segunda-feira, 18 de agosto de 2014

ESTATÍSTICA DE GUERRA

ZERO HORA 18 de agosto de 2014 | N° 17894

ACIDENTES . Trânsito mata 53 mil por ano

EM UMA DÉCADA, MEIO MILHÃO DE PESSOAS tiveram as vidas interrompidas em ruas e estradasdo Brasil, enquanto outros 2 milhões ficaram feridos, aponta levantamento realizado pela UFRJ



Pelo menos 536 mil pessoas morreram em acidentes de trânsito no Brasil em 10 anos, contabiliza pesquisa do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe-UFRJ). A principal base de dados para o estudo – que resulta em uma média de 53 mil mortes ao ano – foi a da Seguradora Líder Dpvat, responsável pelo pagamento do Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (Dpvat).

O levantamento começa no ano de 2003, com o registro de 34,7 mil mortes no trânsito, e constata crescimento de quase 100% até 2007, ano em que é atingido o pico de 66,8 mil mortes. O número de vítimas cai até 50,7 mil de 2008 a 2010 e volta a subir nos anos seguintes, encerrando 2012 em 60,7 mil. Na conclusão, a pesquisa menciona que em 2013 houve novo recuo, para 54 mil.

O banco de dados do Dpvat mostra ainda um número de quase 2 milhões de feridos nos acidentes. Baseado em dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, o levantamento estima que, no período, foram registrados 13 milhões de acidentes, sendo 8,1 milhões sem vítimas.

CADA MORTE EM RODOVIA CUSTA R$ 576,2 MIL

Coordenado pelo professor de engenharia de transporte da Coppe Paulo Cézar Ribeiro, o estudo também tenta dimensionar o prejuízo que essas mortes causam por perda da força de trabalho, cuidados médicos, manutenção das estradas e outros ônus, mas esbarra na falta de dados sobre as circunstâncias dos acidentes. A projeção é que cada morte no trânsito em área urbana custe R$ 232,9 mil, menos que a metade do custo das que ocorrem em rodovias, que soma R$ 576,2 mil. Como, segundo Ribeiro, não se pode definir quais ocorreram em que áreas, a análise propõe que, num cenário em que todas tivessem ocorrido em áreas urbanas, o custo totalizaria R$ 236 bilhões, e, no cenário oposto, o valor chegaria a R$ 772 bilhões. A média, então, ficaria acima dos R$ 500 milhões.

– Ninguém apoia acidentes, mas as pessoas continuam dirigindo perigosamente e construindo vias ruins. É preciso mapear. Cada acidente tem de ser analisado – defende o responsável pela pesquisa.



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