 957.034 até o mês passado.

"Medidas como diminuição da velocidade nas vias também ajudam a fazer o número ceder, mas fazer doer no bolso os excessos que os motociclistas cometem e mostrar a eles os riscos a que estão expostos quando correm, é o que da resultado", afirma Ejzenberg.

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