Basta alguma atenção do poder público, educando e, em especial, multando, para que sejam logo resultados. É o que está ocorrendo por causa da melhor fiscalização contra quem desrespeita ciclistas e pedestres. Já dá sentir, pelo menos em algumas áreas da cidade, uma certa mudança de atitude dos motoristas na faixa de pedestres.
São medidas simples, óbvias, que não custam dinheiro. Mas que, muitas vezes, o poder público só toma atitude por causa da gritaria.
Caiu o número de mortes, mas a taxa ainda é pornográfica.
Gilberto Dimenstein ganhou os principais prêmios destinados a jornalistas e escritores. Integra uma incubadora de projetos de Harvard (Advanced Leadership Initiative). Desenvolve o Catraca Livre, eleito o melhor blog de cidadania em língua portuguesa pela Deutsche Welle. É morador da Vila Madalena.
FOLHA.COM 26/10/2012 - 04h00
Cai número de motociclistas mortos no trânsito em SP
JAIRO MARQUES
DE SÃO PAULO
O número de motociclistas mortos no trânsito de São Paulo nos primeiros oito meses deste ano é o menor desde 2006 -foram 282 casos. Em relação a 2011, que registrou recorde no índice de vítimas fatais nesse tipo de acidente, a queda foi de 22,5% no mesmo período (foram 364 casos no ano passado).
O registro, segundo especialistas, vem logo depois de um incremento na fiscalização da velocidade das motos.
Em pelo menos 65 pontos da cidade, agentes da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) passaram a usar um radar portátil para flagrar e multar motociclistas acima da velocidade permitida.
Até então, eles escapavam da fiscalização circulando fora das faixas de rolamento.
"Depois de muita gente insistir sobre a necessidade de fiscalizar esses veículos, os órgãos de trânsito resolveram agir. Foi só começar a fiscalizar para que o resultado aparecesse", diz Sergio Ejzenberg, perito em acidentes de trânsito e mestre em transportes pela Poli-USP.
De acordo com os dados da CET, somente em março deste ano as mortes de motociclistas foram maiores que nos meses de 2011: 44 contra 35.
As motos representam cerca de 13% do total da frota de São Paulo, com o número de emplacamentos chegando a 957.034 até o mês passado.
"Medidas como diminuição da velocidade nas vias também ajudam a fazer o número ceder, mas fazer doer no bolso os excessos que os motociclistas cometem e mostrar a eles os riscos a que estão expostos quando correm, é o que da resultado", afirma Ejzenberg.
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