quinta-feira, 22 de outubro de 2015

VER E SER VISTO


JORNAL DO COMÉRCIO 22/10/2015



Rogério T. Brodbeck




Nosso Estado se caracteriza, em termos de clima e temperatura, por apresentar, por vezes, num só dia, as quatro estações do ano. Isso não sou eu quem diz, é a cultura popular e os "estrangeiros" que aqui aportam, notadamente os do Norte-Nordeste, que muito estranham não só o frio, mas as violentas variações climáticas.

Essas oscilações têm reflexos bem sérios no trânsito nosso de cada dia. E não só nas rodovias, mas também nas vias urbanas. Principalmente no inverno, mas também nas demais estações, nossas regiões, de um modo geral, apresentam, em determinadas horas do dia, o fenômeno da cerração, (ou neblina, ou nevoeiro) quando praticamente não se enxerga a pouco mais de alguns metros adiante.

Ainda bem que muitos dos modelos de nossos veículos vêm hoje equipados com os tais faróis antineblina que muitos espertos insistem em trocar a lâmpada âmbar pelas de xenon para iluminar mais adiante, o que não é a função desse equipamento. Todavia, a maioria da frota não conta com esse opcional, o que não deixa de ser um recurso a menos para aqueles que viajam muito nessas condições.

Então, nesses casos, há que se acender os faróis baixos (a luz alta não adianta nada, só espalha a cerração...) para que os demais condutores possam ver o veículo. Sim, porque no trânsito é mais importante o "ser visto" do que o "ver". Ou seja, quem dirige precisa enxergar o que trafega à sua frente e à sua retaguarda para que possa manter distância segura.

Por isso, não só em dias de cerração, mas em todos aqueles em que a visibilidade é baixa (chuva, nublado, céu encoberto, garoa etc.), trafeguem sempre com os faróis baixos acesos, uma medida que, aliás, está para se tornar obrigatória dia e noite por um projeto de lei recém aprovado na Câmara dos Deputados. Esse procedimento já é obrigatório no caso das motocicletas (muitos pilotos não a cumprem...) e em vários países como no vizinho Uruguai, por exemplo, e já foi, em determinada época, nas rodovias. Luz acesa para poder ser visto, portanto.


Jornalista, advogado e oficial reformado da Brigada Militar

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