Sem preparo para congestionamentos - NELSON ANTONIO TOMBINI, Zero Hora, 26/07/2010
A agressividade e a falta de cordialidade no trânsito têm explicação. O motorista gaúcho não sabe se comportar diante de uma nova situação, os congestionamentos. Não há, ainda, essa cultura. Ao deparar com uma tranqueira, o motorista logo se mostra impaciente e começa a buzinar. Em São Paulo, onde isso já é comum há vários anos, os motoristas são mais pacientes. A questão é cultural. Vamos ter de nos acostumar porque a situação ficará cada vez pior com o volume de carros que chega às ruas a cada dia.
Diante dos frequentes acidentes em nossas estradas, é possível traçar características observadas nos motoristas do Rio Grande do Sul. Eles não têm o hábito de se informar sobre vias congestionadas antes de sair de casa, não procuram alternativas.
A imprudência também é marca. O condutor continua dirigindo ao celular e sem cinto de segurança. Nas estradas, ele não facilita a ultrapassagem feita pelos outros, mesmo sabendo que seu ato pode resultar em acidentes. Alguns ainda se esquecem de observar os velocímetros e passam a desconsiderar a velocidade permitida.
Muitos motoristas acima de 50 anos têm hipertensão arterial ou são diabéticos e não controlam essas doenças. Sem cuidado correto, podem causar acidentes ao ter tonturas ou desmaios. Em dias de chuvas ou com neblina, o motorista não acende os faróis porque acredita que está sendo visto pelos demais envolvidos no trânsito. As mulheres também estão mudando seu comportamento. Elas estão cada vez mais agressivas no trânsito, utilizando sinais e até palavras inadequadas.
Determinadas pessoas agem de forma inadequada e agressiva no trânsito pela falta de punição.
NELSON ANTONIO TOMBINI é Médico perito e especialista em medicina de tráfego
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