quinta-feira, 20 de dezembro de 2007

TROFÉU DE LATA


“Esta poesia leva sinceras condolências a todas aquelas famílias com vítimas na violência do trânsito.


Eu vejo um carro...

Ligado na vida,

Numa pista devassa

Nas sombras do tempo

Que a morte abraça

Eu sinto o choque

E o rosto do infeliz

Num sorriso tristonho

No mar do arrepio

E a veia que salta

No sangue que corre

Na mente sentindo

O olhar do terror

E riso da morte

No raiar da maldade

Gritos e insultos

No limiar da verdade

E o canto de pássaros

Na via do inferno

Corridas de loucos

Que lutam por troféus de lata

E vidas que amassam

Num sonho mutilado

E o corpo da vítima

Velando o passado

Um sonho da cruz

No trânsito viveu

Vede!, vede!, oh! Irmãos!

Nós somos a imagem

Não a velocidade

Nós somos a coragem

Não pilotos.

Numa pista de irmãos

De rios e náufragos

Negligência de fato

Que a morte nos trás.

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