segunda-feira, 21 de julho de 2014

ABANDONO DE ESTRADAS


ZERO HORA 21/07/2014 | 03h51


Paulo Sant'Ana




Recebo do leitor Ricardo Potrich (ricardozilio21@hotmail.com) uma colaboração prestimosa:

"Caro Sant'Ana, escrevo para tua coluna para que possa mencionar os fatos reais que minha família e eu, e muitos outros cidadãos, passamos numa noite dessas voltando de uma consulta médica. É uma realidade que merece ser exposta para a população gaúcha, e não vejo melhor vitrine do que a tua coluna, pois é a mais lida de todo o Rio Grande.

Lá vai: estávamos, meu filho de oito meses, minha mulher e eu, voltando de Passo Fundo no dia 23/06/2014, às 20h, após uma consulta médica, quando na altura do Km 95, da RS 324, próximo a Ronda Alta/RS, caímos num buraco no asfalto e estouramos 3 pneus. No decorrer da estrada, contamos 11 carros no acostamento trocando pneus. Fomos o 12º veículo parado.

Acionei o seguro e, após aguardar por uma hora, ao retornar o contato, a seguradora informou que o guincho havia desistido de nos resgatar em razão da chuva. Tivemos de providenciar socorro às nossas custas."

Prosseguiu: "No dia 08/07/2014, já com pneus novos, viajamos para Porto Alegre. Ao passarmos pelo local onde havíamos nos embrenhado naquela noite, verificamos que uma equipe estava consertando a rodovia da seguinte forma: uma caçamba carregada de piche com três operários vestidos de laranja/amarelo em cima, eles arremessavam pás de piche em direção às ‘crateras’; dois operários com uma picareta na estrada socavam o material para dentro das 'depressões'. 

No dia 13/07/2014, retornando de Porto Alegre/RS para Planalto/RS, no mesmo local em que os operários estavam 'consertando' o asfalto deteriorado, verificamos que o material usado já estava se desfazendo, e os buracos abrindo novamente. O pior é que a referida rodovia é rota de ambulâncias que diariamente levam doentes para o município de Passo Fundo, que é centro/referência em saúde para a região. Então, imaginem como devem sentir-se os doentes que ali transitam? E os motoristas das ambulâncias, que são obrigados a transitar todos os dias pelo trajeto? 

Esta região do RS é esquecida pelo poder público no que se refere a investimentos em infraestrutura; talvez até por ser uma área onde não existem muitos votos para serem conquistados, que justifique o esquecimento do governo. Mas, como todas as outras, é sempre lembrada e obrigada ao pagamento de impostos. Para se ter uma ideia, pagamos todos os meses 25% de ICMS sobre a conta da luz, telefone, etc.; pagamos anualmente o maior IPVA do país, e se não pagarmos somos multados e temos o carro apreendido. 

Existem pessoas que gostam de ler a Zero Hora de trás para a frente; do início ao fim; e aqueles que somente prestam atenção aos títulos das publicações. Por isso, o único socorro plausível para tentar chamar a atenção dos responsáveis pelo descaso apontado é a coluna deste grande pensador e influente Paulo Sant'Ana, para que todos saibam e possam ver a situação de indiferença do poder público para com as rodovias desta região. Grato pela publicação, a população desta região agradece."



RS 324


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