quinta-feira, 19 de março de 2015

INSTRUTORES DE TAXISTAS SÃO AFASTADOS



ZERO HORA 19 de março de 2015 | N° 18106


CARLOS ROLLSING


TRÂNSITO. DESVIO NO VOLANTE. Senat afasta instrutores de taxistas

DEPOIS DE SEREM FLAGRADOS por reportagem de ZH em atitudes inadequadas, dois professores do curso de formação obrigatório estão impedidos de realizar atividades até resultado de sindicância


Flagrados pela reportagem de ZH em atitudes inadequadas durante o curso obrigatório de formação de taxistas da unidade de Porto Alegre do Sest-Senat, os instrutores Mauro Alcântara e Jayson Machado foram afastados ontem das atividades.

Eles seguirão sem ministrar aulas enquanto durar uma sindicância que será instalada pelo diretor do Sest-Senat, Carlos Becker Berwanger, para apurar os fatos.

– A sindicância deve levar 15 ou 20 dias. Vamos analisar outras questões além das levantadas (na reportagem). Decisões mais específicas vão ser tomadas após a conclusão da sindicância. Aí, sim, vou tomar as medidas cabíveis e legais – disse o diretor, sem detalhar quais poderão ser as sanções adotadas pela entidade.

Entre 23 e 27 de fevereiro, a reportagem de ZH frequentou o curso de formação de taxistas e flagrou o instrutor Alcântara dando dicas sobre como fazer “contratos de gaveta” para comprar placas de táxi, o que é ilegal. Ele também relatou episódio em que ameaçou agredir uma mulher durante uma discussão no trânsito.

Já o professor Machado descreveu aos alunos um atrito que teve com um motoboy. No desfecho da história, ele lista reações que poderia ter tomado para derrubar o motociclista, causando um acidente. Alcântara, que deu aulas de legislação de trânsito e transporte, trabalha há dois anos como instrutor do Sest-Senat. Machado, do módulo de direção defensiva, é professor da instituição há três anos. Por mês, eles participavam do processo de formação de cerca de cem taxistas.

DIRETOR DIZ QUE NÃO NOTOU CONDUTA FORA DO NORMAL

Ambos também ministravam aulas em outros cursos oferecidos pela entidade, como para condutores de veículos escolares, ônibus, lotações, cargas perigosas, operador de empilhadeira, veículos de emergência, gestão, logística e até treinamentos para agentes da Empresa Pública de Transportes e Circulação (EPTC). Embora fossem funcionários com certo tempo de casa, o diretor do Sest-Senat afirmou que jamais havia percebido qualquer anormalidade no comportamento deles.

– Em nenhum momento pude constatar atitude que desvirtuasse a condição deles como instrutores. Isso é bastante subjetivo. Tem de estar presente dentro da sala de aula, e meu papel não é ficar dentro da sala, eu dirijo a entidade. Se, porventura, tivesse observado alguma atitude em desacordo, teria tomado providências imediatas – afirmou Becker.

A EPTC também afirmou que nunca havia recebido qualquer notícia ou reclamação sobre o comportamento dos instrutores, embora eles fossem antigos no exercício da função.

Um comentário:

Rosaura disse...

Curioso, falar de um contrato de gaveta que deve existir a anos e todos sabem.O que faz o filho de um taxista que morre com o taxi do pai ?
Ai o repórter fala que Alcântara esta ensinado, ate ri aqui, esta é abrindo os olhos de quem não sabe que é ilegal pode ficar com um carro, acredito que para pessoas ingenuas foi bom saber para não cair no papo do tudo normal Ex: A corrupção aqui é tão forte que já está institucionalizada.10/03/2015 - 18h41
Propinas a Renato Duque e João Vaccari eram institucionais, diz Pedro Barusco
Gostaria de assistir esta aula na integra para ver como é editado para denegrir uma pessoa.