quinta-feira, 14 de maio de 2015

DIRIGNDO TÁXI MESMO COM LICENÇA BLOQUEADA



ZERO HORA 14 de maio de 2015 | N° 18162

MAURÍCIO TONETTO


 ATROPELAMENTO DE CICLISTA. Permissionário alega que não sabia da suspensão de taxista



DONO DO TÁXI dirigido por Daniel Trindade Coelho descadastrou ontem o motorista que estava com licença bloqueada desde março por atropelar e matar um ciclista e, mesmo assim, seguia trabalhando

Após a divulgação de imagens que mostram o taxista Daniel Trindade Coelho trabalhando normalmente em Porto Alegre com o veículo Voyage, prefixo 2742, o permissionário do táxi, Elias de Souza, 82 anos, descadastrou o condutor ontem. Trindade foi o motorista que atropelou e matou o ciclista Joel Fagundes, em fevereiro, perto do aeroporto Salgado Filho.

De acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), ele está com a licença suspensa desde 18 de março. Porém, mesmo com a ordem para não trafegar até a data do julgamento na Justiça – ainda indefinida –, seguia trabalhando na região do aeroporto, como revelou Zero Hora em reportagem ontem. Souza disse que a EPTC não comunicou a suspensão e que eles foram pegos de surpresa:

– Hoje (ontem), a EPTC ligou e foi sucinta: ou descadastra o carteirão (licença) dele (Trindade), ou iriam apreender o carro. O carro continua trabalhando normal. O carteirão está com ele que terá de levar lá. Vou descadastrá-lo.

Ricardo de Souza, 52 anos, filho do permissionário e agora o único taxista vinculado ao pai, disse que, devido à repercussão, foi até a sede da EPTC e que só então foi informado que a licença de Trindade estava suspensa. Ele diz que a determinação foi aplicada na terça- feira. Segundo ele, Trindade foi chamado na EPTC em março, quando compareceu com uma advogada, mas o órgão não teria mencionado a suspensão.

Presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari assegura que suspensão está no sistema do órgão desde 18 de março, e que a família do taxista recebeu notificações para que entregasse a licença à prefeitura:

– Fizemos diversas tentativas, e ele sistematicamente ignorou.

Cappellari salienta que Souza comprometeu-se formalmente a não entregar mais o carro a Trindade após o atropelamento e morte do ciclista. Porém, durante a semana passada, Zero Hora acompanhou os movimentos do taxista e constatou que ele dirige normalmente pela cidade.

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