ÁLCOOL AO VOLANTE. Cerco das autoridades fez aumentar em 47% o número de infrações no Estado, e mortes diminuem na Capital e em Caxias
KAMILA ALMEIDA
KAMILA ALMEIDA
A cada dia, 60 motoristas são flagrados dirigindo sob efeito de álcool ou entorpecentes em ruas e estradas estaduais, municipais e federais do Rio Grande do Sul. A frequência dos flagrantes fez com que crescesse em 47% as multas no primeiro semestre de 2012, em relação ao mesmo período do ano passado, conforme o Departamento Estadual de Trânsito (Detran).
Orecrudescimento da fiscalização, formatado principalmente nas operações Balada Segura e Viagem Segura, é apontado pelas autoridades como crucial para a elevação desse número, que inclui os motoristas que se negam a soprar o bafômetro.
– É inconcebível em pleno século 21 o pessoal insistindo e resistindo a essa questão de beber e dirigir na via pública. Os índices de acidentalidade estão ligados a esse fator. Só quando sente no bolso é que o motorista cria consciência – diz o diretor técnico do Detran gaúcho, Ildo Mário Szinvelski.
Segundo o diretor, essa punição mais intensa tem reflexo nos acidentes em todo o Estado, onde as mortes caíram 6% nos quatro primeiros meses do ano. Em Porto Alegre, em um ano de Balada Segura houve uma redução de 17% dos acidentes e 31% das mortes. Em Caxias do Sul, a intensificação das blitze se iniciou em novembro. Desde então, observou-se uma redução de 26% no número de mortes no primeiro semestre, na cidade serrana.
– Desde novembro, não tem nenhuma morte por alcoolemia no perímetro urbano. Nas estradas houve uma redução de 80% no número de feridos – diz o diretor de trânsito da Secretaria de Trânsito, Transportes e Mobilidade de Caxias do Sul, Jorge Catusso.
O chefe de Policiamento e Fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Antônio Marcos Martins Barbosa, diz que há dois períodos em que mais pessoas caem nas barreiras: nos finais de semana e no início do mês, com o pagamento de salários. Barbosa diz que não nota uma maior consciência por parte da população.
– Poucos sopram no bafômetro por que essa ideia se propagou, de que é um direito do indivíduo não fornecer provas contra si. Mas está errado. O que eles têm que fazer é entender que, ao beber e dirigir, o maior risco não é ser pego pela polícia, mas provocar um acidente grave – explica o policial.
Barbosa conta que são nas estradas federais da Região Metropolitana, como a BR-116 e a BR-290, as maiores incidências de autuações, pois são rotas usadas por jovens à noite para aproveitarem as festas da região.
Na Capital, o chefe de Operações Especiais da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Marcelo Cunha da Silva, conta que as barreiras estão cada vez mais pulverizadas na cidade. A zona típica da boemia, como a Cidade Baixa e o Moinhos de Vento, deixaram de ser foco exclusivo.
– As pessoas estão se divertindo para outros lados da cidade.
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